Resumo
Existe interesse na indústria cimenteira no uso de escórias de aciaria em cimento, porém são necessárias modificações químicas e/ou pirometalúrgicas para redução dos seus teores de CaO e MgO livre e de ferro. Entretanto, ainda não se abordaram os potenciais efeitos de sua aplicação na corrosão de armaduras, seja em meios sólidos (concreto endurecido) ou líquidos (águas de poro). Nesse contexto, o presente estudo apresenta a análise da corrosão do aço CA-50 em meios de águas de poro extraídas de pastas de cimento com 25% em massa de escória de aciaria (in natura ou modificada pirometalurgicamente) através de curvas de polarização, espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) e análises microestruturais. Para comparação, foram realizados ensaios em águas de poro de composições especificadas na literatura para cimento Portland comum e de escória de alto forno ativada com cimento, e posteriormente adicionou-se 1,0% de NaCl às soluções para simular agressividade. O aço se manteve passivo em todos os meios sem 1,0% de NaCl, porém os resultados de EIE indicaram características mais protetoras no meio representativo de escória de aciaria modificada. O principal produto de corrosão identificado pelas micrografias do aço após os ensaios nos meios agressivos foi a lepidocrocita (γ-FeOOH), e não houve corrosão do aço nos meios com escórias de aciaria e 1,0% de NaCl. Isso foi atribuído principalmente à maior alcalinidade destes meios em comparação com outras águas de poro convencionais, o que promoveu proteção mais prolongada do aço.
Palavras-chave:
água de poro; corrosão; escória de aciaria; espectroscopia de impedância eletroquímica