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Infecções oportunistas em pacientes com aids internados em um hospital universitário do sudeste do Brasil

O espectro das doenças oportunistas em pacientes com aids vem se modificando desde a introdução da terapia antiretroviral altamente eficaz (HAART). O objetivo deste estudo é o de avaliar o perfil das afecções oportunistas em pacientes com aids internados em um hospital universitário do Brasil, comparando os períodos pré e pós-utilização da terapia HAART. Para tanto, revisaram-se os prontuários médicos de 342 pacientes infectados pelo HIV, dividindo-os em dois grupos: grupo 1, composto de 247 pacientes pré-HAART e grupo 2, composto de 95 pacientes pós-HAART. A relação homem-mulher caiu de 5:1 para 2:1. Houve aumento da prevalência da tuberculose e da toxoplasmose, com redução da prevalência do sarcoma de Kaposi, da histoplasmose e da criptococose. Observou-se ainda significativa redução da mortalidade intra-hospitalar (42% vs. 16,9%; p = 0,00002). A concordância entre o principal diagnóstico clínico e anatomopatológico foi observada em 10 de 20 pacientes necropsiados (50%). São relatados dois pacientes com esquistossomose disseminada e dois com paracoccidioidomicose. Em conclusão, excetuando-se a toxoplasmose, houve redução das doenças oportunistas relacionadas à imunossupressão grave nos pacientes pós-HAART. Observou-se significativa redução da mortalidade intra-hospitalar, possivelmente refletindo a melhora do tratamento dos pacientes HIV-positivos em nosso meio.


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