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Repostas na frequência cardíaca provocada por um agonista muscarínico em ratos com miocardite chagásica aguda e subaguda

Administramos arecoline a ratos com miocadite chagásica induzida experimentalmente, a fim de pesquisar a sensibilidade do nodo sinusal frente a um agonista muscarínico. Ratos de 16 meses de idade foram inoculados com 200.000 parasitas de T. cruzi (variedade Y). Entre os dias 18 e 21 (estádio agudo), 8 ratos infestados e 8 ratos controle receberam arecoline por via intravenosa nas doses seguintes: 5.0, 10.0, 20.0, 40.0 e 80.0 mig/kg. A frequência cardíaca foi registrada durante e após cada dose de arecoline. Os 8 ratos infestados restantes e mais outros 8 controles, foram submetidos a uma pesquisa similar, embora em um período de estádio subagudo da doença nos dias 60 e 70 pós inoculação. A frequência cardíaca de base dos animais estudados durante o estádio agudo (349 ± 68 bpm. Média ± SD), foi maior que a frequência dos ratos controles (250 ± 50 bpm, p<0,005). As alterações na frequência cardíaca foram expressadas como alterações de percentagem sobre o valor basal. Foi feita curva da dose-resposta para cada grupo de animais. Foram usadas escalas logarítmicas para simular sistematicamente as duplas doses de arecoline e as alterações de frequência induzidos. A inclinição da linha de regressão para os animais agudamente infestados (r = - 0.99, b = 1.78) não foi diferente daquela dos animais de controles (r = - 0.97, b = 1.61). Os animais infestados estudados no estádio subagudo (r = - 0.99, b = 1.81) também não apresentaram diferenças dos respectivos animais do grupo controle (r = - 0.99, b = 1.26 NS). Em consequência, os nossos resultados não mostraram evidências farmacológicas de hipersensibilidade do tecido post nodo sinusal ao agonista muscarínico arecoline. Porém, o resultado indiretamente é sugestivo de que a inervação parassimpática postgangliônica do nodo sinusal dos ratos com autópsia, com comprovada miocardite chagásica, não é irreversivelmente afetada pelo Trypanosoma cruzi.


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