Resistência in vivo e in vitro do Plasmodium falciparum à cloroquina, amodiaquina e quinino na Amazônia Brasileira. Com o propósito de avaliar a resistência do Plasmodium falciparum às drogas antimaláricas, rotineiramente empregadas no Brasil, os autores acompanharam dez pacientes com malária falciparum adquirida na Amazônia brasileira. Os pacientes foram submetidos a estudo in vivo de sensibilidade a drogas, após tratamento com derivados 4-aminoquinoleínicos (cloroquina e amodiaquina) ou quinino. A absorção das drogas foi verificada através de testes padronizados de excreção urinária de antimaláricos. Oito pacientes puderam ser seguidos por 28 dias. Dentre eles detectou-se resistência in vivo (em nível de R I e R II) em todos os pacientes tratados com 4-aminoquinoleínas. Um paciente tratado com quinino exibiu padrão de resistência R III ao tratamento. Alíquotas de sangue periférico dos mesmos pacientes foram ainda submetidas a microtestes in vitro de sensibilidade a antimaláricos. Em nove microtestes houve desenvolvimento satisfatório de esquizontes. Destes detectou-se resistência in vitro à cloroquina e amodiaquina em 100% e ao quinino em 11,11% das amostras. Através da análise de probitos calcularam-se as concentrações de cloroquina, amodiaquina e quinino, capazes de inibir o crescimento in vitro de esquizontes (Cl50, Cl90 e Cl99). Em seis pacientes observou-se concordância entre os achados in vivo e in vitro. Os resultados ressaltam o alto grau de resistência do P. falciparum às 4-aminoquinoleínas e indicam um aumento na resistência do parasita ao quinino na Amazônia brasileira. Reitera-se, assim, a necessidade de monitoração contínua da sensibilidade a antimaláricos, com o intuito de recomendar esquemas mais eficazes na terapêutica da malária por P. falciparum