Acessibilidade / Reportar erro

Clinical and epidemiological aspects of abdominal angiostrongyliasis in Southern Brazil

Aspectos clínicos e epidemiológicos da angiostrongilíase abdominal no sul do Brasil

Abstracts

Most of the cases of abdominal angiostrongyliasis in Brazil were reported from the southern States of São Paulo, Paraná, Santa Catarina and Rio Grande do Sul (RS). A study in 27 cases from RS revealed a distinct local epidemiology. Peasants were usually affected, either adults or children, from the mountainous areas in the north of the Suite. There was a seasonal increase in the number of cases, from late spring to autumn, that does not coincide with the rainy season. Besides the most common clinical features of abdominal pain, fever and cosinophilia in the leucogram, painful relapsing episodes were detected in some patients. The abdominal pain could be either localized or diffuse during the rapid evolution to a surgical abdominal condition, with a letality of 7.4%. The use of a serological test and the greater awareness of physicians working in endemic areas is expected to improve the recognition of uncomplicated and benign courses of the disease. This study confirms the known clinical manifestations of abdominal angiostrongyliasis and demonstrates the diversity of its epidemiology.

Abdominal angiostrongyliasis; Angiostrongylus costaricensis; Zoonosis; Nematode infections; Eosinophilic gastroenteritis


A maioria dos 16 casos de angiostrongilíase abdominal publicados no Brasil até 1989, eram originários dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (RS). Um estudo clínico e epidemiológico em 27 casos no RS revelou aspectos distintos do que é conhecido sobre a ocorrência da doença na Costa Rica: tanto adultos quanto crianças são acometidos, provenientes de áreas serranas do norte do Estado e há uma aparente sazonalidade, não relacionada às chuvas e sim aos meses mais quentes do ano. Alem de confirmar o quadro clínico-laboratorial descrito na literatura (dor abdominal, febre e eosinofilia), o estudo salienta a ocorrência de episódios recorrentes de dor abdominal com remissão espontânea e de outras formas pouco sintomáticas, possivelmente as formas mais comuns de manifestações da doença. Foi observada uma letalidade de 7,4%. Com o alerta aos médicos, especialmente da área endêmica, e o uso de teste sorológico, espera-se um aumento do número de diagnósticos de angiostrongilíase abdominal e conseqüente aprimoramento do conhecimento sobre esta zoonose no Brasil.


EPIDEMILOGY

Clinical and epidemiological aspects of abdominal angiostrongyliasis in Southern Brazil

Aspectos clínicos e epidemiológicos da angiostrongilíase abdominal no sul do Brasil

Carlos Graeff-TeixeiraI,II,III,(1 (1 ) C. GRAEFF-TEIXEIRA é bolsista da CAPES. ); Lea Camillo-CouraII; Henrique Leonel LenziI

IInstituto Oswaldo Cruz, Departamento de Patologia. Rio de Janeiro, RJ, Brasil

IIUniversidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, Curso de Pos-Graduacão em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

IIIInstituto Oswaldo Cruz, Doutorado em Medicina Tropical, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Address for correspondence Address for correspondence: Dr. Carlos Graeff-Teixeira Rua Independência, 784 CEP 99025 Passo Fundo, RS

SUMMARY

Most of the cases of abdominal angiostrongyliasis in Brazil were reported from the southern States of São Paulo, Paraná, Santa Catarina and Rio Grande do Sul (RS). A study in 27 cases from RS revealed a distinct local epidemiology. Peasants were usually affected, either adults or children, from the mountainous areas in the north of the Suite. There was a seasonal increase in the number of cases, from late spring to autumn, that does not coincide with the rainy season. Besides the most common clinical features of abdominal pain, fever and cosinophilia in the leucogram, painful relapsing episodes were detected in some patients. The abdominal pain could be either localized or diffuse during the rapid evolution to a surgical abdominal condition, with a letality of 7.4%. The use of a serological test and the greater awareness of physicians working in endemic areas is expected to improve the recognition of uncomplicated and benign courses of the disease. This study confirms the known clinical manifestations of abdominal angiostrongyliasis and demonstrates the diversity of its epidemiology.

Key words: Abdominal angiostrongyliasis; Angiostrongylus costaricensis; Zoonosis; Nematode infections; Eosinophilic gastroenteritis.

RESUMO

A maioria dos 16 casos de angiostrongilíase abdominal publicados no Brasil até 1989, eram originários dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (RS). Um estudo clínico e epidemiológico em 27 casos no RS revelou aspectos distintos do que é conhecido sobre a ocorrência da doença na Costa Rica: tanto adultos quanto crianças são acometidos, provenientes de áreas serranas do norte do Estado e há uma aparente sazonalidade, não relacionada às chuvas e sim aos meses mais quentes do ano. Alem de confirmar o quadro clínico-laboratorial descrito na literatura (dor abdominal, febre e eosinofilia), o estudo salienta a ocorrência de episódios recorrentes de dor abdominal com remissão espontânea e de outras formas pouco sintomáticas, possivelmente as formas mais comuns de manifestações da doença. Foi observada uma letalidade de 7,4%. Com o alerta aos médicos, especialmente da área endêmica, e o uso de teste sorológico, espera-se um aumento do número de diagnósticos de angiostrongilíase abdominal e conseqüente aprimoramento do conhecimento sobre esta zoonose no Brasil.

ACKNOWLEDGEMENTS

We are grateful to Heloisa Diniz, Jorge Cruz, Genilto Vieira (Multi-meios, FIOCRUZ-RJ) and Ronaldo Czamanski for preparation of the figures. Dr. Aventino Agostini (University of Passo Fundo) provided permanent support and criticism. This study was made possible through cooperation of Prof. Moacir Berlato (IPAGRO & UFRGS, Faculdade de Agronomia, Porto Alegre-RS), Dr. Emilson de Queiroz (Oitavo DISME, Porto Alegre-RS), Mrs. Ademilde Valença (Sexto DISME, Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro-RJ) and many physicians, patients and their relatives.

Recebido para publicação em 26/02/1991.

Aceito para publicação cm 07/05/1991.

Auxílio CNPq 403383/85.

  • 1. AGOSTINI, A.A.; MARCOLAN, A.M.; LISOT,; DEXHEIMER, A. & CAMARGO, R.R. - Angiostrongilíase abdominal. Estudo anátomo-palológico de quatro casos observados no Rio Grande do Sul, Brasil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 79: 443-445, 1984.
  • 2. AYALA, M.A.R. - Angiostrongiloidose abdominal nos estados do Paraná e Santa Catarina: apresentaçăo de cinco casos e revisăo da literatura. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 82: 29-36, 1987.
  • 3. BAIRD, J.K.; NEAFIE, R.C.; LANOIE, L. & CONNOR, D.H. - Abdominal angiostrongyliasis in an african man: case study. Amer. J. trop. Med. Hyg., 37: 353-356, 1987.
  • 4. BARBOSA, H.; RAICK, A.N.; MAGALHĂES, A.V. & OTERO, P.M.F. - Angiostrongilose abdominal. Rev. Ass. méd. bras., 26: 178-180, 1980.
  • 5. CAMPOS, R.; MARIGO, C. & CABEÇA, M. - Terceiro caso brasileiro de parasitismo humano por Morerastrongylus costaricensis (Morera & Cespedes, 1971). In.: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL, 13., Brasília, 1977. Resumos. p. 186.
  • 6. CESPEDES, R.; SALAS, J.; MEKBEL, S.; TROPER, L.; MULLNER, F. & MORERA, P. - Granulomas entericos y linfaticos con intensa eosinofilia tisular producidos por un estrongilideo (Strongylata) I - Patologia. Acta. méd. costarric., 10: 235-255, 1967.
  • 7. DEMO, O.J. & PESSAT, O.A.N. - Angiostrongilosis abdominal. Primer caso observado en Argentina. Prensa méd. argent., 73: 732-738, 1986.
  • 8. GRAEFF-TEIXEIRA, C.; THOME, J.W.; PINTO, S.C.C.; CAMILLO-COURA, L. & LENZI, H.L. - Phyllocaulis variegatus - an intermediate host of Angiostrongylus costaricensis in south Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 84: 65-68, 1989.
  • 9. GRAEFF-TEIXEIRA, C.; AVILA-PIRES, F.D.; MACHADO, R.C.C.; CAMILLO-COURA, L. & LENZI, H.L. - Identificaçăo de roedores silvestres como hospedeiros do Angiostrongylus costaricensis. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 32: 147-150, 1990.
  • 10. GRAEFF-TEIXEIRA, C.; CAMILLO-COURA, L. & LENZI, H.L. - Histopathological criteria for diagnosis of abdominal angiostrongyliasis. (Aceito para publicaçăo Parasit. Res., 1991).
  • 11. IABUKI, K. & MONTENEGRO, M.R. - Apendicite por Angiostrongylus costaricensis: apresentaçăo de um caso. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 21: 33-36, 1979.
  • 12. ISHII, A.I. - Effects of temperature on the larval development of Angiostrongylus cantonensis in the intermediate host, Biomphalaria glabrata. Parasit. Res., 70: 375-379, 1984.
  • 13. LORIA-CORTES, R. & LOBO-SANAHUJA, J.F. - Clinical abdominal angiostrongyliasis. A study of 116 children with intestinal eosinophilic granuloma caused by Angiostrongylus costaricensis. Amer. J. trop. Med. Hyg., 29: 538-544, 1980.
  • 14. LUZZI, C.A. & NEWMANN, M. - Angiostrongilíase abdominal apresentaçăo de dois casos. Arq. catarin. Med., 18: 41-44, 1989.
  • 15. MAGALHĂES, A.V.; ANDRADE, G.E.; KOH, I.H.J.; SOARES, M.C.; ALVES, E.; TUBINO, P.; SANTOS, F.A.M. & RAICK, A.N. - Novo caso de angiostrongilose abdominal. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 24: 252-256, 1982.
  • 16. MORERA, P. - Life history and redescription of Angiostrongylus costaricensis Morera and Cespedes, 1971. Amer. J. trop. Med. Hyg., 22: 613-621, 1973.
  • 17. MORERA, P. - Angiostrongilíase abdominal - um problema de saúde pública? Rev. Soc. bras. Med. trop., 21: 45-47, 1988.
  • 18. MORERA, P.; PEREZ, F.; MORA, F. & CASTRO, L. - Visceral larva migrans - like syndrome caused by Angiostrongylus costaricensis. Amer. J. trop. Med. Hyg., 31: 67-70, 1982.
  • 19. RUIZ, P.J. & MORERA, P. - Spermatic artery obstruction caused by Angiostrongylus costaricensis Morera & Cespedes, 1971. Amer. J. trop. Med. Hyg., 32: 1458-1459, 1983.
  • 20. ZILIOTTO Jr., A.; KUNZLE, J.E.; FERNANDES, L.A.R.; PRATES-CAMPOS, J.C. & BRITTO-COSTA, R. - Angiostrongilíase abdominal. Apresentaçăo de um provável caso. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 17: 312-318, 1975.
  • Address for correspondence:
    Dr. Carlos Graeff-Teixeira
    Rua Independência, 784
    CEP 99025 Passo Fundo, RS
  • (1
    ) C. GRAEFF-TEIXEIRA é bolsista da CAPES.
  • Publication Dates

    • Publication in this collection
      06 Sept 2006
    • Date of issue
      Oct 1991

    History

    • Received
      26 Feb 1991
    • Accepted
      07 May 1991
    Instituto de Medicina Tropical de São Paulo Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 470, 05403-000 - São Paulo - SP - Brazil, Tel. +55 11 3061-7005 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: revimtsp@usp.br