A maioria dos 16 casos de angiostrongilíase abdominal publicados no Brasil até 1989, eram originários dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (RS). Um estudo clínico e epidemiológico em 27 casos no RS revelou aspectos distintos do que é conhecido sobre a ocorrência da doença na Costa Rica: tanto adultos quanto crianças são acometidos, provenientes de áreas serranas do norte do Estado e há uma aparente sazonalidade, não relacionada às chuvas e sim aos meses mais quentes do ano. Alem de confirmar o quadro clínico-laboratorial descrito na literatura (dor abdominal, febre e eosinofilia), o estudo salienta a ocorrência de episódios recorrentes de dor abdominal com remissão espontânea e de outras formas pouco sintomáticas, possivelmente as formas mais comuns de manifestações da doença. Foi observada uma letalidade de 7,4%. Com o alerta aos médicos, especialmente da área endêmica, e o uso de teste sorológico, espera-se um aumento do número de diagnósticos de angiostrongilíase abdominal e conseqüente aprimoramento do conhecimento sobre esta zoonose no Brasil.