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Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae nos focos de calcificação de valva aórtica estenótica

Estenose da Valva Aórtica (EVA) tem sido considerada como um processo aterosclerótico das valvas pois elas freqüentemente exibem alterações inflamatórias com acúmulo de macrófagos e linfócitos T, bem como infiltração de lípides. O presente estudo investigou se as bactérias Chlamydia pneumoniae (CP) e Mycoplasma pneumoniae (MP), detectadas previamente em placas ateroscleróticas, estavam presentes na EVA. Dez valvas removidas cirúrgicamente de pacientes com EVA foram analisadas pela imunohistoquímica, hibridização in situ e microscopia eletrônica. A média e desvio padrão das porcentagens de área ocupadas por antígenos de CP e de DNA do MP foram respectivamente de 6,21 +/- 5,41 e 2,27 +/- 2,06 nos focos de calcificação; 2,8 +/- 3,33 e 1,78+/- 3,063 nas áreas de fibrose ao redor e 0,21 +/- 0,17 e 0,12 +/- 0,13 nas regiões menos lesadas da válvula. Houve uma maior quantidade de CP e MP nos focos de calcificação e na fibrose ao redor do que nas regiões valvulares mais preservadas. Em conclusão, o fato de haver maior quantidade de CP e MP nos focos de calcificação da EVA favorece a hipótese de que a estenose aórtica não é um processo degenerativo inevitável devido a idade, mas sim uma resposta inflamatória à presença dessas bactérias, em uma morfologia semelhante à detectada na injúria aterosclerótica.


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