Introdução e objetivo
. A Doença de Chagas é um problema de saúde pública mundial. A disponibilidade de ferramentas diagnósticas para prever o desenvolvimento de miocardiopatia chagásica crônica é fundamental para reduzir a morbidade e a mortalidade. Aqui estudamos o valor prognóstico da atividade sérica da adenosina deaminase (ADA) e dos níveis de proteína C reativa (PCR) em indivíduos chagásicos.
Métodos
: 110 indivíduos: 28 saudáveis e 82 pacientes chagásicos foram divididos de acordo com a gravidade da doença em fase I (n = 35), II (n = 29) e III (n = 18). Para cada indivíduo foram feitos uma história médica, eletrocardiograma, radiografia de tórax e ecocardiografía transtorácica. O diagnóstico de Chagas foi confirmado por ELISA e MABA utilizando antígenos recombinantes, a atividade sérica da enzima ADA foi determinada por espectrofotometria, e os níveis séricos de PCR por ELISA.
Resultados
: os níveis de PCR e da atividade da ADA aumentaram linearmente em relação à fase da doença, sendo a PCR significativamente maior na fase III, e a ADA em todas as fases. Além disso, PCR e ADA foram correlacionados positivamente com parâmetros ecocardiográficos de remodelamento cardíaco e alterações eletrocardiográficas, e negativamente com a fração de ejeção. PCR e ADA foram mais elevadas em pacientes com índice cardiotorácico ≥ 50%, enquanto que a ADA foi maior em pacientes com alterações da repolarização ventricular. Finalmente, os níveis de PCR foram correlacionados positivamente com a atividade da ADA.
Conclusão
: ADA e PCR são marcadores prognósticos de disfunção e remodelamento cardíaco na Doença de Chagas, e devem ser incluídos na avaliação e acompanhamento dos pacientes.