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Atividade modulatória de anti-oxidantes contra a toxicidade da rifampicina in vivo

A Organização Mundial da Saúde tem mostrado preocupação acerca da eclosão da tuberculose nos países em desenvolvimento. Embora a rifampicina seja droga efetiva para o controle da tuberculose têm sido documentados seus efeitos tóxicos em pacientes. Portanto este estudo tem a intenção de investigar o efeito modulador das vitaminas C e E na hepatotoxicidade, qualidade de esperma e a toxicidade cerebral da rifampicina. Quarenta ratos albinos da raça Wistar foram usados, 10 animais por grupo. O grupo 1 de animais recebeu 0,3 mL de água destilada. O grupo 2 recebeu a dose terapêutica de rifampicina. O grupo 3 recebeu doses terapêuticas de rifampicina mais vitamina E, enquanto o grupo 4 recebeu doses terapêuticas de rifampicina e vitamina C. A administração foi feita por via oral durante três meses; os animais foram sacrificados por deslocação cervical após este período. Amostras sanguíneas foram coletadas e função hepática e o perfil lipídico foram analisados usando aparelho automático de química clínica. O fígado, o cérebro e os órgãos reprodutivos foram submetidos a análise histopatológica. As amostras de esperma foram coletadas do epidídimo para contagem, motilidade e análise morfológica. Resultados revelaram que a rifampicina isoladamente aumenta (p < 0,05) os enzimas de função hepática (aspartato amino transferase {AST], alanino amino transferase sérica [ALT] e bilirrubina total) quando comparados com os controles. Embora o grupo tratado com vitamina E mostrasse marcada proteção, o grupo tratado com vitamina C mostrou proteção questionável contra a lesão hepática induzida pela rifampicina. Resultados da contagem espermática mostraram importante (p < 0,05) aumento na qualidade do esperma no grupo tratado com vitamina E e C. Entretanto, o grupo tratado com vitamina E e rifampicina mostrou aumento da peroxidação lipídica. Os achados histopatológicos revelaram danos estruturais pela rifampicina ao fígado, cérebro e epidídimo enquanto uma notável integridade arquitetural foi observada no grupo tratado por anti-oxidantes. Pode-se concluir que as vitaminas E e C melhoraram a qualidade do esperma e protegeram o cérebro de danos causados pela rifampicina. Mais ainda, a vitamina E demonstrou notável hépato-proteção contra o dano induzido pela rifampicina enquanto a vitamina C mostrou hépato-proteção questionável.


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