Comparou-se a eficácia parasitológica, níveis de resistência "in vivo" e efeitos colaterais da cloroquina oral nas dosagens de 25 mg/kg e 50 mg/kg no tratamento da malária por Plasmodium falciparum com seguimento de 30 dias. O estudo foi conduzido de agosto de 1989 a abril de 1991 e incluiu 124 pacientes, selecionados aleatoriamente em blocos de 10 pacientes, do ambulatório da Fundação Nacional de Saúde-Goiânia, Brasil. Todos os pacientes eram procedentes da Bacia Amazônica e Brasil - Central, sendo 58 alocados no grupo de 25 mg/kg (C25) e 66 no grupo de 50 mg/kg (C50). Os efeitos colaterais foram mínimos em ambos os grupos. A taxa de cura no C50 foi 89,4% no dia 7 e 71,2% no dia 14 enquanto para o C25 as taxas foram de 44,8% e 24,1%, respectivamente. Setenta e quatro por cento dos pacientes do C25 e 48,4% no C50 apresentaram parasitemia detectável no dia 30. Entretanto, houve uma queda da média geométrica da densidade parasitária (MGDP) em ambos os grupos, especialmente no C50. Resistência tipo III e II foi detectada respectivamente em 24,1% e 13,8% dos pacientes no grupo C25. No grupo de 50 mg/kg não foi detectado nenhum caso de RII registrando-se apenas um caso de RIII. Um grande número de RI tardio foi detectado em ambos os grupos, o que poderia retardar o tempo de portador e contribuir para disseminação de cepas resistentes. Desta forma, o presente estudo conclui que cloroquina, em qualquer das doses testadas, não deve ser utilizada no tratamento da malária por P. falciparum, em nosso meio.