A persistência, em alguns indivíduos, de anticorpos específicos IgM anti-Toxoplasma gondii por vários meses, após a fase aguda da infecção, tem complicado a interpretação dos resultados dos testes sorológicos para a toxoplasmose. Vários trabalhos têm enfatizado o valor da detecção de anticorpos específicos IgA anti-T. gondii para o diagnóstico da toxoplasmose aguda. No presente trabalho, são apresentados os resultados da pesquisa de anticorpos específicos das classes IgM e IgA anti-T. gondii em amostras de soros de 12 pacientes, obtidas em diferentes intervalos de tempo, após o início das manifestações clínicas da infecção. Os anticorpos IgM foram detectados pelo teste de imunofluorescência indireta (IFI), e pelas técnicas imunoenzimáticas da captura (ELISAc) e quimioluminescência (QmL). Os anticorpos IgA foram quantificados pelas técnicas de ELISA direta (ELISAd) e ELISAc. De acordo com as instruções do fabricante do "kit" de ELISAc usado para a pesquisa de IgA, a maioria dos pacientes com toxoplasmose aguda tem níveis de anticorpos > 40 unidades arbitrárias por ml (UA/ml). Utilizando este parâmetro, a técnica de ELISAc para IgA detectou níveis significativos de anticorpos (> 40 UA/ml) por um período mais curto do que as outras técnicas usadas para a detecção de IgM e IgA. Entretanto, níveis de IgA <FONT FACE="Symbol">£</font> 40 UA/ml não excluem a possibilidade de toxoplasmose aguda, pois tais níveis podem ser alcançados em um curto período de tempo após a infecção com T. gondii. Nossos dados sugerem que, a pesquisa de anticorpos IgA por ELISAc concomitante com a pesquisa de anticorpos IgM permitiria, em algumas circunstâncias, um diagnóstico mais preciso da toxoplasmose aguda adquirida