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Entamoeba histolytica: imunodiagnóstico, através de captura de antígeno fecal em amebíase entérica por um anticorpo monoclonal

A amebíase mantém sua importância epidemiológica em países subdesenvolvidos onde sua prevalência a converteu na parasitose de maior morbidade e mortalidade após malaria e esquistosomose. Em regra, tanto o diagnóstico clínico como os levantamentos epidemiológicos assentam na identificação microscópica de cistos e/ou trofozoítos em extractos fecais. Este procedimento requer pessoal muito bem treinado, é laborioso, e frequentemente fornece resultados contraditórios. Para obviar estas dificuldades, no presente trabalho montamos uma técnica de diagnóstico imunoenzimático baseado na captura de um antígeno de 96 kDa presente nas fezes de indivíduos infectados pela E. hystolytica (COPROELISA-Eh). Triplicatas de 117 amostras fecais processadas pelo método de concentração do formol-éter foram definidas como positivas ou negativas por três microscopistas especialistas em amebíase. Outra alíquota foi submetida ao teste de captura de antígeno por um anticorpo monoclonal contra um antígeno de 96 kDa específico de membranas de cepas patogênicas de E. histolytica. Consideramos como positivos aqueles resultados em que densidades óticas estavam acima do valor dos controles negativos mais 2 desvios padrões. COPROELISA-Eh mostrou 94.4% de sensibilidade, 98.3% de especificidade, 96.2% de valor preditivo positivo e 97.6% de valor preditivo negativo para a deteção de E. hystolytica nas fezes. Em conclusão, o método COPROELISA-Eh é mais sensível e específico do que o exame microscópico dos extratos fecais, não requer pessoal especializado na identificação morfológica das amebas, e permite o processamento de um grande número de amostras simultâneamente.


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