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Infecção pelos vírus linfotrópicos humanos de células T tipos I e II entre pacientes com doença neurológica em Belém, Pará, Brasil

Amostras de soro e/ou líquido céfalo-raquidiano (LCR) foram obtidas de 190 pacientes com quadro de doença neurológica crônica e progressiva, com vistas à detecção de anticorpos para os vírus linfotrópicos humanos de células T dos tipos I (HTLV-I) e II (HTLV-II), durante um período de seis anos (1996 a 2001) em Belém, Pará, Brasil. O grupo compreendia ambos os sexos (homens, 52%), com idades variando de 2 a 79 anos (média, 35,9 anos). Tomando-se os resultados como um todo, 15 (7,9%) indivíduos, incluindo 12 (80%) mulheres adultas, apresentaram anticorpos para HTLV-I/II a partir da triagem pelo procedimento imunoenzimático (ELISA). Soros de 14 desses pacientes também foram testados utilizando-se procedimento de Western blot (WB), alcançando-se freqüências de anticorpos para HTLV-I, HTLV-II e dupla reação (HTLV-I e HTLV-II) em 10 (71,4%), 3 (21,4%) e 1 (7,2%) indivíduos, respectivamente. As freqüências anuais de positividade para HTLV-I/II variaram de 2,6% (2001) a 21,7% (2000), em escala crescente no período de 1998 a 2000. Em conjunto, dificuldade na deambulação (n = 5 pacientes), espasticidade (n = 4) e hipotonia crural compreenderam 80% das manifestações clínicas registradas entre os 15 pacientes cujas amostras de soro continham anticorpos para HTLV-I/II, com base em ELISA. Tais resultados oferecem indicadores quanto a uma possível associação do HTLV-I e do HTLV-II à gênese das mielopatias crônicas em Belém, norte do Brasil.


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