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Formação de clamidósporos pela fase micelial do Paracoccidioides brasiliensis

O papel do conteúdo nutritivo do meio de cultura e de oxigênio na produção de clamidósporos pela fase micelial do Paracoccidioides brasiliensis foi investigado. Quatro cepas do fungo (18, Bt4, 1183, Pb9) foram cultivadas, a 25°C, em meio sólido rico e pobre em nutrientes. As cepas 18 e 1183 foram também cultivadas em anerobiose em atmosfera de nitrogênio. A cepa 18 produziu grande número de clamidósporos terminais e intercalares após 7-10 dias de cultura em meio sólido pobre em nutrientes (agar 2%, com dextrose e polipeptona 0,1%). As outras três cepas produziram número significativamente menor de esporos. A cepa 18 não produziu clamidósporos quando cultivada em dois meios ricos em nutrientes (infusão de cérebro e coração, e agar dextrose de batata). A incubação anaeróbica da cepa 18 em atmosfera de nitrogênio apresentou pequeno crescimento micelial com a presença de numerosos clamidósporos. À nivel ultraestrutural, os clamidósporos apresentaram um ou mais núcleos e numerosas mitocôndrias, indicativos de potencial para posterior desenvolvimento. Assim, os esporos produziram gemulação múltipla 1 dia após incubação a 35°C. Os resultados demonstraram que, sob condições ambientais adversas, a fase micelial do P. brasiliensis produz clamidósporos em curto período de tempo. É possível que o fungo encontre condições semelhantes no solo, produzindo os esporos, que poderiam desempenhar papel na propagação da paracoccidioidomicose.


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