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Ascaridiose no subdistrito de Cavacos, município de Alterosa (MG), Brasil: efeito do tratamento em massa com albendazol sobre a intensidade de infecção

Em amostra aleatória E estratificada da população do subdistrito de Cavacos, no município de Alterosa (Minas Gerais, Brasil) estudaram-se os aspectos clínicos e epidemiológicos da infecção por Ascaris lumbricoides. Avaliou-se, também, na mesma amostra, seis meses mais tarde, o efeito do tratamento em massa com albendazol sobre a prevalência e intensidade de infecção por esse nematóide. Na primeira fase do estudo, realizou-se inquérito em 248 indivíduos, utilizando questionário que investigava aspectos relativos a condições socioeconômicas, sanitárias e clínicas. Foram, também, examinadas 230 amostras de fezes pela técnica de Kato-Katz, visando determinação da prevalência e intensidade de infecção por A. lumbricoides. Ao mesmo tempo, 202 indivíduos foram submetidos a micro-hematócrito e em 70 crianças com idade menor ou igual a 12 anos efetuou-se avaliação do estado nutricional. Determinou-se, ainda, a presença de ovos de A. lumbricoides e outros helmintos em 22 amostras de solo colhidas na zona urbana de Cavacos. Os resultados mostraram ocorrência de infecção por helmintos enteroparasitas em 29,1% da amostra examinada, com predomínio de A. lumbricoides (23,9%). Observou-se relação significativa do parasitismo e/ou intensidade de infecção por A. lumbricoides com faixa etária (idade menor ou igual a 15 anos), classe social, condições sanitárias e de habitação (água, esgoto e área domiciliar por pessoa) e presença de dor abdominal. Não se notou, entretanto, associação desses parâmetros com o estado nutricional e níveis de hematócrito. Na segunda fase do estudo, encontrou-se discreta diminuição na prevalência de infecção por A. lumbricoides, sem significância do ponto de vista estatístico, seis meses após tratamento em massa com albendazol. Notou-se, entretanto, importante e significativa redução na quantidade de ovos de A. lumbricoides eliminados pelas fezes, indicando que mesmo seis meses após administração do anti-helmíntico é menor a intensidade de infecção por A. lumbricoides em todas as faixas etárias da população de Cavacos, especialmente entre os mais jovens.


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