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Criptococose disseminada fatal com envolvimento renal em paciente infectado pelo HIV

RESUMO

Introdução:

Apresentamos um caso fatal de criptococose disseminada em homem jovem cujo diagnóstico de HIV foi feito no momento da admissão na emergência.

Relato de caso:

O paciente, de 23 anos, sexo masculino, tinha história de febre diária de um mês de duração, associada à diarreia, perda de peso, cefaleia, vômitos e convulsões generalizadas. Tinha ainda história de diabetes mellitus, alcoolismo e drogadição. Ao exame físico havia palidez, desorientação e períodos de agitação. Os exames laboratoriais mostraram 3.440 leucócitos/mm3 (5% linfócitos), hemoglobina de 10 g/dL, 83,000 plaquetas/mm3, creatinina de 0,7mg/dL, ureia de 19 mg/dL, Na, K e enzimas hepáticas dentro dos limites da normalidade. A lactato desidrogenase era 494 UI/L. Análise do líquor revelou 10 leucócitos/mm3 (58% neutrófilos, 31% linfócitos, 11% monócitos) e 2 hemácias/mm3, glicose de 122 mg/dL e proteína de 36 mg/dL. A análise com tinta da Índia revelou seis blastoconídeos de Cryptococcus/mm³. O VDRL foi negativo e o anti-HIV positivo. Foi iniciado tratamento com hidratação venosa, insulina, fenitoína, fluconazol, pirimetamina, sulfadiazina, ácido folínico e anfotericina B. O paciente não apresentou melhora e evoluiu com obnubilação e hipotensão, sendo intubado e iniciada ventilação mecânica. Foram administradas drogas vasoativas, e o paciente evoluiu a óbito menos de 24h após a admissão. A autópsia revelou criptococose disseminada, com grave envolvimento renal.

Conclusão:

A criptococose é via-de-regra, doença sistêmica que afeta principalmente indivíduos imunocomprometidos, especialmente com AIDS, e quando diagnosticada tardiamente apresenta alta mortalidade.

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