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Preocupação com problemas de saúde durante viagens em professores de uma grande universidade na América Latina: descrição preliminar

A segurança sanitária em viagens é baseada no aconselhamento, vacinação e orientação do viajante para a prevenção de doenças em viagens, genéricas ou específicas de seu destino. Visando avaliar a preocupação, providências preventivas e problemas relativos à saúde e à prevenção de doenças, entrevistamos professores universitários de uma grande universidade pública, distribuídos aleatoriamente entre as áreas de Exatas, Humanidades e da Saúde, selecionados por interesse e por relato de problemas de saúde em viagens no ano antecedente à pesquisa. Após amostragem e sorteio, foram tentadas 520 entrevistas por telefone, sendo encontrados 67 (12,9%) docentes e 46 (68,6%) concordaram com a entrevista, sendo que dois foram excluídos por ausência de viagem no ultimo ano. Esta amostragem tinha predominância de homens (37/44, 84,1%), entre os 40 e 50 anos de idade (32/44, 72,7%) todos com educação superior como esperado. A maioria era sedentária ou referia exercício ocasional, com apenas 15,9% (7/44) informando exercício regular. Doenças pré-existentes foram referidas por 15 viajantes. A maioria das viagens durou uma semana ou menos no destino. A duração da viagem estava relacionada ao destino sendo que viagens com mais de 12 h eram sempre relacionadas a destinos no exterior, 68,2% (30/44) das viagens, sendo mais rápidas (< 3h ) as viagens domésticas. A maioria das viagens foi aérea (41/44) e o lazer motivou 31,8% (14/44) delas. Aconselhamento de saúde anterior à viagem foi descrito apenas por 2 (4,5%) e a maioria (61,4% ou 27/44) referia vacinação embora 11/30 apenas descrevia vacinação não atualizada. 30% (9/30) viajaram sem nenhum tipo de seguro de saúde. Como um grupo total, seis homens (13,6%) viajando ao exterior apresentaram pelo menos um problema de saúde atribuído à viagem. Cinco apresentaram problemas respiratórios, como influenza ou resfriado, sendo que ocorreram problemas neurológicos, ortopédicos, de hipertensão em viajantes isolados, com um caso de problema de crime. Não houve diferenças quanto ao gênero ou grupo etário, destinos ou tipo de transporte, aconselhamento prévio, motivação da viagem, ou doenças preexistentes. É interessante notar que os dois aconselhamentos prévios foram feitos apenas para viagens de destinos nacionais. Nossos dados mostram que há problemas de saúde em viagens em um número significante de viajantes altamente educados, apesar da pequena amostra, e eles têm despreocupação com saúde, com número significante de viagens sem aconselhamento prévio ou seguro de saúde. Sugere-se a implantação de um programa de aconselhamento para segurança quanto aos problemas de saúde em viagens.


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