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Efeito da cor da pele e certas características físicas na morbidade dependente de Schistosoma mansoni

O efeito da cor na morbidade associada ao Schistosoma mansoni foi estudado em duas áreas endêmicas situadas no Estado de Minas Gerais, Brasil. Dos 2773 habitantes elegíveis, 1971 (71,1%) participaram do estudo: 545 (27,6%) foram classificados como brancos, 719 (36,5%) como intermediários e 707 (35,9%) como negros. Os sinais e sintomas dos indivíduos que eliminavam ovos de S. mansoni nas fezes (casos) foram comparados aos daqueles que não apresentavam ovos do parasita neste exame (controles). As razões de chance foram ajustadas por idade, gênero, tratamento anterior para a esquistossomose, área endêmica e qualidade do domicílio. Não houve evidência de um efeito modificador da cor para a ocorrência de diarréia, sangue nas fezes ou dor abdominal. Um efeito modificador da cor foi evidente entre aqueles com maiores contagens de ovos nas fezes (>400 opg), no que se refere à hepatomegalia: as razões de chances foram menores entre indivíduos classificados como negros (5,4 e 6,5 para presença de fígado palpável nas linhas hemiclavicular e médio esternal, respectivamente) e maiores entre aqueles classificados como brancos (10,6 e 12,9, respectivamente) e intermediários (10,4 e 10,1, respectivamente). Estes resultados apontam para a existência de algum grau de proteção em relação à hepatomegalia entre indivíduos classificados como negros nas áreas endêmicas estudadas.


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