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Detecção de DNA de Bartonella henselae em amostras clínicas, incluindo sangue periférico, de pacientes imunocompetentes e imunodeprimidos por meio de três amplificações duplas

Bactérias do gênero Bartonella constituem patógenos emergentes detectados em biópsias de linfonodos e secreções de gânglios provavelmente devido a maior concentração de bactérias. Vinte e três amostras de 18 pacientes com dados clínicos, laboratoriais e/ou epidemiológicos sugestivos de bartonelose foram submetidas a três amplificações duplas para a detecção de fragmento da proteína de choque térmico de 60-kDa (HSP), do espaçador interno 16S-23S rRNA (ITS) e da proteína de divisão celular (FtsZ) de Bartonella henselae, para melhorar a detecção em amostras clínicas. Na primeira amplificação, uma, quatro e cinco amostras, respectivamente, foram positivas pelo HSP (4,3%), FtsZ (17,4%) e pelo ITS (21,7%). Com a segunda amplificação foram identificadas seis amostras positivas pelo nested-HSP (26%), oito pelo nested-ITS (34,8%) e 18 pelo nested- FtsZ (78,2%), correspondentes a 10 amostras de sangue periférico, cinco biópsias de linfonodos, duas biópsias de pele e um aspirado de gânglio. A nested-FtsZ foi mais sensível que a nested-HSP e a nested-ITS (p < 0,0001), possibilitando a detecção de DNA de Bartonella henselae em 15 de 18 pacientes (83,3%). No presente estudo, três nested-PCR, consideradas específicas para a amplificação da Bartonella henselae, foram desenvolvidas, porém somente a nested-FtsZ não amplificou o DNA de Bartonella quintana. Concluímos que amplificações duplas aumentaram a detecção de DNA de B. henselae, e que a nested-FtsZ foi a mais sensível e a única específica para B. henselae em diferentes amostras biológicas. Como todas as amostras detectadas pelo HSP-nested e nested-ITS foram também pela nested-FtsZ, inferimos que, em nossa casuística, as infecções foram causadas por Bartonella henselae. A elevada positividade de amostras de sangue chamou a atenção para a utilização deste material biológico na investigação de bartoneloses, independentemente do estado imune dos pacientes. Este fato é importante no caso de pacientes criticamente enfermos e crianças pequenas para evitar procedimentos mais invasivos, como biópsias e punções de gânglios.


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