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Estudo clínico duplo cego comparando praziquantel com oxamniquine

Com objetivo de se compararem a tolerabilidade e eficácia do praziquantel e oxamniquine, procedeu-se a um estudo prospectivo duplo-cego envolvendo 120 pacientes com esquistossomose intestinal ou hepatintestinal. Os pacientes foram randomizados em dois grupos. Um foi tratado com praziquantel, na dose de 55 mg/kg de peso, o outro com oxamniquine, 15 mg/kg de peso, sempre administrados em dose única por via oral. O diagnóstico e seguimento parasitológicos basearam-se ho exame de fazes peio método de Kate Katz. Em 73 de 77 casos negativos após tratamento, executaram-se biópsias retais. Efeitos colaterais, principalmente tontura, sonolência, dores abdominais, cefaléia, náuseas e diarréia foram observados em 87% dos casos. Sua incidência, intensidade e duração foram semelhantes em ambos os grupos, mas a dor abdominal foi significativamente mais freqüente após praziquantel, havendo maior tendência para tontura intensa após oxamniquine. Observou-se aumento significante de alamina-aminotransferase e gama-glutamiltransferase após oxamniquine e de bilirrubina total após praziquantel. Um total de 48 pacientes tratados com praziquantel e 46 com oxamniquine completaram os exames de controle até o sexto mês. As percentages de cura foram de 79,2% e de 84,8% respectivamente, diferença não significativa. Os pacientes não curados mostraram redução média do número de ovos de 93,5% e de 84,1%, diferença não significativa. Cinco pacientes retratados com praziquantel curaram-se, mas somente um de três retratados com oxamniquine. Estes resultados mostram, que ambas as drogas-apesar de diferentes propriedades farmacológicas — provocam reações colaterais semelhantes e apresentam eficácia terapêutica comparável.


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