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Influência da microbiota normal na leishmaniose cutânea experimental em camundongos suíços

Neste trabalho, estudamos a infecção experimental de camundongos Suíços/NIH com Leishmania major em comparação com camundongos isogênicos C57BL/6 e BALB/c que são resistentes e suceptíveis a esta infecção, respectivamente. Camundongos Suiços mostraram lesões que se curaram espontaneamente e se restringiram ao local de inoculação. Células linfóides derivadas destes animais desenvolveram uma resposta do tipo Th1, caracterizada pela produção de níveis altos de IFN-<FONT FACE="Symbol">g</font> e níveis baixos de IL-4. Com o objetivo de estudar a importância da microbiota no desenvolvimento da leishmaniose cutânea neste modelo, camundongos Suiços sem germes foram infectados na pata com promastigotas de L. major, convencionalizados após 3 semanas de infecção e as lesões comparadas com as observadas em camundongos convencionais. Os camundongos convencionalizados apresentaram lesões significativamente maiores do que as observadas nos camundongos convencionais. A análise histopatológica das lesões de todos os animais convencionalizados mostrou abcessos de tamanhos e formas variáveis e a presença de numerosos macrófagos parasitados. Nas lesões dos camundongos convencionais não houve a formação de abscessos e foram observados poucos macrófagos parasitados. Entretanto, células de ambos os grupos experimentais desenvolveram uma resposta similar do tipo Th1, caracterizada pela produção de altos níveis de IFN-<FONT FACE="Symbol">g</font> e baixos níveis de IL-4. Neste trabalho, demonstramos que os camundongos Suíços/NIH são resistentes à infecção por L. major, com o desenvolvimento de um fenótipo do tipo Th1 e que a ausência da microbiota no início da infecção influencia significativamente o tamanho da lesão e no processo inflamatório nestes animais.


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