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Envolvimento renal na raiva em humanos: manifestações clínicas e achados de autópsia de nove casos do nordeste do Brasil

Foi realizado estudo retrospectivo de nove casos de raiva internados em um hospital de Fortaleza, Brasil. Autópsia foi realizada em todos os casos. As idades variaram de 3 a 81 anos. Todos foram agredidos por cães. O tempo entre o acidente e a admissão hospitalar variou de 20 a 120 dias (média de 45 ± 34 dias). O tempo de internamento variou de 1 a 9 dias (média de 5.5 ± 3.1 dias). Os sinais e sintomas observados foram febre, hidrofobia, aerofobia, agitação, desorientação, dispnéia, sialorréia, vômitos, oligúria, faringite, dor e hipoestesia no local da mordida, cefaléia, síncope, tosse, hematêmese, midríase, hematúria, constipação, dor cervical e priapismo. Em três de seis pacientes (50%) foi encontrada evidência de insuficiência renal aguda, definida como creatinina > 1.4 mg/dL. Os achados de autópsia do tecido renal foram congestão glomerular leve a moderada e congestão capilar peritubular leve a intensa. Necrose tubular aguda foi encontrada em dois casos. Estes achados são inespecíficos, de modo que a instabilidade hemodinâmica, causada por disfunção autonômica, hidrofobia e desidratação podem ser considerados como responsáveis pela insuficiência renal aguda na raiva.


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