Acessibilidade / Reportar erro

Complemento hemolítico total, C3 e taxa de conversão de C3 nas formas cardíaca e indeterminada da doença de Chagas

Levels of hemolytic complement, total C3 and degree of conversion of native C3 in cardiac and indeterminate form of Chagas' disease

Resumos

Os valores de complemento hemolítico total, C3 total (nativo + produtos de degradação) e o grau de conversão de C3 nativo foram estudados em dois subgrupos de pacientes chagásicos, nas formas cardíaca e indeterminada, e em um subgrupo de indivíduos não chagásicos, clinicamente sadios. Os níveis de C3 total e as taxas de conversão de C3 em seus produtos de degradação foram semelhantes nos três subgrupos. Os valores de complemento hemolítico total foram estatisticamente diferentes nos três subgrupos (nível de significância descritivo p = 0,0757), tendo sido observada média aritmética mais baixa no subgrupo de cardíacos e mais elevada no subgrupo de controles. Maior amplitude de variação dos níveis de complemento hemolítico total foi notada no subgrupo de cardíacos, no qual se encontraram os valores extremos (máximo e mínimo), considerando-se todos os subgrupos.


The levels of hemolytic complement and total C3 (native C3 plus its degration products) and the degree of conversion of native C3 into its breakdown products were studied in sera from two subgroups of chagasic patients (indeterminate and cardiac forms) and from non chagasic individuals (control subgroup). The levels of total C3 and the degree of conversion of native C3 into its breakdown products were similar in the three subgroups. The levels of hemolytic complement were statistically different among the three subgroups. The lowest average was observed in the subgroup of cardiac patients and the highest average in the control subgroup of non chagasic individuals. The widest variation on levels of hemolytic complement was observed in the subgroup of cardiac patients in which we found the maximum and minimum values among all the subgroups.


Complemento hemolítico total, C3 e taxa de conversão de C3 nas formas cardíaca e indeterminada da doença de Chagas

Levels of hemolytic complement, total C3 and degree of conversion of native C3 in cardiac and indeterminate form of Chagas' disease

M. A. Shikanai-YasudaI; Z. T. W. SouzaII; P. H. YasudaIII; S. BauebII; E. A. CastilhoIV; I. IruleguiIV; C. A. C. VazII

IDepartamento de Medicina Tropical e Dermatologia da Faculdade de Medicina da USP

IICentro de Pesquisas Imunoquímieas do Instituto de Ciências Biomédicas da USP

IIIDepartamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP

IVDepartamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. (Instituto de Medicina Tropical de São Paulo)

RESUMO

Os valores de complemento hemolítico total, C3 total (nativo + produtos de degradação) e o grau de conversão de C3 nativo foram estudados em dois subgrupos de pacientes chagásicos, nas formas cardíaca e indeterminada, e em um subgrupo de indivíduos não chagásicos, clinicamente sadios. Os níveis de C3 total e as taxas de conversão de C3 em seus produtos de degradação foram semelhantes nos três subgrupos. Os valores de complemento hemolítico total foram estatisticamente diferentes nos três subgrupos (nível de significância descritivo p = 0,0757), tendo sido observada média aritmética mais baixa no subgrupo de cardíacos e mais elevada no subgrupo de controles. Maior amplitude de variação dos níveis de complemento hemolítico total foi notada no subgrupo de cardíacos, no qual se encontraram os valores extremos (máximo e mínimo), considerando-se todos os subgrupos.

SUMMARY

The levels of hemolytic complement and total C3 (native C3 plus its degration products) and the degree of conversion of native C3 into its breakdown products were studied in sera from two subgroups of chagasic patients (indeterminate and cardiac forms) and from non chagasic individuals (control subgroup). The levels of total C3 and the degree of conversion of native C3 into its breakdown products were similar in the three subgroups. The levels of hemolytic complement were statistically different among the three subgroups. The lowest average was observed in the subgroup of cardiac patients and the highest average in the control subgroup of non chagasic individuals. The widest variation on levels of hemolytic complement was observed in the subgroup of cardiac patients in which we found the maximum and minimum values among all the subgroups.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

AGRADECIMENTOS

À Dra. Marcília de Araújo Medrado-Faria, coordenadora do Projeto CNPq — PDE 2228/110/80 e ao Dr. Yoshitaka Okumura, chefe do Banco de Sangue do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, por possibilitarem a seleção de pacientes; às Dras. Júnia Chaves e Tereza A. E. Kliemann, pelas facilidades na utilização respectivamente, de material e equipamento de seus laboratórios; ao Prof. Dr. Vicente Amato Neto, pelo auxílio na aquisição de reagente utilizado.

Recebido para publicação em 18/2/1983.

  • 1. ABLIN, R. J. & CANESE, A. Immunoglobulin and complement in Chagas' disease. Zbl. Bakt. Hyg. Abt. Orig. A 223: 124-129, 1973.
  • 2. BRITO, T. & VASCONCELOS, E. Necrotizing arteritis in megaesophagus. Histopathology of ninety-one biopsies taken from the cardia. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 1: 195-206, 1959.
  • 3. BUDZKO, D. B.; PIZZIMENTI, M. C. & KIERSZENBAUN, P. Effects of complement depletion in experimental Chagas' disease: immune lysis of virulent blood forms of Trypanosoma cruzi. Infect. Immunity 11: 86-91, 1975.
  • 4. CHAVES, J.; FERRI, R. G.; KLIEMANN, T. A. E.; IRULEGUI, I. & SOUZA, H. B. W. T. Complexos imunes circulantes na Doença de Chagas experimental. Identificação de antígenos parasitários nos complexos. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 21: 77-81, 1979.
  • 5. CHAVES, J.; MARIANO, O. N.; SOUZA, H. B. W. T.; IRULEGUI, I. & VAZ, C. A. C Deposição de complexos imunes na doença de Chagas experimental. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 24: 11-15, 1982.
  • 6. COSSERMELLI, W.; FRIEDMAN, H.; PASTOR, E. H.; NOBRE, M. R.; MANZIONE, A.; CAMARGO, M, E. & SHIROMA, M. Polymyositis in Chagas' disease. Ann. Rheum. Dis. 37: 277-280, 1978.
  • 7. CUNNINGHAM, D. S.; GRAIG, W. H. & KUHN, R. E. Reduction of complement levels in mice infected with Trypanosoma cruzi. J. Parasitol. 64: 1044-1049, 1978.
  • 8. DALMASSO, A. P. & JARVINEN, J. A. Experimental Chagas' disease in complement-deficient mice and guinea-pigs. Infect. Immun. 28: 432-438, 1980.
  • 9. DUN, O. J. Multiple comparisons using rank sums. Technometrics 6: 241-252, 1964.
  • 10. FRUIT, J.; MOSCA, W.; AFCHAUN, D.; YARZABAL, L.; SANTORO, F. & CAPRON, A. Circulating immune complexes in human Chagas' disease. ANAIS CONGRESSO INTERNACIONAL D. CHAGAS. Rio de Janeiro, p. 199, 1979.
  • 11. GALVÃO-CASTRO, B.; MORGADO, M. G. & SCHMOCKER, K. Immunopathology of American trypanosomiasis: Immune complexes, complement C3, immunoglobulins and immune response in experimental Chagas disease. ANAIS CONGRESSO INTERNACIONAL D. CHAGAS. Rio de Janeiro, p. 179, 1979.
  • 12. HOLLANDER, M. & WOLFE, D. A. Nonparametric statistical methods. New York, John Wiley & Sons, 1973.
  • 13. IRULEGUI, I.; CHAVES, J.; FERRI, R. G.; SOUZA, Z. W. T.; SOUZA, H. B. W. T. & CASTILHO, E. A. Conversion of the C3 component of complement in mice infected with Trypanosoma cruzi. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 22: 62-68, 1980.
  • 14. IRULEGUI, I.; YAMASHIRO, E. H.; CASTILHO, E. A. & BRITO, T. The complement system and the inflammatory response in experimental Chagas' disease. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 24: 349-352, 1982.
  • 15. KIERSZENBAUM, F. Cross-reactivity of lytic antibodies against blood forms of Trypanosoma cruzi J. Parasitol. 62: 134-135, 1976.
  • 16. MANCINI, G.; CARBONARA, A. O. & HEREMANS, J. F. Immunochemical quantification of antigens by single radial immunodiffusion. Immunochemistry 2: 235-254, 1965.
  • 17. MARDINEY, M. R. & MULLER-EBERHARD, H. J. Mouse B1C globulin: production of antiserum and characterization in the complement reaction. J. Immunol. 94: 877-882, 1965.
  • 18. PERALTA, J. M.; MANIGOT, D. A.; MUSCELLI, E. O. A.; MAGALHÃES, T. C. R.; ALMEIDA, E. A. & BASTOS, A. Anticorpos EVI e NP na infecção chagásica crônica. Estudo em pacientes com diferentes formas clínicas. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 24: 6-10, 1982.
  • 19. RIERA, N. E.; MALBRAN, A.; RITACCO, V.; COSSIO, P. M.; ARANA, R. M. & BRANCO, M. M. E. El sistema complemento en la enfermedad de Chagas crónica. Medicina (B. Aires) 40: 125-132, 1980.
  • 20. SÁ FERREIRA, J. A.; GALVÃO-CASTRO, B.; SCHMOKER, K.; CASTRO, E.; MACEDO, V. & PRATA, A. Detection of circulating immune complexes and complement study in different clinical forms of Chagas' disease. VII REUNIÃO ANUAL DE PESQUISA BÁSICA EM DOENÇA DE CHAGAS. Resumos. Caxambu, MG, Brasil, 1980.
  • 21. SHIKANAI-YASUDA, M. A. Doença de Chagas: formas indeterminada e cardíaca. Resposta imune humoral estudada em linfócitos, miocárdio e tecido nervoso periférico. São Paulo, 1982. [Tese Doutoramento]. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
  • 22. SIQUEIRA, A. F.; FERRIOLI FILHO, F. & RIBEIRO, R. D. Aspectos imunológicos precoces observados em ratos infectados pelo Trypanosoma cruzi. Resumos. IX REUNIÃO ANUAL SOBRE PESQUISA BÁSICA EM DOENÇA DE CHAGAS. Caxambu, M.G., Brasil, 1977, p. 76.
  • 23. SZARFMAN, A.; LUQUETTI, A.; RASSI, A.; RESENDE, J. M. & SCHMUÑIS, G. A. Tissue reacting immunoglobulins in patients with different clinical forms of Chagas' disease. Amer. J. trop. Med. Hyg. 30: 43-46, 1981.
  • 24. WADSWORTH, A. B. Standard methods of the Division of Laboratories and Research of the New York State Department of Health. Baltimore, William & Wilkins, 1947.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Abr 2013
  • Data do Fascículo
    Fev 1984

Histórico

  • Recebido
    18 Fev 1983
Instituto de Medicina Tropical de São Paulo Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 470, 05403-000 - São Paulo - SP - Brazil, Tel. +55 11 3061-7005 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revimtsp@usp.br