Um estudo epidemiológico seccional, tipo caso-controle, planejado para avaliar o papel desempenhado pelo estado nutricional do paciente na associação entre a intensidade da infecção pelo Schistosoma mansoni e as manifestações clínicas da esquistossomose, foi conduzido em uma área do Estado de Minas Gerais que apresentava uma baixa freqüência desta parasitose e uma baixa morbidade devido a esta infecção. Casos (256) foram definidos como participantes que apresentavam exame de fezes positivo para S. mansoni, com uma média geométrica de 90 ovos/grama de fezes. Controles (256) foram definidos como uma amostra aleatória dos pacientes com exames de fezes negativo, pareados aos casos por idade, sexo e tempo de residência na área. Os sinais e sintomas clínicos assinalados como associados à infecção pelo S. mansoni, comparando-se casos e controles, foram a presença de sangue nas fezes e de fígado palpável. Foi detectada uma tendência linear nas odds relativas destes sinais e sintomas e níveis crescentes de infecção. Ajustando pelo numera de ovos de S. mansoni excretados, a existência de uma interação entre grupo étnico (brancos) e fígado palpável foi sugerida. Não foram encontradas diferenças significativas no estado nutricional dos casos e dos controles.