A transmissão congênita da doença de Chagas continua a ser um problema no Brasil. Em um estudo com 58 recém-nascidos, de 57 mães com a forma crônica da doença de Chagas, selecionadas em três Instituições de Saúde da Cidade de São Paulo, a transmissão congênita foi demonstrada em 5,17% (3/58) dos casos, com um provável caso confirmado somente pelo achado de antígenos do T. cruzi na placenta e cordão umbilical. Os testes parasitológicos (microhematócrito, quantitative buffy coat-QBC ou xenodiagnóstico artificial) foram capazes de diagnosticar dois casos congênitos de infecção pelo T. cruzi, nascidos de mulheres chagásicas com infecção pelo HIV. A imunohistoquímica efetuada nestas duas placentas foi capaz de identificar formas amastigotas e antígenos do T. cruzi. A infecção congênita foi confirmada a nível placentário em outros dois casos, e a nível fetal em um destes casos por imunohistoquímica. O Immunoblotting utilizando antígenos excretados/secretados de formas tripomastigotas do T. cruzi (TESA-blot), detectou anticorpos IgG em 54/55 dos casos e IgM em 1/55. Nos dois casos congênitos um apresentou anticorpos IgG e IgM o no outro não foram detectados anticorpos IgG ou IgM anti T. cruzi, apesar do achado de parasitas circulantes.