Foram utilizados ratos albinos, fêmeas, para o estudo histopatológico sequencial da paracoccidioidomicose experimental. Os animais39 foram inoculados intraperitonealmente com uma cepa de Paracoccidioides brasiliensis na fase leveduriforme e sacrificados, em determinados intervalos, a partir de 1 a 168 dias pós-infecção; cada animal recebeu um inóculo de 4 x 10(6) células em 0,8 ml de salina. Os animais controles receberam salina contendo raspado do meio de cultura. Foram estudados tecidos correspondentesà área de inoculação. Analisou-se pela microscopia óptica o processo inflamatório granulomatoso em todo o seu conjunto, estudando a população celular, a matriz extracelular e a presença e características do fungo. Os resultados possibilitaram desmembrar a cinética da resposta inflamatória em três fases: 1) neutrofílica ou macrofágica-neutrofílica; 2) pré-granulomatosa; 3) granulomatosa. A síntese de matriz extracelular iniciou-se pela deposição de material fibrinóide, intensificando-se de modo gradativo com depósito de colágeno, de proteoglicanos e glicoproteínas. Os parasitos estavam presentes em todas as fases estudadas. Períodos de reativação da doença eram nitidamente evidenciados através da concomitância de granulomas recém-formados com granulomas mais antigos, indicando que o processo granulomatoso neste modelo não resolve a doença, nem tão pouco consegue limitar a disseminação do fungo por um período prolongado.