Um inquérito epidemiológico em população canina foi realizado em 7 localidades endêmicas de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) entre os anos de 1986 a 1993, no Estado do Rio de Janeiro. Duzentos e setenta cães foram examinados, segundo os parâmetros: clínicos, desenvolvimento de hipersensibilidade tardia e dosagem de anticorpos por imunofluorescência indireta (IFI). 28,2% dos animais possuíam lesões e 3,3% eram portadores de cicatrizes compatíveis com infecção prévia de Leishmania sp. De um total de 98 lesões ulceradas detectadas, 39,5% eram cutâneas únicas, 25,0% lesões cutâneas múltiplas, 31,6% lesões de mucosa e 4,0% lesões de mucosa associadas a lesões cutâneas. Doze amostras (15,8%) colhidas de fragmentos de lesões cutâneas foram analisadas por zimodema e esquizodema e identificadas como Leishmania (V.) braziliensis . A prevalência da infecção canina avaliada pelo teste cutâneo e pela IFI foram respectivamente de 40,5% e 25,5%. A comparação entre as reações mostrou que o teste cutâneo foi superior na detecção da infecção e da doença canina, embora, sem diferença estatística significante (p> 0,05). A sensibilidade e a especificidade proporcional foram respectivamente de 84,0% e 74,0%. A utilização de ambas as reações, cutânea e sorológica mostraram-se úteis como instrumento de diagnóstico epidemiológico em áreas de LTC.