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Tratamento com posaconazol de casos de cromoblastomicose e micetoma maduromicótico resistentes a outros antifúngicos

Eumicetoma e cromoblastomicose são infecções fúngicas crônicas do tecido subcutâneo que evoluem com aspecto desfigurado, raramente involuindo espontaneamente. A maioria dos pacientes não apresenta melhora sustentada por longo tempo com os tratamentos disponíveis, sendo de grande importância as novas opções terapêuticas. A eficácia do posaconazol, um novo agente antifúngico de amplo espectro do grupo dos triazóis, foi estudada em 12 pacientes com eumicetoma ou cromoblastomicose refratária às terapêuticas antifúngicas disponíveis. Os pacientes receberam por no máximo 34 meses, doses divididas de 800 mg/dia de posaconazol. Resposta clínica parcial ou completa foi considerada como sucesso; doença estável ou falha terapêutica foi considerada como insucesso. Todos os 12 pacientes tinham infecções comprovadas ou prováveis, refratárias à terapêutica padrão preconizada. Sucesso clínico foi registrado em cinco de seis pacientes com eumicetoma e cinco de seis pacientes com cromoblastomicose. Em dois pacientes observou-se doença estável. Como parte do protocolo de extensão do tratamento, dois pacientes com eumicetoma que inicialmente tinham tido sucesso terapêutico e que após um intervalo maior de 10 meses apresentaram recidiva da micose, foram retratados com sucesso com posaconazol. Posaconazol foi bem tolerado durante o longo período de administração (até 1015 dias). A terapêutica com posaconazol foi seguida de sucesso na maioria dos pacientes com eumicetoma ou cromoblastomicose refratária à terapêutica padrão, sugerindo que tal droga possa ser uma importante opção no tratamento de tais doenças.


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