Objetivo:
avaliar a transição do cuidado na perspectiva de pessoas que vivem com doenças crônicas e identificar sua relação com as características clínicas e sociodemográficas.
Método:
estudo transversal, com 487 pacientes que receberam alta de um hospital. Foram utilizados instrumentos de caracterização clínica, sociodemográfica e Care Transitions Measure-15, que mensura os fatores Preparo para o autogerenciamento, Preferências asseguradas, Entendimento das medicações e Plano de cuidados. Análise estatística descritiva e inferencial.
Resultados:
a transição do cuidado foi satisfatória (76,8±10,4). Média dos fatores: preparo para o autogerenciamento (82,2±10,8), Preferências asseguradas (84,7±14,3), Entendimento das medicações (75,7±13,7) e Plano de Cuidados (64,5±13,2). Pacientes do sexo feminino apresentaram média superior no fator entendimento sobre medicações. Brancos e residentes na zona urbana avaliaram melhor o Plano de cuidados. Observou-se a maior média no fator Preferências asseguradas (84,7±14,3) e a menor no fator Plano de cuidados (64,5±13,2). Em todos os fatores, foram encontradas diferenças significativas nas variáveis (paciente cirúrgico, portar artefatos clínicos e não estar internado por COVID-19). Pacientes internados até cinco dias apresentaram diferença estatística nos fatores Preparação para o autogerenciamento e Entendimento das medicações. Em pacientes que não apresentaram reinternação em 30 dias após a alta, o Preparo para o autogerenciamento foi melhor. Quanto melhor o Preparo para o autogerenciamento, menores são os índices de reinternação em 30 dias.
Conclusão:
em pacientes que vivem com doenças crônicas, variáveis sociodemográficas e clínicas estão associadas à transição do cuidado. Pacientes que avaliaram melhor o preparo para autogerenciamento tiveram menos reinternações em 30 dias.
Descritores:
Cuidado Transicional; Readmissão do Paciente; Doenças Crônicas; Alta Hospitalar; Continuidade da Assistência ao Paciente; Assistência Centrada no Paciente
Destaques:
(1) Estudo brasileiro que avaliou transição do cuidado de pacientes com DCNT.
(2) Mulheres apresentaram média superior, no fator entendimento sobre medicações.
(3) Brancos e residentes na zona urbana avaliaram melhor o plano de cuidados.
(4) Melhor preparo para autogerenciamento reduz tempo de internação e reinternações.
(5) Melhor preparo para entendimento das medicações reduz tempo de internação.