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Percepções de sujeitos surdos sobre a comunicação na Atenção Básica à Saúde* * Artigo extraído da dissertação de mestrado “Comunicação na Atenção Básica à Saúde: percepções do sujeito surdo”, apresentada à Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

RESUMO

Objetivo:

analisar as percepções de indivíduos com surdez em relação ao processo comunicacional com profissionais de saúde da Atenção Básica do Estado do Rio de Janeiro.

Métodos:

estudo observacional transversal. A coleta de dados foi feita através da aplicação de questionário com perguntas quantitativas e qualitativas a 121 surdos adultos. As respostas objetivas foram estudadas descritivamente através de tabelas de frequência e analisadas por estatísticas inferenciais e de regressão logística. E, para os dados oriundos de questões abertas, foi realizada uma análise de conteúdo.

Resultados:

a falta de intérprete e a não utilização da Língua Brasileira de Sinais pelos profissionais foram percebidas como principais barreiras comunicacionais. Já a presença de acompanhante ouvinte (73%) e o uso de mímicas/gestos (68%) estão entre as estratégias mais utilizadas pelos surdos. A maioria dos surdos relatou insegurança após as consultas e os que melhor compreenderam seu diagnóstico e tratamento foram os surdos bilíngues (p=0,0347) e os oralizados (p=0,0056).

Conclusão:

a comunicação com os profissionais foi facilitada quando os surdos estavam com acompanhante ou quando utilizavam mímicas e gestos, sendo a língua de sinais negligenciada, apesar da legislação garantir aos surdos atendimento por profissionais capacitados para o uso desta.

Descritores:
Acessibilidade; Atenção Primária à Saúde; Barreiras de Comunicação; Comunicação; Perda Auditiva; Surdez

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