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Autoeficácia na amamentação em mulheres adultas e sua relação com o aleitamento materno exclusivo

Resumos

Objetivo:

analisar a relação entre a autoeficácia materna para amamentar e as variáveis sociodemográficas, obstétricas e neonatais; a duração do aleitamento materno exclusivo e as variáveis sociodemográficas, e a autoeficácia para amamentar e a duração do aleitamento materno exclusivo nos intervalos de 30, 60 e 180 dias pós-parto.

Método:

estudo longitudinal e prospectivo realizado com 224 mulheres. Para coleta de dados, utilizou-se um questionário sociodemográfico, a Breastfeeding Self-Efficacy ScaleShort Form e um questionário sobre amamentação e alimentação da criança. Para análise utilizou-se o Teste Exato de Fisher e o Coeficiente de Correlação de Pearson.

Resultados:

identificou-se que não houve associação entre a autoeficácia para amamentar e a duração do aleitamento materno exclusivo em 30, 60 e 180 dias. A autoeficácia apresentou associação com o tipo de parto e intercorrência no pós-parto. Também se encontrou associação entre a religião e o aleitamento materno exclusivo com 30 e 60 dias pós-parto, e auxílio aos cuidados com o bebê e o aleitamento materno exclusivo em 60 dias.

Conclusão:

identificou-se que o tipo de parto, intercorrência no pós-parto, religião e auxílio aos cuidados com o bebê corroboram para incrementar a confiança materna na capacidade para amamentação.

Descritores:
Aleitamento Materno; Autoeficácia; Enfermagem Obstétrica; Saúde Materno-Infantil; Saúde da Mulher; Saúde da Criança


Objective:

to analyze the relationship between maternal self-efficacy to breastfeed and sociodemographic, obstetric, and neonatal variables; between the duration of exclusive breastfeeding and sociodemographic variables; and between the breastfeeding self-efficacy and the duration of exclusive breastfeeding at the intervals of 30, 60, and 180 days postpartum.

Method:

a longitudinal and prospective study conducted with 224 women. A sociodemographic questionnaire, the Breastfeeding Self-Efficacy Scale – Short Form, and a questionnaire on breastfeeding and child feeding were used for collecting the data. Fisher’s exact test and Pearson’s correlation coefficient test were used for analysis.

Results:

there was no association between breastfeeding self-efficacy and the duration of exclusive breastfeeding identified at 30, 60, and 180 days. Self-efficacy was associated with the type of delivery and complications in the postpartum period. There was also an association between religion and exclusive breastfeeding 30 and 60 days postpartum, and assistance with baby care and exclusive breastfeeding at 60 days.

Conclusion:

It was identified that the type of delivery, complications in the postpartum period, religion, and assistance with baby care corroborate to increase maternal confidence in the ability to breastfeed.

Descriptors:
Breastfeeding; Self Efficacy; Obstetric Nursing; Maternal and Child Health; Women’s Health; Child Health


Objetivo:

analizar la relación entre la autoeficacia materna para amamantar y las variables sociodemográficas, obstétricas y neonatales; la duración del amamantamiento materno exclusivo y las variables sociodemográficas, y la autoeficacia para amamantar y la duración de la lactancia materna exclusiva a intervalos de 30, 60 y 180 días posparto.

Método:

estudio longitudinal y prospectivo realizado con 224 mujeres. Para la recolección de datos, se utilizó un cuestionario sociodemográfico, la Breastfeeding Self-Efficacy Scale – Short Form y un cuestionario sobre amamantamiento y alimentación infantil. La Prueba Exacta de Fisher y el coeficiente de correlación de Pearson se utilizaron para el análisis.

Resultados:

se identificó que no hubo asociación entre la autoeficacia para amamantar y la duración de la lactancia materna exclusiva en 30, 60 y 180 días. La autoeficacia se asoció con el tipo de parto y las intercurrencias en el período posparto. También hubo una asociación entre la religión y la lactancia materna exclusiva con 30 y 60 días posparto, y entre la asistencia en los cuidados del bebé y la lactancia materna exclusiva en 60 días

Conclusión:

se identificó que el tipo de parto, las intercurrencias en el período posparto, la religión y la asistencia en los cuidados del bebé corroboran para aumentar la confianza materna en la capacidad de amamantar.

Descriptores:
Lactancia Materna; Autoeficacia; Enfermería Obstétrica; Salud Materno-Infantil; Salud de la Mujer; Salud del Niño


Introdução

As contribuições do aleitamento materno já são conhecidas mundialmente, sendo seus benefícios estendidos não somente à saúde da mulher e da criança, mas também para toda a família e sociedade(11 Victora CG, Bahl R, Barros AID, França GVA, Horton S, Krasevec J, et al. Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet. 2016 Jan 30;387(10017):475-90. doi: 10.1016/S0140-6736(15)01024-7
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), e devido a estas contribuições, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil (MS) recomendam o aleitamento materno exclusivo (AME) até o sexto mês de vida da criança(22 Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.). Apesar de todos os benefícios descritos na literatura científica, apenas 37% das crianças nascidas no Brasil são amamentadas exclusivamente até o sexto mês de vida, índice abaixo do recomendado pela OMS, que é de pelo menos 50%(22 Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.

3 Pérez-Escamilla R. Breastfeeding in Brazil: major progress, but still a long way to go. J. Pediatr (Rio J). [Internet]. 2017 Apr [cited 2020 Apr, 15];93(2):107-10. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-5572017000200107&lng=en. doi: 10.1016/j.jped.2016.10.003
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
-44 Boccolini CS, Boccolini PMM, Monteiro FR, Venâncio SI, Giugliani ERJ. Breastfeeding indicators trends in Brazil for three decades. Rev Saúde Pública (Online). 2017 Nov 17;51(108):9. doi: doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000029.
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).

A prática do aleitamento materno é um processo complexo que vai além do determinismo biológico, e a decisão da mulher em amamentar ou não envolve também fatores sociais, culturais, econômicos e psicológicos(55 Matare CR, Craig HC, Martin SL, Kayanda RA, Chapleau GM, Kerr RB, et al. Barriers and Opportunities for Improved Exclusive Breast-Feeding Practices in Tanzania: Household Trials With Mothers and Fathers. Food Nutr Bull. 2019 Sep;40(3):308-25. doi: 10.1177/0379572119841961
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). Estudo realizado no Distrito Federal (Brasil), observou que as causas de desmame precoce estavam relacionadas às crenças de leite fraco e à necessidade da mulher de retornar ao trabalho(66 Neri VF, Alves ALL, Guimarães LC. Prevalence of early weaning and related factors in children of the Federal District and surroundings. REVISA (Online). 2019 Out-Dez;8(4):451-9. doi: 10.36239/revisa.v8.n4.p451a459
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). Outro estudo realizado em Valencia (Espanha) observou que houve relação com o tempo de amamentação e a idade materna, paridade, baixa produção de leite e baixo ganho de peso do bebê(77 Vila-Candel R, Soriano-Vidal FJ, Murillo-Llorente M, Pérez-Bermejo M, Castro-Sánchez E. Maintenance of exclusive breastfeeding after three months postpartum: An experience in a health department of a Valencian Community. Aten Primaria. 2019 Feb;51(2):91-8. doi: 10.1016/j.aprim.2017.09.002
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).

O apoio recebido pela mulher durante este processo também é um fator que fortemente influencia a prática da amamentação, seja ele recebido por familiares, amigos ou profissionais de saúde(88 McFadden A, Gavine A, Renfrew MJ, Wade A, Buchanan P, Taylor JL, et al. Support for healthy breastfeeding mothers with healthy term babies. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 28;2(2):CD001141. doi: 10.1002/14651858.CD001141.pub5
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). Além disso, na atualidade, as mulheres também buscam suporte por meio das redes sociais, sites e páginas da internet que trazem informações sobre as práticas do aleitamento materno, sendo uma nova forma de intervenção em saúde(99 Skelton KR, Evans R, LaChenaye J, Amsbary J, Wingate M, Talbott L. Exploring Social Media Group Use Among Breastfeeding Mothers: Qualitative Analysis. JMIR Pediatr Parent. 2018; 1(2):e11344. doi: 10.2196/11344
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).

A interrupção precoce da amamentação pode estar relacionada com a baixa confiança da mulher em sua capacidade de amamentar seu bebê, sendo esta uma importante variável que influencia o início e a manutenção do aleitamento materno(1010 Rocha IS, Lolli LF, Fujimaki M, Gasparetto A, Rocha NB. Influência da autoconfiança materna sobre o aleitamento materno exclusivo aos seis meses de idade: uma revisão sistemática. Cien Saude Colet. 2018;23(11):3609-19. doi: 10.1590/1413-812320182311.20132016
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-1111 Roza JG, Fong MK, Ang BL, Sadon RB, Koh EYL, Teo SSH. Exclusive breastfeeding, breastfeeding self-efficacy and perception of milk supply among mothers in Singapore: A longitudinal study. Midwifery. 2019 Jul;79:102532. doi.org/10.1016/j.midw.2019.102532
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). A confiança materna na capacidade para amamentar é também conhecida como autoeficácia na amamentação, e pode ser modificada por meio de intervenções individuais às mulheres(1010 Rocha IS, Lolli LF, Fujimaki M, Gasparetto A, Rocha NB. Influência da autoconfiança materna sobre o aleitamento materno exclusivo aos seis meses de idade: uma revisão sistemática. Cien Saude Colet. 2018;23(11):3609-19. doi: 10.1590/1413-812320182311.20132016
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).

O construto da autoeficácia na amamentação se constitui por quatro fontes de informação, que interferem diretamente na decisão da mulher para o início e manutenção desta prática: pela experiência pessoal da mulher; pela convivência com outras mulheres que amamentam (experiência vicária), pelas informações recebidas tanto de sua rede de apoio social quanto do profissional de saúde que a acompanha, e pela sua condição física e emocional(1212 Dennis CL, Faux S. Development and psychometric testing of the breastfeeding self- efficacy scale. Res Nurs Health New York. 1999 Oct 13;22(5):399-409. doi: 10.1002/(SICI)1098-240X(199910)22:5<399:: AID-NUR6>3.0.CO;2-4
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).

Sabe-se que aquelas que confiam em sua capacidade geralmente amamentam por mais tempo do que aquelas que não têm esta percepção(1010 Rocha IS, Lolli LF, Fujimaki M, Gasparetto A, Rocha NB. Influência da autoconfiança materna sobre o aleitamento materno exclusivo aos seis meses de idade: uma revisão sistemática. Cien Saude Colet. 2018;23(11):3609-19. doi: 10.1590/1413-812320182311.20132016
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). Para os profissionais de saúde, que são essenciais no incentivo e apoio ao aleitamento materno, a identificação de mães que apresentam risco para o desmame precoce (baseada em variáveis modificáveis), como baixa autoeficácia para amamentar, pode facilitar o desenvolvimento e a avaliação de intervenções que favoreçam a amamentação(1313 Guimarães CMS, Bonelli MCP, Conde RG, Gomes-Sponholz FA, Oriá MOB, Monteiro JCS. Self-efficacy in breastfeeding and nursing professional practice. Rev Enferm UFPE On Line. 2018 Abr;12(4):1085-90. doi: 10.5205/1981-8963-v12i4a230736p1085-1090-2018
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-1414 Thorpe K, Danby S, Cromack C, Gallegos D. Supporting, failing to support and undermining breastfeeding self-efficacy: analysis of helpline calls. Matern Child Nutr. 2020;16:e12919. doi: 10.1111/mcn.12919
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).

O Brasil é um país com uma grande diversidade cultural e econômica, por isso entender o comportamento da mulher frente aos diferentes cenários pode trazer subsídios para o aprimoramento das políticas públicas de promoção e proteção ao aleitamento. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a relação entre a autoeficácia materna para amamentar e as variáveis sociodemográficas, obstétricas e neonatais; a duração do aleitamento materno exclusivo e as variáveis sociodemográficas, e a autoeficácia para amamentar e a duração do aleitamento materno exclusivo nos intervalos de 30, 60 e 180 dias pós-parto.

Método

Estudo longitudinal e prospectivo realizado com 224 mulheres, sendo selecionadas de modo aleatório, seguindo os seguintes critérios de inclusão: ter 18 anos ou mais, com 24 horas pós-parto, no mínimo, em condições físicas para amamentar, acompanhadas pelos seus filhos no alojamento conjunto, que tiveram filhos com idade gestacional a termo e que possuíam telefone fixo ou celular. Os critérios de exclusão foram: mulheres com deficiência auditiva e/ou visual, desorientadas quanto ao tempo, espaço ou pessoa, com recém-nascidos que estavam recebendo cuidados especiais e/ou que apresentavam alguma anomalia ou malformação.

O estudo foi realizado na cidade de Ribeirão Preto no período de janeiro de 2014 a junho 2015, em duas etapas. A primeira etapa foi realizada no alojamento conjunto, onde as mulheres que atenderam aos critérios de inclusão e aceitaram participar do estudo após serem orientadas sobre o mesmo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram aplicados dois instrumentos de coleta de dados, com duração média de 15 minutos para o preenchimento: o primeiro instrumento contemplou as variáveis sociodemográficas (idade, cor autorreferida, escolaridade, religião, estado marital, renda e auxilio nos cuidados com o bebê) e obstétricos (número de filhos, planejamento da gestação atual, número de consultas de pré-natal, tipo de parto, intercorrências no pós-parto, sexo e peso do recém-nascido, amamentação na primeira hora de vida do recém-nascido e tipo de aleitamento durante a coleta de dados). O segundo instrumento aplicado foi a Breastfeeding Self-Efficacy Scale – Short Form (BSES-SF), escala canadense validada no Brasil(1515 Dodt RCM. Aplicação e validação da Breastfeeding Self-Efficacy Scale-Short Form (BSES-SF). Rev RENE. [Internet]. 2008. [cited May 15, 2019];9(2):165-7. Available from: http://www.revenf.bvs.br/pdf/rene/v9n2/20.pdf
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), utilizada para avaliar a confiança materna na habilidade para amamentar. A BSES-SF é uma escala tipo Likert contendo 14 questões divididas em: Domínio Técnico e Domínio de Pensamento Intrapessoal; cada questão apresenta cinco possibilidades de respostas variando de 1 a 5 pontos, sendo 1-discordo totalmente, 2-discordo, 3-às vezes concordo, 4-concordo, 5-concordo totalmente, e a somatória dos escores varia de 14 a 70 pontos. A autoeficácia para amamentar é identificada a partir da somatória de cada questão: autoeficácia baixa (14 a 32 pontos), autoeficácia média (33 a 51 pontos), autoeficácia alta (52 a 70 pontos)(1515 Dodt RCM. Aplicação e validação da Breastfeeding Self-Efficacy Scale-Short Form (BSES-SF). Rev RENE. [Internet]. 2008. [cited May 15, 2019];9(2):165-7. Available from: http://www.revenf.bvs.br/pdf/rene/v9n2/20.pdf
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).

A segunda etapa do estudo caracterizou-se pelas buscas telefônicas realizadas em 30, 60 e 180 dias após o parto, utilizando-se um terceiro instrumento de coleta de dados que contemplava questões referentes ao tipo de alimentação oferecida à criança (aleitamento materno e/ou alimentação complementar), tempo de aleitamento materno exclusivo em dias e as intercorrências ocorridas durante o período da amamentação. O contato telefônico durou em média dez minutos e a cada contato era combinado com a mulher qual o melhor período para realizar o próximo contato, respeitando-se as rotinas da família. Foram realizadas até três tentativas de contato telefônico em cada um dos momentos desta etapa, em dias e horários diferentes, e se a participante não fosse encontrada em nenhuma das três tentativas, era excluída da pesquisa.

Os dados coletados foram compilados e armazenados em uma planilha eletrônica estruturada no Microsoft Excel, por meio de dupla digitação, possibilitando a validação dos dados e eliminação de erros, garantindo assim a confiabilidade da digitação. Os dados foram analisados descritivamente utilizando-se o programa estatístico Statistical Analysis System SAS® 9.0. Para verificar a associação entre as variáveis qualitativas, os dados foram submetidos ao Teste Exato de Fisher, sendo que as variáveis quantitativas foram categorizadas e também submetidas a este Teste. Para verificar a relação entre a autoeficácia materna e o tempo final de amamentação utilizou-se o Coeficiente de Correlação de Pearson. Para todas as análises estatísticas foram considerados níveis de significância de 5% (α=0,05).

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, com o número de protocolo: 21346013.8.0000.5393.

Resultados

Das 224 (100%) mulheres investigadas a idade variou entre 18 e 44 anos, média de idade de 24,65 anos (Desvio Padrão - DP=5,79) e mediana de 24 anos. No que se refere à percepção da própria cor, 44,2% das mulheres referiram ser de cor parda, 47,32% declararam ter ensino médio completo, 47,3% se declararam amasiadas e 79,9% referiram ter alguma religião. A maioria (59,4%) referiu não realizar trabalho remunerado fora do lar e 46,0% declararam ter moradia própria. A média da renda familiar mensal declarada foi de R$ 1.943,44 (um mil, novecentos e quarenta e três reais e quarenta e quatro centavos), 86,6% declararam que teriam auxílio de alguma pessoa para cuidar do bebê e destas (n=194), 46,4% referiram que a ajuda seria obtida da sua própria mãe, 30,9% referiram ajuda do companheiro, 11,3% referiram ajuda da sogra e 11,3% teriam ajuda de outros familiares e amigas.

Em relação às características obstétricas, 47,3% das participantes eram primigestas, 50,4% primíparas, 55,8% das mulheres não planejaram a gestação, 81,8% iniciaram o acompanhamento pré-natal no 1º trimestre da gestação, 88,7% realizaram seis ou mais consultas de pré-natal e 77,7% tiveram parto vaginal, sendo quatro fórceps – 1,8%. A maioria das mulheres referiu não ter apresentado intercorrência durante a gestação (63,8%), trabalho de parto e parto (92,9%) ou no pós-parto (94,6%), 51,8% dos recém-nascidos eram do sexo masculino. A maioria dos bebês (97,3%) apresentou peso igual ou maior do que 2.500g e 59,4% amamentaram na primeira hora de vida, 91,0% das crianças estavam em AME no período de coleta de dados na maternidade.

No que se refere à avaliação da autoeficácia na amamentação, a maioria das mulheres [n=188(83,9%)] apresentou alto nível de autoeficácia, 15,6% (35) apresentaram médio nível e 0,4% (uma participante) apresentou baixo nível de autoeficácia.

A análise de associação entre a autoeficácia e as variáveis sociodemográficas (idade, cor autorreferida, escolaridade, religião, estado marital, renda e auxílio nos cuidados com o bebê) não apresentou resultado estatisticamente significativo (Tabela 1).

Tabela 1
Autoeficácia na amamentação associada às características sociodemográficas das participantes (n=224). Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2014 a 2015

Quanto às características obstétricas, as variáveis relacionadas ao tipo de parto e intercorrência no pós-parto apresentaram associação estatisticamente significativa com a autoeficácia. As mulheres que tiveram parto vaginal apresentaram maior nível de autoeficácia do que aquelas que foram submetidas à cesárea (p=0,0376). As mulheres que não tiveram intercorrências no pós-parto apresentaram maior autoeficácia do que aquelas que tiveram intercorrências (p=0,0410) (Tabela 2).

Tabela 2
Autoeficácia na amamentação associada às características obstétricas das participantes (n=224). Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2014 a 2015

Na Tabela 3 são apresentados os resultados da associação entre a autoeficácia materna e as variáveis relacionadas às características dos filhos das participantes e à amamentação. Não foram verificadas associações estatisticamente significativas para estas análises.

Tabela 3
Autoeficácia na amamentação associada às características dos filhos das participantes (n=224). Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2014 a 2015

Com relação à duração do AME, aos 30 dias pós-parto, 64,4% (136) mulheres amamentavam exclusivamente, aos 60 dias, 55,6% (109) amamentavam exclusivamente e apenas 6,0% (9) mulheres mantiveram o AME até 180 dias pós-parto.

A associação entre as variáveis sociodemográficas e a duração do aleitamento materno mostrou resultado estatisticamente significativo entre o AME com 30 e 60 dias pós-parto e a variável religião (p=0,0367 e 0,0073, respectivamente) evidenciando que a manutenção da amamentação exclusiva em 30 e 60 dias foi maior entre as mulheres que referiram ter alguma religião. Também se observou associação estatisticamente significativa entre o AME em 60 dias e a variável auxílio nos cuidados com o bebê (p=0,0324), ou seja, a manutenção da amamentação exclusiva em 60 dias foi maior entre as participantes que referiram ter este auxílio.

As associações entre a variável autoeficácia para amamentar e a duração do AME nos períodos de 30, 60 e 180 dias após o parto não apresentou resultado estatisticamente significativo pelo Teste Exato de Fisher (p=0,6328, p=0,0798 e p=1,0000, respectivamente).

O tempo total de AME, em dias, está apresentado na Figura 1. A única participante que apresentou autoeficácia baixa amamentou por 89 dias. Entre as participantes que apresentaram nível médio de autoeficácia a duração média do AME foi de 69,8 dias. Entre as que apresentaram alto nível de autoeficácia, a média do AME foi de 82,49 dias.

Figura 1
Distribuição do tempo final de AME em dias, segundo a classificação da autoeficácia para amamentar

Ao realizar a análise de Correlação de Pearson entre a autoeficácia e o tempo final de aleitamento materno obteve-se o valor de p=0,0640, e o coeficiente de correlação de 0,12396. Os resultados mostram que não houve relação estatisticamente significativa entre estas duas variáveis. A Figura 2 ilustra este resultado, chamando a atenção para uma relação positiva, porém fraca, entre as duas variáveis.

Figura 2
Correlação entre a autoeficácia na amamentação e o tempo final do AME em dias

Discussão

O valor da autoeficácia entre as participantes do estudo apontou que a maioria delas (83,9%) tinha alto nível desta variável, sendo que a média da pontuação total da BSES-SF foi de 58,62 pontos, corroborando aos trabalhos realizados em âmbito nacional e internacional(1616 Petrozzi A, Gagliardi L. Breastfeeding self-efficacy scale: validation of the Italian version and correlation with breast-feeding at 3 months. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2016 Jan 01;62(1):137-9. doi: 10.1097/MPG.0000000000000902
https://doi.org/10.1097/MPG.000000000000...

17 Lima CM, Sousa LB, Costa EC, Santos MP, Cavalcanti MCSL, Maciel NS. Auto eficácia na amamentação exclusiva: avaliação dos domínios técnicos e pensamentos intrapessoais em puérperas. Enferm Foco. 2019 Jul;10(3):9-14. doi: 10.21675/2357-707X.2019.v10.n3.1597
https://doi.org/10.21675/2357-707X.2019....
-1818 Gonzales AM Jr. Breastfeeding Self-Efficacy of Early Postpartum Mothers in an Urban Municipality in the Philippines. Asian Pac Isl Nurs J. 2020;4(4):135-43. doi: 10.31372/20190404.1023
https://doi.org/10.31372/20190404.1023...
). O presente estudo mostrou associação significativa entre a autoeficácia para amamentar e o tipo de parto, ratificando trabalhos realizados nas Filipinas(1818 Gonzales AM Jr. Breastfeeding Self-Efficacy of Early Postpartum Mothers in an Urban Municipality in the Philippines. Asian Pac Isl Nurs J. 2020;4(4):135-43. doi: 10.31372/20190404.1023
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) e na região nordeste do Brasil(1919 Uchoa J, Rodrigues A, Joventino E, Almeida P, Oriá M, Ximenes L. Autoeficácia em amamentar de mulheres no pré-natal e no pós-parto: estudo longitudinal. Rev Enferm UFSM. 2016;6(1):10-20. doi: 10.5902/2179769217687
https://doi.org/10.5902/2179769217687...
). Também mostrou associação significativa entre a autoeficácia e a variável intercorrência no pós-parto. Não foram encontrados trabalhos científicos que analisassem a relação entre a autoeficácia e as intercorrências na gestação, trabalho de parto e parto, e no pós-parto. No entanto, esta análise nos remete à quarta fonte de informação do construto da autoeficácia (estado emocional e fisiológico), visto que são resultados relevantes para os profissionais de saúde, quando também utilizam a persuasão verbal (terceira fonte de informação do construto da autoeficácia). Desta maneira, os profissionais podem ter uma atuação mais certeira no apoio a mulher durante a amamentação, de acordo com a demanda de cada uma delas(88 McFadden A, Gavine A, Renfrew MJ, Wade A, Buchanan P, Taylor JL, et al. Support for healthy breastfeeding mothers with healthy term babies. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 28;2(2):CD001141. doi: 10.1002/14651858.CD001141.pub5
https://doi.org/10.1002/14651858.CD00114...
).

A média final da duração do AME entre as participantes foi de 80,54 dias e a mediana de 59 dias e, nos três momentos investigados, observou-se uma diminuição da porcentagem de mulheres que mantinham o AME: 64,4% aos 30 dias, 55,6% aos 60 dias e 6,0% aos 180 dias, estando abaixo dos índices em menores de seis meses apresentados no mundo, que é de 35,7%, de acordo com estudo publicado em 2016(11 Victora CG, Bahl R, Barros AID, França GVA, Horton S, Krasevec J, et al. Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet. 2016 Jan 30;387(10017):475-90. doi: 10.1016/S0140-6736(15)01024-7
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(15)01...
). O fato do local do estudo ser credenciado pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) e apresentar ações institucionais em prol da amamentação não garantiu que as mulheres mantivessem o AME fora do ambiente hospitalar conforme as recomendações oficiais. Neste sentido, pode-se inferir que o alto nível de autoeficácia foi primordial para a prática da amamentação iniciada e realizada na maternidade, porém, ao retornarem para seus domicílios, observa-se que a amamentação não dependeu apenas do domínio das técnicas de manejo e do desejo demonstrado no ambiente hospitalar. Aspectos pessoais internos e fatores do contexto de vida de cada mulher também estão envolvidos diretamente no preparo e realização da alimentação da criança, na medida em que ela interpreta e ajusta as recomendações oficiais de acordo com a sua realidade(2020 Begley A, Ringrose K, Giglia R, Scott J. Mothers' understanding of infant feeding guidelines and their associated practices: a qualitative analysis. Int J Environ Res Public Health. 2019 Mar 29;16(7):1141. doi: 10.3390/ijerph16071141
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), o que pode ter influenciado o declínio gradativo da amamentação ao longo dos meses entre as participantes.

Na análise de associações entre as variáveis sociodemográficas e a duração do AME nos períodos de 30, 60 e 180 dias após o parto, a variável religião teve influência na manutenção desta prática aos 30 e 60 dias após o parto. Considerando que os determinantes de saúde individuais e populacionais congregam os costumes, crenças e valores, e isto inclui a cultura religiosa, a escolha das mulheres para amamentar ou não pode ser influenciada pela religião ou pela adesão a valores tradicionais ou modernos de determinada população(2121 Bernard JY, Cohen E, Kramer MS. Breast feeding initiation rate across western countries: does religion matter? An ecological study. BMJ Global Health. 2016 Dec 06;1(4):e000151. doi: 10.1136/bmjgh-2016-000151
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). De forma semelhante ao presente estudo, um trabalho americano envolvendo 4.898 binômios mães e filhos que pertenciam à classe econômica desfavorecida mostrou que a afiliação religiosa estava fortemente associada ao início da amamentação, mas fracamente associada à sua manutenção(2222 Stroope S, Rackin HM, Stroope LJ, Uecker JE. Breastfeeding and the Role of Maternal Religion: Results From a National Prospective Cohort Study. Ann Behav Med. 2018 April;52(4):319-30. doi: 10.1093/abm/kax013
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). Assim, a formação de redes de apoio e incentivo que incluam as igrejas e espaços religiosos mostra-se como uma estratégia essencial para fortalecer atitudes e comportamentos saudáveis entre a população, incluindo o aleitamento materno(2222 Stroope S, Rackin HM, Stroope LJ, Uecker JE. Breastfeeding and the Role of Maternal Religion: Results From a National Prospective Cohort Study. Ann Behav Med. 2018 April;52(4):319-30. doi: 10.1093/abm/kax013
https://doi.org/10.1093/abm/kax013...
).

Verificou-se também associação significativa entre amamentação exclusiva aos 60 dias e o auxílio para cuidar do bebê, corroborando estudo que mostra o papel valioso de pessoas que apoiam e ajudam as mulheres no pós-parto, mesmo sendo leigas, o que favorece a realização do aleitamento materno(88 McFadden A, Gavine A, Renfrew MJ, Wade A, Buchanan P, Taylor JL, et al. Support for healthy breastfeeding mothers with healthy term babies. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 28;2(2):CD001141. doi: 10.1002/14651858.CD001141.pub5
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).

Finalmente, a autoeficácia materna para amamentar não apresentou associação estatisticamente significativa com a duração do AME nos períodos de 30, 60 e 180 dias após o parto. No entanto, estudos mostram que existe uma relação positiva entre autoeficácia elevada e a duração do AME por mais tempo(1010 Rocha IS, Lolli LF, Fujimaki M, Gasparetto A, Rocha NB. Influência da autoconfiança materna sobre o aleitamento materno exclusivo aos seis meses de idade: uma revisão sistemática. Cien Saude Colet. 2018;23(11):3609-19. doi: 10.1590/1413-812320182311.20132016
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,1616 Petrozzi A, Gagliardi L. Breastfeeding self-efficacy scale: validation of the Italian version and correlation with breast-feeding at 3 months. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2016 Jan 01;62(1):137-9. doi: 10.1097/MPG.0000000000000902
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). O elevado nível de autoeficácia no período pós-parto evidencia a importância da persuasão verbal para a autoeficácia, visto que este resultado pode ter sido reflexo das ações da IHAC que são empreendidas pelos profissionais que atuam na maternidade onde o estudo foi realizado. Vale lembrar que as instituições credenciadas pela IHAC têm forte atuação nas ações em prol do aleitamento materno. Esta iniciativa favorece a amamentação, aumentando o índice de início e manutenção desta prática, com impacto positivo nos resultados de amamentação a curto, médio e longo prazo(2323 Pérez-Escamilla R, Martinez JL, Segura-Pérez S. Impact of the baby friendly hospital initiative on breastfeeding and child health outcomes: a systematic review. Matern Child Nutr. 2016 Feb 29;12(3):402-17. doi: 10.1111/mcn.12294
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). Sendo assim, as respostas das participantes podem ter sofrido influência das práticas pró-amamentação da maternidade, relação esta que necessita de futuras investigações.

O presente estudo teve como limitação a impossibilidade de realizar o acompanhamento das mulheres de forma presencial, o que permitiria inclusive a aplicação da BSES-SF em cada momento investigado e não apenas no período pós-parto. A busca telefônica foi à forma encontrada para realizar o acompanhamento, sendo válida para atingir os objetivos propostos para a presente pesquisa.

Os resultados apresentados podem ajudar o profissional de saúde a identificar mulheres com maior risco de desmame precoce, possibilitando intervenção mais rápida e eficaz. Ressalta-se a importância da melhoria da qualidade da assistência obstétrica, como a diminuição das cesáreas eletivas e aumento dos índices de parto normal, reduzindo assim as complicações no pós-parto e favorecendo a construção da autoeficácia materna positiva, além de outros benefícios para a saúde materna e neonatal. Os achados referentes à religião e ao auxílio recebido pela participante evidenciam também a necessidade de esforços por parte dos profissionais de saúde para que estabeleçam e fortaleçam as redes de apoio à mulher após a alta hospitalar, reconhecendo o papel da família e de entidades religiosas. Sugere-se que as equipes de saúde possam estreitar o vínculo com as famílias e com as redes de apoio da comunidade, de forma a prepará-las para receber a mulher que amamenta.

Conclusão

A autoeficácia é uma variável de fácil acesso e passível de mudança, por meio de orientações e estímulos que fortaleçam os aspectos internos (motivação pessoal) e externos (técnicos) da amamentação. O presente estudo analisou que há relação entre a autoeficácia na amamentação e o tipo de parto, a ausência de intercorrências no pós-parto, ter religião e ter auxílio nos cuidados com o bebê.

A associação da autoeficácia com o parto vaginal e com a não existência de intercorrências no pós-parto reforçam os resultados de que a atenção qualificada ao parto é benéfica tanto para a mulher quanto para a amamentação. Além disso, as especificidades verificadas entre as participantes, relativas às variáveis religião e auxílio nos cuidados com o bebê como fatores que influenciaram a duração do aleitamento materno exclusivo, mostram que estas variáveis são importantes para o suporte à amamentação e merecem maior atenção dos profissionais que atuam na promoção ao aleitamento materno.

Destaca-se ainda a possibilidade de novos estudos que investiguem a autoeficácia ao longo dos meses, a fim de investigar mais profundamente como esse construto se modifica após a alta hospitalar, na realidade contextual da mulher e de seu filho.

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Editado por

Editora Associada: Maria Lúcia Zanetti

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Set 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    06 Jun 2019
  • Aceito
    05 Maio 2020
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