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Qualidade de vida, perfil socioeconômico, conhecimento e atitude sobre sexualidade de "pessoas que vivem" com o Vírus da Imunodeficiência Humana1 1 Artigo extraído da tese de doutorado "Qualidade de vida, sexualidade e perfil epidemiológico de idosos com diagnóstico de HIV/AIDS", apresentada à Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Resumos

Objetivos

: analisar a qualidade de vida dos "pacientes" com o vírus da imunodeficiência humana e relacioná-la ao perfil socioeconômico, conhecimento e atitudes sobre sexualidade.

Método:

estudo transversal e analítico, com 201 pessoas com 50 anos ou mais. Aplicados os instrumentos Targeted Quality of Life e Aging Sexual Knowledge and Attitudes Scale por meio de entrevistas. Para análise dos dados utilizou-se a Regressão Linear Múltipla.

Resultados:

as dimensões da qualidade de vida mais comprometidas foram preocupação com sigilo (39,0), atividade sexual (45,9) e preocupação financeira (55,6). Escores de conhecimentos e atitudes sobre sexualidade foram: 31,7 e 14,8, respectivamente. Houve correlação significante entre as atitudes e os domínios função geral, preocupação com saúde, preocupação com medicação e aceitação do HIV.

Conclusão:

orientações sobre formas de contágio, tratamento e evolução da patologia, além de suporte social e psicológico poderiam minimizar os efeitos negativos da doença sobre a qualidade de vida dos pacientes que vivem com o vírus da imunodeficiência humana.

Qualidade de Vida; Idoso; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Sexualidade


Objectives:

to analyze the quality of life of "patients" with Human Immunodeficiency Virus and relate it to their socioeconomic profile, knowledge and attitudes toward sexuality.

Method:

crosssectional and analytical study with 201 individuals who are 50 years old or older. The Targeted Quality of Life and Aging Sexual Knowledge and Attitudes Scales were applied during interviews. Multiple Linear Regression was used in data analysis.

Results:

dimensions of quality of life more strongly compromised were disclosure worries (39.0), sexual function (45.9), and financial worries (55.6). Scores concerning knowledge and attitudes toward sexuality were 31.7 and 14.8, respectively. There was significant correlation between attitudes and the domains of overall function, health worries, medication worries, and HIV mastery.

Conclusion:

guidance concerning how the disease is transmitted, treated and how it progresses, in addition to providing social and psychological support, could minimize the negative effects of the disease on the quality of life of patients living with the Human Immunodeficiency Virus.

Quality of Life; Aged; Acquired Immunodeficiency Syndrome; Sexuality


Objetivos:

analizar la calidad de vida de "pacientes" con el virus de la inmunodeficiencia humana y relacionarla al perfil socioeconómico, al conocimiento y a las actitudes sobre sexualidad.

Método:

estudio transversal y analítico, en 201 personas con 50 años o más. Se aplicaron los instrumentos Targeted Quality of Life y Aging Sexual Knowledge and Attitudes Scale a través de entrevistas. Para el análisis de los datos se utilizó la Regresión Linear Múltiple. Resultados: las dimensiones de la calidad de vida más comprometidas fueron preocupación con sigilo (39,0), actividad sexual (45,9) y preocupación financiera (55,6). Los puntajes de conocimientos y actitudes sobre sexualidad fueron: 31,7 y 14,8, respectivamente. Hubo correlación significativa entre actitud y los dominios función general, preocupación con salud, preocupación con medicación y el aceptar el HIV.

Conclusión:

orientaciones sobre formas de contagio, obre el tratamiento y evolución de la patología, además del soporte social y psicológico podrían minimizar los efectos negativos de la enfermedad sobre la calidad de vida de los pacientes que viven con el virus de la inmunodeficiencia humana.

Calidad de Vida; Anciano; Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida; Sexualidad


Introdução

Relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas (UNAIDS) sobre Vírus da Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS) indica que mais de 34 milhões vivem com HIV no mundo, sendo 30,7 milhões de adultos e 3,4 milhões menores de 15 anos. Do total, 16,7 milhões são mulheres. Na América Latina, encontram-se 1,4 milhão e no Brasil, atualmente, cerca de 350 mil pessoas possuem o diagnóstico da doença e aproximadamente 250 mil, segundo estimativas, estão infectadas e não sabem(11. Nações Unidas Brasil. Programa Conjunto das Nações Unidades sobre HIV-AIDS. MÍDIA - CLIPPING Relatório Global do UNAIDS; 2012. [acesso: 30 jul 2013]. Disponível em: http://www.unaids.org.br/documentos/clipping.pdf
http://www.unaids.org.br/documentos/clip...
).

Em 2010, no Brasil, a incidência da doença foi maior em pessoas com idade entre 40 e 49 anos, totalizando 24,8% dos casos; entretanto, observa-se o aumento de casos em indivíduos entre 5 e 12 anos e com 50 anos ou mais(22. Ministério da Saúde (BR). Boletim Epidemiológico AIDS/DST, 8(1). 27ª à 52ª semanas epidemiológicas, junho a dezembro de 2010; 01ª a 26ª semanas epidemiológicas, janeiro a junho de 2011. Brasília; 2012.).

O número crescente de indivíduos a partir de 50 anos que vivem com HIV pode estar relacionado: ao fato de contraírem o vírus em uma fase mais tardia da vida adulta; à constatação de que eles não percebem que podem adquirir o vírus, provavelmente, porque, no início, a doença esteve mais associada aos jovens, usuários de drogas injetáveis e homossexuais; e à introdução de medicamentos para melhorar o desempenho sexual, que favoreceu o estabelecimento de novas e múltiplas parcerias sexuais(33. Vance DE, McGuinness T, Musgrove K, Orel NA, Fazeli PL. Successful aging and the epidemiology of HIV. Clin Interv Aging. 2011;6:181-92.). Além disso, parte da população jovem que se contaminou está envelhecendo. Devido à eficácia da terapia antirretroviral, houve aumento do contingente de pessoas na faixa etária de 50 anos com a doença(33. Vance DE, McGuinness T, Musgrove K, Orel NA, Fazeli PL. Successful aging and the epidemiology of HIV. Clin Interv Aging. 2011;6:181-92.).

A sexualidade é uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida em qualquer idade. Mas o processo de envelhecimento pode causar algumas mudanças físicas, que, algumas vezes, afetam a habilidade de ter e usufruir prazerosamente do sexo com outra pessoa(44. Andrade HAS, Silva SK, Santos MIPO. Aids em Idosos: Vivências dos doentes. Esc Anna Nery. 2010;14(4):712-9.). O conhecimento dos pacientes deste estudo sobre a sexualidade estava relacionado a questões sobre mitos e mudanças no funcionamento sexual dos indivíduos com o processo de envelhecimento.

A sexualidade como aspecto importante da saúde pode determinar alterações na qualidade de vida no decorrer dos anos(55. Taylor A, Gosney MA. Sexuality in older age: essential considerations for healthcare professionals. Age Ageing. 2011;40(5):538-43.). Comprovadamente, informações sobre sexualidade contribuem para que as pessoas em uma fase mais tardia da vida adulta usufruam de uma vida sexual saudável e segura(66. Frugoli A, Magalhães-Junior CAO. A sexualidade na terceira idade na percepção de um grupo de idosas e indicações para a educação sexual. Arq Ciênc Saúde UNIPAR. 2011;15(1):85-93.).

A atitude em relação ao sexo é um produto das experiências sociais e sexuais(66. Frugoli A, Magalhães-Junior CAO. A sexualidade na terceira idade na percepção de um grupo de idosas e indicações para a educação sexual. Arq Ciênc Saúde UNIPAR. 2011;15(1):85-93.). Escolha do parceiro, frequência de atividade, boa qualidade da vida sexual e interesse por sexo associam-se positivamente com a saúde de adultos e idosos e podem refletir em atitude favorável à sexualidade e na prevenção de doenças(77. Camargo BV, Torres TL, Biasus F. Práticas sexuais, conhecimento sobre hiv/aids e atitudes a respeito da relação amorosa e prevenção entre adultos com mais de 50 anos do sul do Brasil. Liberabit. 2009;15(2):171-80.).

A atitude positiva diante da sexualidade do idoso pode favorecer o entendimento de que atividade sexual é um processo natural e que a função sexual continua por toda a vida(88. Vieira KFL, Miranda RS, Coutinho MPL. Sexualidade na velhice: um estudo de representações sociais. Psicol Saber Social. 2012;1(1):120-8.). Nesta pesquisa, os entrevistados foram avaliados se apresentavam, ou não, atitude favorável à atividade sexual na velhice, sendo considerado idoso no Brasil aquele com idade a partir de 60 anos(99. Lei nº 8842, de 4 de janeiro de 1994 (BR). Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. [acesso 30 ago 2014]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/lei...
).

A presença de HIV/AIDS, bem como os sintomas e as complicações associadas à doença, têm um efeito negativo sobre a qualidade de vida (QV) das pessoas que vivem com o vírus. Além disso, diversos fatores sociodemográficos, clínicos e psicossociais têm sido relatados na literatura como variáveis que também podem interferir na QV desses indivíduos(1010. Rüütel K, Pisarev H, Loit HM, Uusküla A. Factors influencing quality of life of people living with HIV in Estonia: a cross-sectional survey. Int J AIDS Soc. 2009;12:13.-1111. Reis RK, Santos CB, Dantas RAS, Gir E. Qualidade de vida, aspectos sociodemográficos e de sexualidade de pessoas vivendo com HIV/AIDS. Texto Contexto-Enferm. 2011;20(3):565-75.). Em geral, as dimensões da QV incluem aspectos físicos, psicológicos, sociais, interpessoais, ambientais e espirituais, o que permite complementar os modelos de morbidade e mortalidade tradicionalmente utilizados para avaliar o impacto de uma doença. Nesse contexto, avaliar os fatores que interferem na QV de pessoas que vivem com HIV/AIDS torna-se importante marcador do impacto da doença e também para implementação de intervenção terapêutica para esta população(1212. Bajunirwe F, Tisch DJ, King CH, Arts EJ, Debanne SM, Sethi AK. Quality of life and social support among patients receiving antiretroviral therapy in Western Uganda. AIDS Care. 2009;21(3):271-9.).

Identificar os fatores potencialmente modificáveis da QV é fundamental para a tomada de decisão médica, a implementação de medidas de cuidado de saúde e a otimização do uso dos recursos dos serviços de saúde a fim de melhorar o bem-estar das pessoas que vivem com HIV/AIDS(1010. Rüütel K, Pisarev H, Loit HM, Uusküla A. Factors influencing quality of life of people living with HIV in Estonia: a cross-sectional survey. Int J AIDS Soc. 2009;12:13.).

Uma vez que as variáveis que afetam a QV dos pacientes com HIV/AIDS ainda não foram totalmente identificadas, este estudo teve como objetivos: analisar a qualidade de vida dos "pacientes" com o vírus da imunodeficiência humana e relacioná-la ao perfil socioeconômico, conhecimento e atitudes sobre sexualidade.

Método

Estudo epidemiológico, transversal e analítico, realizado no ambulatório coordenado pela Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da UNIFESP, entre maio de 2011 e março de 2012. No estudo foram incluídas 201 pessoas com HIV/AIDS, que eram acompanhadas por infectologista, com idade a partir de 50 anos, ambos os sexos, sem déficit cognitivo, que aceitaram participar do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídos pacientes que não atendiam os critérios de inclusão do estudo.

O cálculo do tamanho amostral foi realizado pelo método de amostragem probabilística estratificada, proporcional ao número médio de pacientes a partir de 50 anos, atendidos nos seis meses que antecederam a pesquisa. O cálculo do tamanho da amostra considerou um grau de confiança maior ou igual a 80% e alfa de 5%, com base nas características idade, gênero, escolaridade, estado civil, ocupação, atividade física, tempo de diagnóstico da doença, forma de contágio e comorbidades. O resultado indicou a necessidade de o estudo incluir 201 pacientes para alcançar os objetivos propostos.

Para a obtenção dos dados, utilizou-se questionário estruturado com informações sobre idade, gênero, escolaridade, estado civil, ocupação, atividade física, tempo de diagnóstico da doença, forma de contágio e comorbidades. Caracterizou-se a situação econômica segundo o Critério de Classificação Econômica Brasil, em que a pontuação final é convertida em uma das classes econômicas (A a E) por meio da soma de pontos referentes ao grau de instrução e à quantidade de bens de consumo que a pessoa tem em sua casa(1313. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de classificação econômica Brasil; 2012. [acesso 14 mai 2014]. Disponível em: http://www.abep.org/new/criterioBrasil.aspx
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).

Para a avaliação da QV, foi utilizado o instrumento Targeted Quality of Life Instrument (HAT-QoL)(1414. de Soárez PC, Castelo A, Abrão P, Holmes WC, Ciconelli RM. Tradução e validação de um questionário de avaliação de qualidade de vida em AIDS no Brasil. Rev Panam Salud Públ. 2009;25(1):69-76.), composto por 34 itens que avaliam nove dimensões: função geral, satisfação com a vida, preocupações com a saúde, preocupações financeiras, preocupações com a medicação, aceitação do HIV, preocupações com o sigilo, confiança no profissional e função sexual. Ao responder, o indivíduo é orientado a pensar em sua QV nas últimas quatro semanas. As respostas têm formato de escala do tipo Likert de cinco pontos: "todo o tempo", "a maior parte do tempo", "parte do tempo", "pouco tempo" e "nunca". Os escores variam de zero (pior situação) a 100 (melhor possível).

Utilizou-se também a Escala de Atitudes e Conhecimentos sobre Sexualidade no Envelhecimento (Aging Sexual Knowledge and Attitudes Scale - ASKAS)(1515. Viana HB, Guirardello EB, Madruga VA. Tradução e adaptação cultural da Escala Askas - Aging Sexual Knowledge and Attitudes Scale em idosos brasileiros. Texto Contexto- Enferm. 2010;19(2):238-45.), composta por 20 questões no construto conhecimento, cuja variação é de 20 a 60, e oito questões no construto atitudes, que varia de 8 a 40. Quanto ao conhecimento, as opções de resposta são: verdadeiro, que corresponde a um ponto; falso, dois pontos; e não sei, três pontos. Quanto menor o somatóriodos pontos, maior o conhecimento sobre a sexualidade na velhice. As questões sobre atitudes têm como opções de respostas: discordo fortemente, um ponto; discordo parcialmente, dois pontos; não concordo nem discordo, três pontos; concordo parcialmente, quatro pontos e concordo fortemente, cinco pontos. Quanto menor o escore final, mais favorável é a atitude em relação à sexualidade da pessoa idosa.

Os pacientes foram convidados a fazer parte do estudo nos dias em que estiveram no ambulatório para coleta de exames de rotina ou para consulta médica e, quando concordavam, eram entrevistados individualmente em ambiente privado. A leitura dos instrumentos foi realizada pela pesquisadora, em um único momento, com duração média de 40 minutos.

Utilizou-se análise descritiva para a caracterização sociodemográfica, econômica, clínico-epidemiológica, comorbidades, atividade física e para a escala ASKAS. Para as variáveis contínuas calcularam-se média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo e para as variáveis categóricas, frequência e percentual.

Para verificar quais variáveis independentes (sociodemográfica, econômica, clínico-epidemiológica, comorbidades e atividade física) se relacionavam melhor com cada domínio do HAT-QoL e da ASKAS, utilizou-se o modelo de Regressão Linear. Depois, realizou-se a Regressão Linear Múltipla e, para selecionar o conjunto de variáveis que melhor explicavam as variáveis dependentes (HAT-QoL e ASKAS), utilizou-se o Stepwise. Foi considerado um nível de significância de p<0,05 e o programa utilizado para a análise foi o Statistical Package for the Social Sciences versão 19.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) (número 0182/11).

Resultados

A idade dos pacientes variou de 50 a 74 anos, a razão entre os sexos foi 1,75 homens para cada mulher, as pessoas sem parceiros fixos no momento da entrevista somaram 67,7%, não tinham nenhuma renda 9,5%, somente 14,4% tinham ensino superior e a maioria (61,7%) pertencia à classe econômica C, D ou E. O tempo de diagnóstico do HIV variou de seis meses a 30 anos e as doenças cardiovasculares foram as comorbidades mais presentes nesta população (34,3%) como pode ser observado na Tabela 1.

Tabela 1 -
Características sociodemográficas, econômicas e mórbidas dos pacientes que vivem com HIV/AIDS. São Paulo, SP, Brasil, 2012

A Tabela 2 mostra que os domínios da escala de QV mais comprometidos foram: preocupações com o sigilo (39,0), atividade sexual (45,9) e preocupação financeira (55,6). Os escores médios dos domínios conhecimento e atitudes da escala ASKAS foram, respectivamente, 31,7 e 14,8, mostrando que essa população apresenta conhecimentos e atitudes mais favoráveis à sexualidade.

Tabela 2 -
Valores médios dos domínios do HAT-QoL e da ASKAS, entre os pacientes que vivem com HIV/AIDS. São Paulo, SP, Brasil, 2012

Na Tabela 3, verifica-se que algumas características sociodemográficas, econômicas e clínicas dos idosos com HIV/AIDS favoreceram diversos domínios da QV. Praticar atividade física, conhecer o diagnóstico da doença há mais tempo, pertencer à classe econômica A ou B, possuir maior escolaridade, estar desempregado, conhecer a forma de contágio por meio da qual contraiu a doença, ser do sexo masculino, branco e com idade inferior a 60 anos foram aspectos significativamente fundamentais para a manutenção dos escores da QV mais elevados.

Tabela 3 -
Variáveis associadas aos domínios do HAT-QoL na análise de regressão linear múltipla. São Paulo, SP, Brasil, 2012

Não houve variável que apresentasse associação significativa com o domínio preocupações com a medicação.

Na Tabela 4, observa-se que os pacientes do sexo feminino e desempregados foram os que apresentaram maior conhecimento sobre sexualidade de idosos, enquanto no domínio atitudes os pacientes com maior escolaridade e com idade inferior aos 60 anos foram os que apresentaram atitudes mais favoráveis à sexualidade de idosos.

Tabela 4 -
Variáveis sociodemográficas que apresentaram associação com os domínios da escala ASKAS na análise de regressão linear múltipla. São Paulo, SP, Brasil, 2012

Houve associações significativas entre o domínio atitudes da ASKAS e os domínios função geral, preocupação com a saúde, preocupação com a medicação e aceitação do HIV do HAT-QoL. No entanto, o domínio conhecimento da ASKAS não apresentou associação significativa com nenhum dos domínios do HAT-QoL, como mostra a Tabela 5.

Tabela 5 -
Análise de regressão linear múltipla entre o domínio atitudes da escala ASKAS e domínios do HATQoL. São Paulo, SP, Brasil, 2012

Discussão

Algumas características da população deste estudo como idade, maioria ser homem, baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo são semelhantes aos resultados encontrados em outra pesquisa realizada em Porto Alegre (RS) com pacientes a partir de 50 anos de idade com sorologia positiva para o HIV. Entretanto, no sul do país, a maioria estava empregada e 41,9% eram casados ou moravam com companheiro(1616. Lopes PSD, Silva MMG, Torres IC, Stadñik CMB. Qualidade de vida dos pacientes hiv positivo com mais de 50 anos. Rev AMRIGS. 2011;55(4):356-60.).

Os escores dos domínios do HAT-QoL: preocupação com o sigilo (39,03), atividade sexual (45,96) e preocupação financeira (55,64) também foram semelhantes aos encontrados nos estudos realizados em Porto Alegre e em um município do interior do Estado de São Paulo, mostrando que, independentemente do local, os aspectos da QV mais comprometidos são comuns entre os doentes(1111. Reis RK, Santos CB, Dantas RAS, Gir E. Qualidade de vida, aspectos sociodemográficos e de sexualidade de pessoas vivendo com HIV/AIDS. Texto Contexto-Enferm. 2011;20(3):565-75.,1616. Lopes PSD, Silva MMG, Torres IC, Stadñik CMB. Qualidade de vida dos pacientes hiv positivo com mais de 50 anos. Rev AMRIGS. 2011;55(4):356-60.).

A preocupação com o sigilo, domínio com menor escore, pode refletir o estigma e a discriminação que afetam os indivíduos com HIV/AIDS; e que geram impactos negativos e constantes na QV destas pessoas. Na ausência de qualquer intervenção para combater a estigmatização, provavelmente, esses indivíduos continuarão a relatar insatisfação com a vida, evidenciada pela redução do prazer de viver e no convívio social(1717. Gomes AM, Silva EM, Oliveira DC. Social representations of AIDS and their quotidian interfaces for people living with HIV. Rev Latino-Am Enfermagem. 2011;19(3):485-92. ).

A atividade sexual comprometida nos pacientes desta pesquisa pode ser explicada em parte pela dificuldade do uso cotidiano de preservativo com o parceiro, medo da rejeição, de superinfecção, de que o vírus se fortaleça e de transmiti-lo, falta de confiança no parceiro, diminuição do desejo sexual e não considerar o sexo como uma parte importante da vida. Em outro estudo, muitos participantes relataram que a função sexual foi afetada pelo HIV(1818. Nobre NR, Kylmä J, Tapio Kirsi T. I Live Quite a Good Balanced Life: A Pilot Study on the Life Experiences of Ageing Individuals Living with HIV. Nurs Res Pract. [Internet]. 2012 [acesso 11 dez 2012]; 2012. Article ID 128108, 8 p. doi:10.1155/2012/128108
https://doi.org/10.1155/2012/128108...
).

O prejuízo na QV retratado no domínio preocupações financeiras provavelmente está relacionado à baixa renda dos indivíduos que têm a doença, o que dificulta a sobrevivência. A QV tem se mostrado intimamente ligada à inserção socioeconômica e à exclusão social(1010. Rüütel K, Pisarev H, Loit HM, Uusküla A. Factors influencing quality of life of people living with HIV in Estonia: a cross-sectional survey. Int J AIDS Soc. 2009;12:13.).

Os entrevistados neste estudo apresentaram escores médios de 31,7 na escala ASKAS para conhecimento sobre sexualidade do idoso, cuja variação é de 20 a 60, correspondendo a 29,4% da pontuação possível; e 14,8 na escala de atitudes sobre a sexualidade do idoso, que varia de 8 a 40, correspondendo a 21,4% da pontuação possível. Estudo americano com ginecologistas mostrou escores médios de 49,0 para o conhecimento na escala americana ASKAS, que varia de 35 a 105, representando 20,0% dos pontos possíveis e 81,0 para atitudes, cujos escores variam de 26 a 182, representando 35,2% dos pontos possíveis. Tal resultado indica que os pacientes com HIV deste estudo apresentaram menor conhecimento e atitudes mais favoráveis à sexualidade de idosos quando comparado aos médicos americanos(1919. Langer-Most O, Langer N. Aging and sexuality: how much do gynecologists know and care?. J Women Aging. 2010;22(4):283-9.).

A atitude favorável à sexualidade do idoso sugere que estes indivíduos podem ser sexualmente ativos. Porém, melhor conhecimento sobre a sexualidade não significa menor risco de infecção pelo vírus, sendo necessárias práticas educativas para a prevenção da doença(77. Camargo BV, Torres TL, Biasus F. Práticas sexuais, conhecimento sobre hiv/aids e atitudes a respeito da relação amorosa e prevenção entre adultos com mais de 50 anos do sul do Brasil. Liberabit. 2009;15(2):171-80.).

A análise de regressão linear múltipla realizada entre os domínios do HAT-QoL e outras variáveis mostrou que a prática da atividade física associou-se a maiores escores nos domínios função geral e satisfação com a vida. A relação entre atividade física e saúde em geral tem sido relatada nas últimas décadas de forma positiva para o indivíduo com o vírus. A atividade física pode afetar positivamente os fatores imunológicos, aumentando a produção de anticorpos naturais, que, por sua vez, podem retardar a progressão do HIV/AIDS(2020. Somarriba G, Neri D, Schaefer N, Miller TL. The effect of aging, nutrition, and exercise during HIV infection. HIV AIDS (Auckl). 2010;2:191-201.).

Satisfação com a vida e preocupação com a saúde foram os domínios que apresentaram escores médios mais elevados e associaram-se ao maior tempo de diagnóstico do HIV. Estudo realizado com soropositivos com idade acima de 50 anos mostrou que a maioria deles reagiu negativamente ao receber o diagnóstico. Contudo, assegurara que envelhecer com HIV implicou em autoaceitação, sabedoria e atitude positiva perante a vida, aspectos essenciais para a manutenção da satisfação com a vida e QV(1818. Nobre NR, Kylmä J, Tapio Kirsi T. I Live Quite a Good Balanced Life: A Pilot Study on the Life Experiences of Ageing Individuals Living with HIV. Nurs Res Pract. [Internet]. 2012 [acesso 11 dez 2012]; 2012. Article ID 128108, 8 p. doi:10.1155/2012/128108
https://doi.org/10.1155/2012/128108...
).

Pacientes de classe econômica A e B apresentaram escores maiores no domínio preocupações financeiras, mostrando que o suporte financeiro é fator positivo para a QV. A epidemia do HIV apresenta características de feminização, juvenização, interiorização, envelhecimento e pauperização(33. Vance DE, McGuinness T, Musgrove K, Orel NA, Fazeli PL. Successful aging and the epidemiology of HIV. Clin Interv Aging. 2011;6:181-92.). A exclusão social desencadeada pela condição de soropositividade leva o indivíduo a vivenciar uma vulnerabilidade social. Pessoas com a doença que possuem baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo têm acesso limitado à saúde, educação, moradia e alimentação(1717. Gomes AM, Silva EM, Oliveira DC. Social representations of AIDS and their quotidian interfaces for people living with HIV. Rev Latino-Am Enfermagem. 2011;19(3):485-92. ). A baixa escolaridade também influencia nas opções de ocupação profissional. Baixos salários e condição socioeconômica precária influenciam no acesso às medidas preventivas e assistência integral as pessoas que vivem com HIV/AIDS(1111. Reis RK, Santos CB, Dantas RAS, Gir E. Qualidade de vida, aspectos sociodemográficos e de sexualidade de pessoas vivendo com HIV/AIDS. Texto Contexto-Enferm. 2011;20(3):565-75.).

O domínio aceitação do HIV apresentou escores significativamente mais elevados quanto maior a escolaridade dos pesquisados. Outra pesquisa apontou que a baixa escolaridade das pessoas acima de 50 anos com a doença dificultou o acesso às informações essenciais sobre a AIDS, como o conhecimento de que os antirretrovirais podem tornar a doença, crônica e controlável. Este dado aponta que o baixo nível de escolaridade pode interferir na aderência ao antirretroviral, na medida em que influi na compreensão da importância do uso dos medicamentos e no acesso ao tratamento(2121. Iliasa M, Carandina L, Marin MJS. Adesão à terapia antirretroviral de portadores do vírus da imunodeficiência humana atendidos em um ambulatório da cidade de Marília, São Paulo. Rev Baiana Saúde Pública. 2011;35(2):471-84.).

O escore médio do domínio preocupação com o sigilo, apesar de baixo, foi melhor entre os desempregados e aqueles com idade inferior aos 60 anos. Pessoas que trabalhavam possivelmente tiveram piores escores por medo da discriminação e perda do emprego. Muitos empregadores não admitem soropositivos devido ao preconceito, aos efeitos colaterais provocados pelos antirretrovirais que podem interferir na produtividade e à necessidade de faltar no serviço para consultas e exames(1717. Gomes AM, Silva EM, Oliveira DC. Social representations of AIDS and their quotidian interfaces for people living with HIV. Rev Latino-Am Enfermagem. 2011;19(3):485-92. ).

A sobrecarga social e moral sobre a pessoa soropositiva parece ampliar-se com o envelhecimento. Outra pesquisa com idosos com HIV/AIDS identificou que o impacto do diagnóstico abalou a afetividade dos sujeitos, seus laços familiares e de amizade. O medo da rejeição mostrou ser um fator primordial na comunicação do diagnóstico no círculo de convívio social(44. Andrade HAS, Silva SK, Santos MIPO. Aids em Idosos: Vivências dos doentes. Esc Anna Nery. 2010;14(4):712-9.).

Conhecer as formas de contágio da doença e maior escolaridade associaram-se com escores mais altos do domínio confiança no médico do HAT-QoL. A maior escolaridade pode favorecer a compreensão sobre a doença e a terapêutica medicamentosa, o que é relevante para a adesão ao tratamento. Outro estudo encontrou que os sujeitos não aderentes ao uso dos antirretrovirais tinham menor escolaridade que os aderentes(1919. Langer-Most O, Langer N. Aging and sexuality: how much do gynecologists know and care?. J Women Aging. 2010;22(4):283-9.). Os escores mais baixos encontrados no domínio confiança no médico podem, em parte, ser explicados pelo receio que alguns pacientes têm de serem julgados pelo profissional de saúde e associados a homossexuais, a usuários de drogas e a trabalhadoras do sexo(2222. Ministério da Saúde (BR). Adesão ao tratamento antirretroviral no Brasil: coletânea de estudos do Projeto Atar; 2010. [acesso 30 jul 2013]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/atar-web.pdf
http://www.aids.gov.br/sites/default/fil...
). No domínio atividade sexual, verificou-se que ser homem, branco e da classe econômica A e B esteve associado aos melhores escores. A manutenção de relacionamentos afetivo-sexuais é um aspecto fundamental na vida dos indivíduos com HIV/AIDS que contribui para melhor QV(1111. Reis RK, Santos CB, Dantas RAS, Gir E. Qualidade de vida, aspectos sociodemográficos e de sexualidade de pessoas vivendo com HIV/AIDS. Texto Contexto-Enferm. 2011;20(3):565-75.). A maior escolaridade pode estar associada à manutenção do desejo sexual na fase mais tardia da vida em adulta(2323. Kalra G, Subramanyam A, Pinto C. Sexuality: Desire, activity and intimacy in the elderly. Indian J Psychiatry. 2011;53(4):300-6.).

O estudo mostrou que algumas características sociodemográficas e clínicas dos pacientes com HIV/AIDS favoreceram diversos domínios da QV. Praticar atividade física, conhecer o diagnóstico da doença há mais tempo, pertencer à classe econômica A ou B, possuir maior escolaridade, estar desempregado, conhecer a forma pela qual contraiu a doença, ser do sexo masculino, branco e com idade inferior a 60 anos foram aspectos significativamente fundamentais para a manutenção dos escores mais elevados da QV.

Resultados de outro estudo realizado com pacientes que vivem com HIV/AIDS corroboram, em parte, com os achados desta pesquisa e apontam variáveis que se associaram positivamente com domínios da QV: maior escolaridade e renda(1111. Reis RK, Santos CB, Dantas RAS, Gir E. Qualidade de vida, aspectos sociodemográficos e de sexualidade de pessoas vivendo com HIV/AIDS. Texto Contexto-Enferm. 2011;20(3):565-75.).

Neste estudo, mulheres e desempregados apresentaram maior conhecimento sobre a sexualidade do idoso segundo a escala ASKAS. As mulheres em uma fase mais tardia da vida adulta mantêm interesse pela vida sexual, sentem-se bem fisicamente e mentalmente para o sexo e encontram na internet mais informações e ajuda sobre sexualidade(2424. Wood A, Runciman R, Wylie KR, McManus R. An Update on Female Sexual Function and Dysfunction in Old Age and Its Relevance to Old Age Psychiatry. Aging Dis. 2012;3(5):373-84.).

Os desempregados podem ter apresentado melhor conhecimento sobre a sexualidade por terem mais tempo para procurar os serviços públicos de saúde. Empregados têm pouca disponibilidade para procurá-los, pois os horários de funcionamento desses serviços nem sempre são conciliáveis com os horários das pessoas inseridas no mercado de trabalho(2525. Fernandes LCL, Bertoldi AD, Barros AJD. Utilização dos serviços de saúde pela população coberta pela Estratégia de Saúde da Família. Rev Saúde Pública. 2009;43(4):595-603.).

Os entrevistados que apresentaram melhor atitude sobre a sexualidade foram os com maior escolaridade e idade inferior a 60 anos. Outro estudo observou que sujeitos com mais escolaridade atribuíam maior importância ao sexo em seu relacionamento com seus cônjuges, o que mostra que a educação parece ter papel importante nas atitudes sobre sexualidade(2323. Kalra G, Subramanyam A, Pinto C. Sexuality: Desire, activity and intimacy in the elderly. Indian J Psychiatry. 2011;53(4):300-6.).

A sexualidade na velhice é tema negligenciado pela sociedade, profissionais de saúde e pelos próprios idosos, como se, com o passar do tempo, o amor e até mesmo o sexo já não dissessem mais respeito à idade avançada(55. Taylor A, Gosney MA. Sexuality in older age: essential considerations for healthcare professionals. Age Ageing. 2011;40(5):538-43.). Isso pode ser um dos motivos pelo quais os pacientes a partir de 60 anos apresentaram atitude menos favorável a sexualidade do idoso.

Atitude mais favorável à sexualidade apresentou associação com os domínios função geral, preocupações com a saúde, preocupações com a medicação e aceitação do HIV do HAT-QoL, na análise de regressão linear múltipla. Não foram encontrados estudos que relacionassem o HAT-QoL com a ASKAS, o que inviabilizou a comparação desses resultados.

Conclusão

As variáveis fazer atividade física, maior tempo de diagnóstico, melhores condições econômicas, maior escolaridade, estar desempregado, idade inferior a 60 anos, conhecer a forma de contágio, ser do sexo masculino e ter cor de pele branca foram as que mostraram associação com um ou mais domínios do HAT-QoL, aumentando seus escores. Mulheres e desempregados apresentaram maior conhecimento sobre sexualidade dos idosos, enquanto pacientes com maior escolaridade e idade inferior a 60 anos demonstraram atitudes mais favoráveis sobre a sexualidade do idoso. Houve associação significativa entre os domínios função geral, preocupações com a saúde, preocupações com a medicação e aceitação do HIV da QV e o domínio atitudes sobre sexualidade de idosos da escala ASKAS.

A implementação de medidas efetivas de prevenção, proteção e manutenção da QV das pessoas que envelhecem com HIV/AIDS se faz necessária e urgente. Avaliação e intervenções de enfermagem como orientações sobre formas de contágio, tratamento e evolução da patologia, além de suporte social e psicológico poderiam minimizar os efeitos negativos da doença sobre a QV das pessoas que vivem com HIV/AIDS.

O presente estudo traz como limitações o fato de os participantes terem sido recrutados de uma área limitada de São Paulo e a amostra ter sido composta majoritariamente por homens. Mulheres e homens podem ter experiências de vida diferentes com o HIV, interferindo, dessa forma, na QV. Os resultados deste estudo não podem ser generalizados, uma vez que trazem características específicas de determinada região do país. No entanto, eles fornecem uma visão sobre a QV e a relação desta com os aspectos socioeconômicos, o conhecimento e a atitude sobre a sexualidade de idosos dos pacientes com HIV/AIDS. Também podem oferecer informações úteis para subsidiar as políticas de saúde de prevenção e tratamento da doença.

Avaliação e intervenções de enfermagem, como orientações sobre formas de contágio, tratamento e evolução do HIV/AIDS, além de suporte social e psicológico, poderiam minimizar os efeitos negativos da doença sobre a QV dos indivíduos soropositivos.

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    Artigo extraído da tese de doutorado "Qualidade de vida, sexualidade e perfil epidemiológico de idosos com diagnóstico de HIV/AIDS", apresentada à Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Abr 2015
  • Data do Fascículo
    Feb-Apr 2015

Histórico

  • Recebido
    02 Ago 2013
  • Aceito
    03 Dez 2014
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