Objetivo:
analisar as concepções de professores sobre a transgeneridade na infância e identificar as possibilidades e os limites de trabalho com essas crianças no contexto escolar.
Método:
pesquisa qualitativa, realizada com 23 professores de duas escolas municipais de ensino fundamental. Para produção do material empírico, empregaram-se entrevistas semiestruturadas. Como recurso analítico recorreu-se à técnica de análise de conteúdo, modalidade temática.
Resultados:
no conjunto do material empírico, emergiram seis categorias temáticas: Transgeneridade na infância existe; A construção de identidade e papéis de gênero na infância; A vivência de crianças trans no contexto escolar; Crianças trans: como lidar?; Discutir as diferenças em sala de aula: é o caminho?; Dilemas da interação escola e família. Constatou-se que a dicotomia de gênero é reforçada na sala de aula, ocasionando tensões e divisões estereotipadas para os papéis masculino e feminino. Diversas formas de violência vêm sendo reproduzidas por coleguinhas e professores, que por falta de conhecimento ou despreparo reforçam concepções e atitudes que levam à manutenção da exclusão.
Conclusão:
as escolas têm dificuldades para promover a inclusão de crianças trans. Faz-se necessária a criação de estratégias voltadas para a sensibilização e capacitação dos profissionais que compõem o ambiente escolar, sobretudo os professores das séries iniciais.
Descritores:
Pessoas Transgênero; Disforia de Gênero; Identidade de Gênero; Pré-Escolar; Educação Infantil; Docentes