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Revisão integrativa sobre intervenções de enfermagem voltadas para a promoção do auto-cuidado entre pacientes portadores de insuficiência Cardíaca 1 1 Apoio financeiro do Réseau de recherche en interventions en sciences infirmières du Québec (RRISIQ), Canadá.

Resumo

Objetivo:

analisar e sintetizar o conchecimento relacionado aos componentes críticos das intervençoes que têm, sido propostas e implementadas por enfermeiros(as) com objetivo de optimizar o auto-cuidado de pacientes portadores de insuficiência cardíaca.

Método:

PubMed e CINAHL foram as bases de dados electrônicas utilizadas para investigar artigos revisados por pares (peer review), apresentando as descrições das intervenções dirigidas ao paciente ou ao paciente e sua familia, visando melhorar o auto-cuidado. Foram incluídos 42 estudos na amostra final (n=4799 pacientes).

Resultados:

esta revisão apontou variedade e complexidade das intervenções de enfermagem. Como o auto-cuidado envolve diferentes comportamentos, as intervenções visaram em média 3,6 comportamentos. As Atividades de educação e aconselhamento foram combinadas ou não com estratégias cognitivo-comportamentais, mas somente a metade dos estudos utilizaram suporte teórico para guiar as intervenções. A avaliação e o manejo clínico foram frequentemente associados às intervenções de auto-cuidado, as quais variam em número de sessões (1 a 30), duração do seguimento (2 semanas a 12 meses) e desfechos.

Conclusão:

estes resultados podem ser úteis para guiar os enfermeiros no que se refere à futuros estudos sobre intervenções de auto-cuidado, de maneira a propor a comparação de diferentes modalidades de intervenção, uso de suporte teórico e estabelecimento de desfechos para melhor avaliar sua eficácia.

Descritores:
Insuficiência Cardíaca; Autocuidado; Enfermagem; Intervenção; Revisão

Abstract

Objective:

to analyze and summarize knowledge concerning critical components of interventions that have been proposed and implemented by nurses with the aim of optimizing self-care by heart failure patients.

Methods:

PubMed and CINAHL were the electronic databases used to search full peer-reviewed papers, presenting descriptions of nursing interventions directed to patients or to patients and their families and designed to optimize self-care. Forty-two studies were included in the final sample (n=4,799 patients).

Results:

this review pointed to a variety and complexity of nursing interventions. As self-care encompasses several behaviors, interventions targeted an average of 3.6 behaviors. Educational/counselling activities were combined or not with cognitive behavioral strategies, but only about half of the studies used a theoretical background to guide interventions. Clinical assessment and management were frequently associated with self-care interventions, which varied in number of sessions (1 to 30); length of follow-up (2 weeks to 12 months) and endpoints.

Conclusions:

these findings may be useful to inform nurses about further research in self-care interventions in order to propose the comparison of different modalities of intervention, the use of theoretical background and the establishment of endpoints to evaluate their effectiveness.

Descriptors:
Heart Failure; Self-Care; Nursing; Intervention; Review

Resumen

Objetivo:

analizar y sintetizar el conocimiento relacionado a componentes críticos de intervenciones que han sido propuestas e implementadas por enfermeros(as) con el objetivo de optimizar el autocuidado entre pacientes con insuficiencia cardiaca.

Método:

PUBMED y CINAHL han sido las bases de datos electrónicas usadas para investigar artículos revisados por pares (peer review), presentando descripciones de intervenciones destinadas a perfeccionar el autocuidado dirigido al paciente o al paciente y a su familia. Se incluyeron 42 estudios en la muestra final (n=4799 pacientes).

Resultados:

esta revisión apuntó a una variedad y complejidad de intervenciones de enfermería. Como el autocuidado abarca varios comportamientos, las intervenciones tuvieron como blanco, en media, 3,6 comportamientos. Actividades de educación/consejería fueron combinadas o no con estrategias cognitivo-comportamentales, pero tan solo cerca de la mitad de los estudios tenían aporte teórico para guiar intervenciones. La gestión y la evaluación clínica fueron frecuentemente asociadas a intervenciones de autocuidado, las cuales oscilaron en número de sesiones (1 a 30), duración del seguimiento (2 semanas a 12 meses) y objetivos.

Conclusiones:

estos resultados pueden ser útiles para informar a las enfermeras acerca de nuevas investigaciones en intervenciones de autocuidado, de modo a proponer la comparación de distintas modalidades de intervención, el uso de un aporte teórico y el establecimiento de objetivos para evaluar su eficacia.

Descriptores:
Insuficiencia Cardíaca; Autocuidado; Enfermería; Intervención; Revisíón

Introdução

O contexto da Insuficiência Cardíaca (IC) exemplifica por excelência, o papel fundamental que o (a) enfermeiro (a) desempenha na resposta aos desafios sociais e de saúde que estão na vanguarda das questões de saúde relacionadas ao envelhecimento da população e ao aumento significativo da prevalência de doenças crônicas 1. Richards DA, Borglin G. Complex interventions and nursing: looking through a new lens at nursing research. International journal of nursing studies. 2011;48(5):531-3.. A IC é um fenômeno mundial. Atualmente, aproximadamente 6,5 milhões de pessoas na Europa, 5 milhões de pessoas nos Estados Unidos e 2,4 milhões de pessoas no Japão sofrem de (IC) e, anualmente, 1 milhão de novos casos são diagnosticados em todo o mundo. Na América Latina, a IC descompensada é a principal causa de hospitalização cardiovascular. De fato, a América Latina está sob o paradoxo de ter tanto os fatores de risco como uma epidemiologia de IC comparáveis aos dos países desenvolvidos associdados a fatores ainda muito presentes em países em desenvolvimento, tais como a doença de Chagas e a febre reumática 2. Bocchi EA, Arias A, Verdejo H, Diez M, Gómez E, Castro P, et al. The reality of heart failure in Latin America. J Am Coll Cardiol. 2013;62(11):949-58.. Três quartos de todos os pacientes hospitalizados pela primeira vez com IC morrerão dentro de cinco anos, tornando a sua taxa de sobrevivência comparável à do câncer 3. McMurray John JV, Stewart S. The burden of heart failure. European Heart Journal Supplements. 2002;4(Supplement D):D50-D8.. A síndrome também tem uma alta prevalência de comorbidades e múltiplas condições crônicas 4. Yancy CW, Jessup M, Bozkurt B, Butler J, Casey DE Jr., Drazner MH, et al. 2013 ACCF/AHA guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2013;62(16):e147-239., tornando muito delicadas as condições dos pacientes com IC, com alto risco de descompensação e internações freqüentes. A IC é a causa mais freqüente de internação entre pacientes de 65 anos ou mais, e o tratamento hospitalar, representa 65-75% dos custos relacionados à IC 5. Mejhert M, Kahan T, Persson H, Edner M. Predicting readmissions and cardiovascular events in heart failure patients. Int J Cardiol. 2006;109(1):108-13..

O acompanhamento clínico contínuo de pacientes com IC é considerado como uma recomendação de Classe 1 nas recentes orientações no manejo clínico da IC 4. Yancy CW, Jessup M, Bozkurt B, Butler J, Casey DE Jr., Drazner MH, et al. 2013 ACCF/AHA guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2013;62(16):e147-239., e o auto-cuidado realizado com sucesso pelo paciente é uma das principais estratégias do plano de cuidados. De acordo com o Modelo de Auto-Cuidado na Insuficiência Cardíaca ( Self-care of Heart Failure Model) 6. Riegel B, Jaarsma T, Strömberg A. A middle-range theory of self-care of chronic illness. ANS Adv Nurs Sci. 2012;35(3):194-204., o auto-cuidado é definido como "um processo de escolhas naturais que envolve comportamentos que mantêm a estabilidade fisiológica (comportamentos de manutenção) e a resposta aos sintomas, quando eles ocorrem (comportamentos de gestão)". O autocuidado inclui uma variedade de comportamentos relacionados à saúde e é influenciado por vários fatores individuais, sociais e ambientais 7. Barnason S, Zimmerman L, Young L. An integrative review of interventions promoting self-care of patients with heart failure. J Clin Nurs. 2012;21(34):448-75.. Assim, o desenvolvimento de intervenções de enfermagem visando atender adequadamente às necessidades do paciente requer um planejamento cuidadoso (incluindo uma avaliação acurada das necessidades), escolha da melhor abordagem e uma avaliação rigorosa de sua eficácia na otimização da prática do auto-cuidado e de sua tradução em resultados clínicos.

Recente revisão integrativa sobre o autocuidado em IC, realizada com objetivo de identificar as intervenções de enfermagem implementadas com sucesso para otimizar a auto-cuidado incluiu somente estudos com delineamento experimental 7. Barnason S, Zimmerman L, Young L. An integrative review of interventions promoting self-care of patients with heart failure. J Clin Nurs. 2012;21(34):448-75., partindo da premissa de que o ensaio clínico controlado aleatorizado (ECCA) é o melhor desenho metodológico para as pesquisas que investigam o efeito das intervenções. Apesar da importância destes resultados, a revisão não engloba todas as intervenções de enfermagem que têm sido propostas neste contexto. Portanto, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão integrativa mais ampla, visando identificar os componentes críticos de intervenções que têm sido propostas e implementadas por enfermeiros para otimizar o auto-cuidado realizado por pacientes portadores de IC. Finalmente, esta revisão teve com finalidade refinar as propostas para pesquisa e a prática clínica do enfermeiro.

Método

As etapas utilizadas para a revisão integrativa foram as seguintes: identificação do problema (formulação da pergunta), pesquisa bibliográfica, avaliação dos dados, análise de dados e relatório 8. Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546-53.. A formulação da pergunta foi inspirada na estratégia PICO, definindo como população "Pacientes portadores de IC" e intervenção como "intervenção de enfermagem visando a promoção do auto-cuidado". O critério de comparação não foi aplicado e os resultados foram analisados sob uma perspectiva exploratória. Passo 1 - Identificação do problema: a questão central desta revisão integrativa foi: "Quais são os principais atributos das intervenções de enfermagem que têm sido descritas para otimisar os comportamentos de auto-cuidado realizados por pacientes portadores de IC?" Os aspectos analisados foram: escopo da intervenção; natureza da intervenção (atividades educativas somente ou inclusão de avaliações / intervenções clínicas); fundamentação teórica; modo de aplicação (individualente ou em grupo; pessoalmente ou por telefone); população-alvo (apenas o paciente ou o paciente e a (o) família / cuidador); comportamentos de auto-cuidados visados e desfechos primários e secundários utilizados para avaliar a intervenção. Etapa 2 - Pesquisa bibliográfica: foi realizada extensa pesquisa bibliográfica eletrônica nas bases de dados PubMed e Cumulative Index of Nursing and Allied Health Literature(CINAHL) no período compreendido entre 1 Janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2013. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: Heart Failure AND Self-Care AND Nursing Intervention (Insuficiência Cardíaca AND auto-cuidado AND Intervenções de Enfermagem). O Medical Subject Heading(MeSH) foi utilizado para a pesquisa no PubMed. Os estudos incluídos obedeceram aos seguintes critérios: artigos completos, revisados por pares ( peer review), com descrição de estudos experimentais, quasi-experimentais, descritivos e estudos-piloto, apresentando necessariamente, proposta clara ou implementação de intervenção de enfermagem com o objetivo de melhorar a autocuidado tendo em conta o paciente ou o paciente e sua família. Os artigos deveriam estar redigidos em Inglês, Francês, Espanhol ou Português. Apenas os artigos publicados foram considerados. Revisões de literatura, dissertações de mestrado, teses de doutorado e artigos não publicados foram excluídos(8-9). Etapa 3 - Avaliação dos dados: foram identificados 97 estudos na base de dados PubMed e 45 na CINHAL. Primeiramente, os itens duplicados foram descartados. A seguir, o título e os resumos foram revisados de acordo com seu conteúdo. Cinco revisores independentes validaram o processo de avaliação e retenção de estudos. Finalmente, 42 estudos foram incluídos na revisão. Para mais detalhes, consultar o fluxograma ( Figura 1).

Figura 1
Fluxograma das etapas metodológicas empregadas na a revisão integrativa

Etapa 4 - Análise dos dados: um instrumento específico foi desenvolvido para extrair e analisar os dados dos estudos incluídos. O instrumento era composto dos seguintes itens: (1) Dados para sobre o artigo; (2) Características da amostra (paciente ambulatorial / paciente hospitalizado, idade, tamanho da amostra, sexo); (3) Esboço do estudo; (4) Descrição da intervenção (atividade/estratégia educativa, suporte teórico, avaliação / intervenção clínica, dose da intervenção, e duração do seguimento); (5) Estratégia para a implementação da intervenção (verbal / escrita / uso de tecnologia de informação e comunicação (TIC), pessoalmente / por telefone, indivídualmente / grupo, paciente/díade); (6) comportamentos de auto-cuidado visados; (7) Desfechos. Esta etapa foi realizada por quatro colaboradores divididos em dois grupos independentes e revistos por um quinto revisor.

Resultados

Os artigos revisados foram publicados, em sua maiora, em revistas científicas de enfermagem (64,3%). Os demais artigos foram publicados em revistas médicas e multidisciplinares (19,0% e 16,7%, respectivamente). O número de publicações foi distribuído ao longo dos anos, com uma ligeira concentração em 2005 e em 2012 (16,7% e 19,0%, respectivamente). A América do Norte foi a região com o maior número de artigos (50,0%), seguida pela Europa (26,2%); América do Sul (11,9%); Ásia (9,5%) e Oceania (2,4%). Os 42 artigos incluíram um total de 4.799 pacientes e o tamanho da amostra variou de 10 a 406 pacientes. Os pacientes tinham em média 68,6 anos e eram majoritariamente do sexo masculino (61,9%). Nos 22 estudos que relataram a classificação funcional da New York Heart Association (NYHA) (n = 2562), a maioria dos pacientes foi classificada nas Classes II (36,6%) ou III (45,6%). Em relação ao momento de transição, 26 estudos foram realizados junto a pacientes em seguimento ambulatorial, dois estudos com pacientes hospitalizados e 13 estudos, junto a pacientes na fase de transição entre a hospitalização e retorno ao domicílio; um estudo não mencionou claramente este dado. A maioria dos estudos (31/42), adotou o ECCA como desenho metodológico, sendo que destes, seis eram estudospiloto com amostras pequenas. A Figura 2apresenta o resumo dos estudos.

Figura 2
Síntese dos artigos revisados

População alvo: A maioria dos estudos descreveu intervenções voltadas somente para o paciente (26/42), mas em 16 estudos as intervenções foram voltadas também para a família ou cuidador.

Auto-cuidado visado: Em geral, os estudos visaram 3 a 4 comportamentos de auto-cuidado (média=3,6; mediana=4). Os comportamentos de auto-cuidado mais frequentemente abordados foram em ordem decrescente: dieta (redução do consumo de sal isoladamente ou em associação à restrição de líquidos e / ou alimentação saudável) mencionada em 31/42 estudos; adesão à medicação, (27/42); peso diário (25/42); atividade física (19/42) e monitoramento (17/42) e gestão (14/42) dos sintomas de descompensação da IC. Os comportamentos menos abordados foram parar de fumar (8/42), redução do consumo de álcool (6/42); vacinação (4/42) e controle do estresse / relaxamento (2/42).

Atividades de intervenção: Todos os estudos incluíram atividades de educação / aconselhamento em suas intervenções. Em 14 estudos, as intervenções utilizaram estratégias cognitivo-comportamentais. As estratégias empregadas foram: domínio no manejo dos comportamentos de auto-cuidado, discussões e troca de experiências sobre a realização de comportamentos de auto-cuidado, planejamento de ação, modelagem e persuasão social, conscientização das condições físicas e emocionais, entrevista motivacional, empoderamento ( empowerment)e gestão de barreiras. Em 18 estudos, as intervenções foram baseadas esencialmente na transmissão de informação como noções sobre o sistema cardiovascular, fisiopatologia da IC, sintomas e tratamento e comportamentos de auto-cuidado. Finalmente, 10 estudos mencionaram uma combinação de ambas estratégias - transmissão de informações e estratégias cognitivo-comportamentais.

Suporte teórico. A maioria dos 18 estudos que foram baseados na transmissão de informação não utilizou suporte teórico para guiar a intervenção. Apenas dois estudos baseados na transmissão de informação mencionaram referencial teórico, utilizando o Modelo de auto-cuidado e a Teoria do déficit de autocuidado de Orem para definir os conceitos de interesse no estudo. De maneira geral, os 14 estudos que utilizaram estratégias cognitivo-comportamentais empregaram fundamentação teórica. Os modelos utilizados foram Teoria de ativação; Teoria da motivação e autodeterminação; Modelo Transteórico; Teoria cognitiva social de Bandura; Teoria da autodeterminação; Teoria do comportamento cognitivo; Teoria do déficit de autocuidado de Orem; Modelo conceitual de cuidados compartilhados, Entrevista motivacional, Teoria da situação específica da IC e Modelo de tomada de decisões. Apenas um estudo entre aqueles que utilizaram estratégias cognitivo-comportamentais não referiu base teórica para a intervenção centrada na mudança de comportamento. Entre os 10 estudos que incluíram estratégias de transmissão de informação e estratégias centradas na mudança de comportamento, cinco utilizaram suporte teórico para fundamentar a intervenção: Ciência do ser humano unitário de Martha Rogers; Teoria do déficit de autocuidado de Orem; Modelo conceitual de cuidados compartilhados; Entrevista motivacional Teoria do suporte à autonomía e Modelo de TriandisQuatro estudos não mencionaram fundamentação teórica.

Formas de aplicação da intervenção: Todos os estudos utilizaram informação verbal em suas intervenções; 28 utilizaram também informações escritas e 15, tecnologia da informação e comunicação (TIC). No que se refere à TIC, as ferramentas privilegiadas foram CD-ROM, DVD, vídeo isoladamente ou combinados. Cinquenta e quatro estudos referiram o uso de telessaúde ou telenursinge um estudo desenvolveu um sítio web. As intervenções foram aplicadas individualmente (35/42), em grupo (2/42) ou combinando reuniões individuais e de grupo (5/42). A maioria dos estudos utilizou intervenções que foram aplicadas em pessoa (39/42), sendo que em 19 destes etudos, as intervenções em pessoa foram combinadas com telefonemas. Dois estudos utilizaram apenas chamadas telefônicas e um estudo utilizou somente o CD-ROM.

Dose da intervenção: O número de sessões para a implementação das intervenções variou de um a 30, com média de 5,6 sessões, embora cinco artigos não tenham deixado clara esta informação. A duração das sessões variou de cinco a 120 minutos, com média de 61,7 minutos, mas novamente 22 estudos não relataram este dado. Finalmente, o tempo de seguimento variou de duas semanas a 12 meses, com média de 5,8 meses. Dois estudos não mencionaram a duração do acompanhamento.

Inclusão de avaliação e intervenção clínica: Em 12 estudos, as intervenções educativas foram realizadas em conjunto com a avaliação clínica do paciente, empregando a a anamnese associdada ou não ao ou exame físico (ausculta cardíaca e pulmonar e inspeção de edema). Em sete desses estudos, a avaliação clínica foi seguida de otimização terapêutica com gestão de medicamentos por enfermeiros envolvidos no estudo segundo protocolos pré-estabelecidos e / ou consulta ao cardiologista responsável.

Desfechos ( endpoints): Todos os estudos estabeleceram desfechos primários, com média de 1,8 critérios (mediana = 2) / estudo. As medidas de autocuidado foram os desfechos mais frequentemente avaliados, sendo utilizadas em 57% dos estudos (24/42). Diferentes medidas de auto-cuidado foram utilizadas: escalas de auto-cuidado (19/24) ou medidas específicas do comportamento estudado (24/05). Outros desfechos primários foram: readmissões (12/42); qualidade de vida relacionada à saúde (13/42); outras medidas psicossociais relacionados à estratégias de intervenção (10/42) e conhecimento (9/42). As variáveis de desfecho menos utilizados foram: dados clínicos sobre sinais de descompensação / estabilização do IC (6/42); mortalidade (5/42); dias de hospitalização (3/42); e, visitas ao serviço de emergência (2/42). A aceitabilidade e viabilidade foram avaliadas em um dos seis estudospiloto. Menos de metade dos estudos (18/42) usaram medidas de desfecho secundário, com média de 2,1 critérios (mediana = 2)/estudo. Admissão secundária (6/18); QVRS (6/18); visitas ao serviço de emergência (18/05); variáveis psicossociais (18/05); custo (2/18); conhecimento (1/18), dias de hospitalização (1/18) e dados clínicos (1/18) foram os critérios avaliados.

Discussão

Objetivo desta revisão foi avaliar as principais características das intervenções de enfermagem que têm sido propostas para promover a realização do auto-cuidado por pacientes portadores de IC. Nossos resultados confirmaram a variedade e complexidade das intervenções.

Todos os estudos revisados foram baseados no emprego de atividades educativas e de aconselhamento, sendo interessante notar que um número significativo de intervenções foram baseadas apenas na transmissão de informação. No entanto, é amplamente reconhecido que, a pesar de sua importancia, do conhecimento sobre a condição de saúde, não é suficiente para ajudar as indivíduos a mudarem seu comportamento. Além disso, a maioria dos estudos cuja intervenção foi baseada na transmissão de informação não utilizou nenhum suporte teórico para direcionar o conteúdo e as estratégias da intervenção assim como a lógica que guiou a determinação e avaliação dos desfechos. O uso da fundamentação teórica é importante para a compreensão dos resultados obtidos assim como do mecanismo pelo qual as intervenções operam, o que permite futuras otimizações das intervenções 5252 . Michie S. Changing behavior: theoretical development needs protocol adherence. Health Psychology. 2005;24(4):439..

Em 28% dos estudos, as intervenções para promoção do autocuidado foram combinadas à avaliação clínica e otimização terapêutica, o que é preocupante para a avaliação da eficácia dos comportamentos de auto-cuidado na modificação dos desfechos clínicos. O desenvolvimento e a aplicação de protocolos claros assim como a avaliação do grau de adesão a cada um deles, são essenciais para criar uma compreensão teórica do processo de mudança 5353 . Leventhal H, Friedman MA. Does establishing fidelity of treatment help in understanding treatment efficacy? Comment on Bellg et al. (2004). Health Psychol. 2004;23(5):452-6..

O auto-cuidado é definido como um conjunto de comportamentos relacionados à saúde, que podem ser divididos em comportamentos de manutenção, de monitoramento e de gerenciamento (6). Assim, as intervenções destinadas a promover o auto-cuidado são complexas pois visam mais de um comportamento. Os comportamentos que contribuem para a estabilidade do quadro clínico, que são os comportamentos de manutenção (respeito à dieta, uso da medicação e prática de atividade física) foram os mais visados nas intervenções, em conjunto com os comportamentos monitoramento como controle de peso diário e observação dos sinais e sintomas descompensação da IC. Os comportamentos de gestão dos sintomas foram menos visados pelas intervenções.

Em relação às estratégias utilizadas para implementar a intervenção, é interesante notar a o uso freqüente das chamadas telefônicas e de TIC. Tais estratégias podem resultar em maior acessibilidade às intervenções, especialmente ao se considerar a saúde frágil e debilitada dos pacientes portadores de IC, que dificulta seu deslocamento. A realização de estudos futuros é necessária para demonstração do valor agregado de tais estratégias. No entanto, é importante notar que as informações relativas à dose da intervenção assim como do período de seguimento não foram mencionados em sete estudos. Além disso, a duração das sessões de intervenção não foi mencionada em 22 estudos. Os estudos de intervenções de enfermagem devem descrever cuidadosamente esses dados, para permitir a replicação e compração do estudo em outros contextos.

As intervenções foram direcionadas para o paciente ou o paciente e a família e foram implementadas de forma individual ou em grupo. As estratégias de intervenção envolvendo referentes sociais são cada vez mais presentes nos estudos da enfermagem, tendo como pressuposto a importância de referentes sociais no suporte às mudanças e manutenção dos comportamentos de saúde. Estudos adicionais devem ser realizados a fim de explorar se a inclusão dos referentes sociais otimizam os resultados da intervenção, neste contexto. A demonstração da relação custo-benefício desta abordagem (considerando a eficácia da intervenção em termos de funcionamento social e físico e bem-estar) seria importante, considerando-se que a inclusão de duplas implica desenhos metodológicos mais complexos e custos mais elevados.

Em relação aos desfechos, todos os estudos estabeleceram desfechos primários, e cerca de metade, desfechos secundários. Mas, surpreendentemente, o auto-cuidado foi o desfecho principal de apenas 50% dos estudos. Uma vez que a mudança de comportamento é o objeto das intervenções, seria esperado que o comportamento de auto-cuidado visado figurasse entre os desfechos principais (54). Os desfechos clínicos são importantes porque espera-se que as mudanças de comportamento resultem em melhora do perfil clínico. Mas é possível que a intervenção não tenha sucesso na mudança do comportamento, e mesmo quando a intervenção é bem sucedida em provocar a mudança esperada de comportamento há muitas razões para que ela não se traduza nos resultados clínicos esperados (55) . Assim, o emprego de dados clínicos somente como desfecho principal parece não ser adequado neste contexto. No caso de intervenções complexas, é interessante considerar a avaliação de tais intervenções, considerando as suas fases distintas (55). O primeiro passo deve ser a avaliação da mudança de comportamento, e então, o impacto das mudanças comportamentais sobre os desfechos clínicos ou psicossociais.

Também é importante mencionar as dificuldades em recrutar em pesquisa participantes fisica e emocionalmente vulneráveis, com expectativa de vida limitada, tais como os pacientes portadores de IC (56). Em geral, os pacientes com IC são mais idosos, com grande número de co-morbidades, além de apresentarem déficits cognitivos. As perdas ao longo do seguimento são consideráveis por muitas razões: descompensação da IC, reinternações, fadiga e morte. Isso é ainda mais importante quando consideramos os pacientes em estágios mais avançados da IC. De acordo com o que foi documentado nesta revisão, os pacientes recrutados com maior freqüência nos estudos encontravam-se em classe funcional II ou III da NYHA. Isso significa que o grupo mais fragilizado da população de pacientes portadores de IC, ou seja, os pacientes na classe funcional IV, não tem sido abordado nos estudos sobre auto-cuidado. Assim, é fundamental o desenvolvimento de estratégias para que pacientes com IC mais avançada possam ter maior oportunidade de participar de pesquisas que permitirão o desenvolvimento e a prestação de cuidados mais adequados(56).

A IC é um fenômeno global que afeta as pessoas em todo o mundo e a investigação neste cenário deve considerar os contextos sociais, econômicos e culturais. No entanto, os artigos analisados neste estudo indicam que metade das publicações sobre intervenções de enfermagem para otimizar o auto-cuidado na IC provém da América do Norte. A Europa foi a segunda colocada nesse ranking. Os países em desenvolvimento, cada vez mais suscetíveis a doenças crônicas não-transmissíveis, têm ainda pouca expressão na literatura internacional, apontando, para a necessidade de fomentar a pesquisa nestes contextos. A literatura internacional é importante para inspirar as intervenções, mas isso não significa necessariamente que as intervenções testadas em outros contextos será eficaz em outras culturas. O desenvolvimento de mais estudos é necessário para investigar esta questão. Comparações de resultados entre culturas poderiam resultar em insightsimportantes para a compreensão do fenômeno do auto-cuidado.

Conclusão

Nossos resultados indicam que as intervenções de enfermagem propostas para a promoção do aut-cuidado no contexto da IC são diversas e complexas. Todas as intervenções descritas foram de natureza educacional, porém mais da metade dos estudos não fez uso de estratégias cognitivo-comportamentais, assim como de suporte teórico para guiar a intervenção. A maioria das intervenções foi dirigida somente ao paciente e os comportamentos de auto-cuidado visados variaram muito, sendo mais frequentes os comportamentos associados à estabilidade do quadro clínico, ou seja, os comportamentos de manutenção. Sobre os desfechos considerados na avaliação da eficácia da intervenção, cerca de 50% dos estudos somente utilizaram uma medida de auto-cuidado. Nossos resultados podem ser úteis para guiar enfermeiros (as) em futuras pesquisas sobre intervenção para otimização do auto-cuidado, no que se refere à recomendação de comparação de diferentes tipos de intervenção, emprego de suporte teórico e definição de desfechos que permitam melhor avaliar sua eficácia.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    July-Aug 2015

Histórico

  • Recebido
    27 Ago 2014
  • Aceito
    08 Mar 2015
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