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Avaliação do desempenho funcional e qualidade técnica de um Sistema de Documentação Eletrônica do Processo de Enfermagem1 1 Artigo extraído da dissertação de mestrado "Avaliação de Qualidade do Registro Eletrônico do Processo de Enfermagem", apresentada à Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), processo nº 473420/2011-2

Resumos

Objetivo:

avaliar o desempenho funcional e a qualidade técnica do Sistema de Documentação Eletrônica do Processo de Enfermagem do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo.

Método:

estudo exploratório-descritivo. Utilizou-se o Modelo de Qualidade da norma 25010 e o Processo de Avaliação definido na norma 25040, ambas da International Organization for Standardization/International Electrotechnical Commission (Organização Internacional para Padronização/Comissão Eletrotécnica Internacional). As características de qualidade avaliadas foram: adequação funcional, confiabilidade, usabilidade, eficiência de desempenho, compatibilidade, segurança, manutenibilidade e portabilidade. A amostra foi constituída por 37 avaliadores.

Resultados:

na avaliação dos especialistas em informática, apenas a característica usabilidade obteve menos de 70% de respostas positivas. Para os enfermeiros docentes, todas as características de qualidade obtiveram acima de 70% de respostas positivas. Os enfermeiros assistenciais das clínicas médica e cirúrgica (com experiência no uso do sistema) e enfermeiros assistenciais de outras unidades do hospital e de outras instituições de saúde (sem experiência no uso do sistema) obtiveram mais de 70% de respostas positivas referentes à adequação funcional, usabilidade e segurança. Entretanto, eficiência de desempenho, confiabilidade e compatibilidade obtiveram índices abaixo do parâmetro estabelecido.

Conclusão:

o software atingiu mais de 70% de respostas positivas na maioria das características de qualidade avaliadas.

Informática em Enfermagem; Software; Avaliação da Tecnologia Biomédica; Diagnóstico de Enfermagem


Objective:

To evaluate the functional performance and the technical quality of the Electronic Documentation System of the Nursing Process of the Teaching Hospital of the University of São Paulo.

Method:

exploratory-descriptive study. The Quality Model of regulatory standard 25010 and the Evaluation Process defined under regulatory standard 25040, both of the International Organization for Standardization/International Electrotechnical Commission. The quality characteristics evaluated were: functional suitability, reliability, usability, performance efficiency, compatibility, security, maintainability and portability. The sample was made up of 37 evaluators.

Results:

in the evaluation of the specialists in information technology, only the characteristic of usability obtained a rate of positive responses of less than 70%. For the nurse lecturers, all the quality characteristics obtained a rate of positive responses of over 70%. The staff nurses of the medical and surgical clinics with experience in using the system) and staff nurses from other units of the hospital and from other health institutions (without experience in using the system) obtained rates of positive responses of more than 70% referent to the functional suitability, usability, and security. However, performance efficiency, reliability and compatibility all obtained rates below the parameter established.

Conclusion:

the software achieved rates of positive responses of over 70% for the majority of the quality characteristics evaluated.

Nursing Informatics; Software; Technology Assessment, Biomedical; Nursing Diagnosis


Objetivo:

evaluar el desempeño funcional y la calidad técnica del Sistema de Documentación Electrónica del Proceso de Enfermería del Hospital Universitario de la Universidad de Sao Paulo.

Método:

estudio exploratorio descriptivo. Se utilizó el Modelo de Calidad de la norma 25010 y el Proceso de Evaluación definido en la norma 25040, ambas de la International Organization for Standardization/International Electrotechnical Commission (Organización Internacional para Estandarización/Comisión Electrotécnica Internacional). Las características de calidad evaluadas fueron: adecuación funcional, confiabilidad, usabilidad, eficiencia de desempeño, compatibilidad, seguridad, facilidad de mantenimiento y portabilidad. La muestra fue constituida por 37 evaluadores.

Resultados:

en la evaluación de los especialistas en informática, apenas la característica usabilidad obtuvo menos de 70% de respuestas positivas. Para los enfermeros docentes, todas las características de calidad obtuvieron arriba de 70% de respuestas positivas. Los enfermeros asistenciales de las clínicas médica y quirúrgica (con experiencia en el uso del sistema) y enfermeros asistenciales de otras unidades del hospital y de otras instituciones de salud (sin experiencia en el uso del sistema) obtuvieron más de 70% de respuestas positivas referentes a la adecuación funcional, usabilidad y seguridad. Entre tanto, la eficiencia de desempeño, la confiabilidad y la compatibilidad obtuvieron índices abajo del parámetro establecido.

Conclusión:

el software alcanzó más de 70% de respuestas positivas en la mayoría de las características de calidad evaluadas.

Informática Aplicada a la Enfermería; Programas Informáticos; Evaluación de la Tecnología Biomédica; Diagnóstico de Enfermería


Introdução

A utilização de sistemas computacionais e software tem crescido rapidamente em todos os setores de atividades da sociedade, atingindo um número cada vez maior de usuários. O software é utilizado nas áreas de educação, entretenimento, transporte, comunicação, sistema financeiro, meio ambiente, indústria, comércio, medicina e muitas outras.

A qualidade dos sistemas de informação em saúde é uma preocupação em todo o mundo e uma série de iniciativas está sendo realizada em países como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra para promover a segurança na concepção, aquisição e implantação de tecnologia de informação na área da saúde(11. Kushniruk AW, Bates DW, Bainbridge M, Househ MS, Borycki EM. National efforts to improve health information system safety in Canada, the United States of America and England. Int J Med Inform. 2013;82(5):149-60. ).

No Brasil, a implantação de ferramentas computacionais integradas ao RES (Registro Eletrônico de Saúde) para documentar o Processo de Enfermagem (PE) é um processo gradativo e encontra-se em diferentes estágios de implementação.

Nesse contexto, o Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Escola de Enfermagem da USP (EEUSP) desenvolveu o Sistema de Documentação Eletrônica do Processo de Enfermagem da Universidade de São Paulo (PROCEnf-USP(r)), utilizando as classificações da NANDA-I (NANDA - International), NIC (Nursing Interventions Classification) e NOC (Nursing Outcomes Classification)(22. Peres HHC, Cruz DALM, Lima AFC, Gaidzinski RR, Ortiz DCF, Trindade MM, et al. Desenvolvimento de Sistema Eletrônico de Documentação Clínica de Enfermagem estruturado em diagnósticos, resultados e intervenções. Rev Esc Enferm USP. [Internet]. 2009 dez. [acesso 28 jul 2010]; 43(n spec 2):1149-55. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342009000600002.
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).

Considera-se que o desenvolvimento desse software representa um avanço para a enfermagem pela utilização de sistemas padronizados de linguagem que servirá para demonstrar a contribuição da enfermagem para a saúde dos indivíduos, permitindo a mensuração tanto da eficácia clínica quanto do custo do cuidado de enfermagem.

Contudo, assegurar a qualidade desse sistema é um importante desafio e meta devido à responsabilidade com os usuários e pacientes. Acredita-se que uma nova tecnologia pode trazer profundas transformações e que um sistema pode ser considerado bem-sucedido quando satisfaz as necessidades dos usuários, é fácil de usar, não é propenso a falhas e modifica as coisas para melhor(33. Sperandio DJ. A tecnologia computacional móvel na sistematização da assistência de enfermagem: avaliação de um software-protótipo [Internet]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2008 [acesso 28 set 2009]. 141p. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-11092008-165036/publico/DirceleneJussaraSperandio.pdf
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).

O PROCEnf-USP(r) foi avaliado durante a fase de implantação e os enfermeiros julgaram itens como conforto visual e o manuseio do sistema, documentação, informações e conteúdo. Os enfermeiros avaliaram positivamente o sistema, sobretudo pelo fato de contribuir para o raciocínio clínico do enfermeiro e relacionar diagnósticos, resultados e intervenções(44. Peres HHC, Lima AFC, Cruz DALM, Gaidzinski RR, Oliveira NB, Ortiz DCF et al. Assessment of an electronic system for clinical nursing documentation. Acta Paul Enferm. [Internet]. 2012 [acesso 23 maio 2014]; 25(4):543-8. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002012000400010.
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).

No cenário internacional, experiências de administradores, gerentes de enfermagem, enfermeiros e outros usuários com a implementação de RES evidenciaram o alcance de avanços operacionais por meio de mais acesso à informação, aumento da precisão da documentação, implementação da prática baseada em evidências, diminuição de custos, bem como melhorias na qualidade dos cuidados e maior satisfação dos funcionários. Destaca-se, ainda, a avaliação positiva dos administradores em relação ao retorno dos investimentos(55. Cherry BJ, Ford EW, Peterson LT. Experiences with electronic health records: Early adopters in long-term care facilities. Health Care Manage Rev. 2011;36(3):265-74.).

Estudo sobre a avaliação das alterações na qualidade do processamento de informação em enfermagem, imediatamente antes e um ano após a introdução de um sistema informatizado de enfermagem, concluiu que houve melhora significativa na qualidade da documentação de enfermagem, bem como suporte durante a anamnese do paciente e planejamento da assistência. Os autores observaram falta de clareza quanto ao tempo gasto na documentação eletrônica de enfermagem e o impacto na assistência ao paciente(66. Ammenwerth E, Rauchegger F, Ehlers F, Hirsch B, Schaubmayr C. Effect of a nursing information system on the quality of information processing in nursing: an evoluation study using the HIS-monitor instrument. Int J Med Informatics. 2011;80(1):25-38.).

Uma das abordagens para avaliação da tecnologia da informação é a utilização de normas de qualidade elaboradas e revisadas pela ISO (International Organization for Standardization) e IEC (International Electrotechnical Commision). As séries ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) Norma Brasileira (NBR) ISO/IEC 9126(77. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO/IEC 9126-1:2003: engenharia de software: qualidade de produto. Parte 1: modelo de qualidade. Rio de Janeiro; 2003.) e ISO/IEC 14598(88. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO/IEC 14598-1:2001: tecnologia de informação: avalição de produto de software. Parte 1: visão geral. Rio de Janeiro; 2001.) tratam da qualidade dos produtos de software. Em 2011, essas normas foram reestruturadas e receberam as denominações ISO/IEC 25010 - System and Software engineering - (SQuaRE) - System and software quality models (99. ISO/IEC 25010 - System and Software engineering - System and software Quality Requirements and Evaluation (SQuaRE) - System and software quality models. Switzerland; 2011.) e ISO/IEC 25040 System and Software engineering - (SQuaRE) - Evaluation process (1010. ISO/IEC 25040 - System and Software engineering - System and software Quality Requirements and Evaluation (SQuaRE) - Evaluation process. Switzerland; 2011.).

No Brasil, essas normas foram utilizadas para avaliar a qualidade técnica e o desempenho funcional de um software-protótipo para a documentação do PE, contribuindo para identificar a qualidade do sistema e elucidar as necessidades de melhorias para potencializar o uso da ferramenta(33. Sperandio DJ. A tecnologia computacional móvel na sistematização da assistência de enfermagem: avaliação de um software-protótipo [Internet]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2008 [acesso 28 set 2009]. 141p. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-11092008-165036/publico/DirceleneJussaraSperandio.pdf
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).

Diante do exposto, considera-se fundamental realizar uma avaliação do sistema PROCEnf-USP(r) após a sua implantação, visando medir o desempenho do sistema e a satisfação do usuário. Além disso, identificar possíveis falhas técnicas e limitações para que sejam realizadas melhorias no produto final.

Assim, este estudo tem por objetivo avaliar o desempenho funcional e a qualidade técnica do sistema PROCEnf-USP(r), utilizando-se o Modelo de Qualidade de Produto da norma ISO/IEC 25010(99. ISO/IEC 25010 - System and Software engineering - System and software Quality Requirements and Evaluation (SQuaRE) - System and software quality models. Switzerland; 2011.) e o Processo de Avaliação da norma ISO/IEC 25040(1010. ISO/IEC 25040 - System and Software engineering - System and software Quality Requirements and Evaluation (SQuaRE) - Evaluation process. Switzerland; 2011.).

Método

A implantação do sistema PROCEnf-USP(r) ocorreu em 2009, nas unidades de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica do HU-USP. Essas duas clínicas foram escolhidas por serem unidades de internação de pacientes adultos com o PE fortemente consolidado, podendo ter os resultados da implantação replicados nas demais unidades do hospital.

As principais características do PROCEnf-USP(r) referem-se à possibilidade de acesso a dois ambientes: profissional e acadêmico. O ambiente profissional é de uso exclusivo no hospital para a documentação clínica real. O ambiente acadêmico pode ser acessado tanto do hospital quanto da EEUSP, permite a criação de pacientes fictícios para favorecer o aprendizado por meio da simulação de situações de ensino com as mesmas características da documentação real. Outro destaque é caracterizar-se por um sistema de apoio à decisão que auxilia o raciocínio clínico do enfermeiro por ter a capacidade de gerar sugestões de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem a partir dos dados da avaliação(22. Peres HHC, Cruz DALM, Lima AFC, Gaidzinski RR, Ortiz DCF, Trindade MM, et al. Desenvolvimento de Sistema Eletrônico de Documentação Clínica de Enfermagem estruturado em diagnósticos, resultados e intervenções. Rev Esc Enferm USP. [Internet]. 2009 dez. [acesso 28 jul 2010]; 43(n spec 2):1149-55. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342009000600002.
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).

Trata-se de um estudo exploratório descritivo. A amostra foi intencional e não probabilística, constituída por 37 (trinta e sete) avaliadores, sendo oito (8) especialistas em informática, oito (8) enfermeiros docentes, treze (13) enfermeiros assistenciais das clínicas médica e clínica cirúrgica (com experiência no uso do PROCEnf-USP(r)) e oito (8) enfermeiros assistenciais de outras unidades do HU-USP e de outras instituições de saúde (sem experiência no uso do referido sistema).

Os critérios de inclusão foram: especialistas em informática a) ter no mínimo o título de especialista em informática; b) ter experiência profissional em análise de sistemas. Enfermeiros docentes: a) ter no mínimo o título de especialista em enfermagem; b) ser docente em instituição de ensino superior de enfermagem; c) ministrar disciplinas ou participar de grupos de estudo que envolvam o PE. Enfermeiros assistenciais das clínicas médica e cirúrgica: a) ser enfermeiro atuando na área assistencial; b) ter no mínimo o título de especialista em enfermagem; c) utilizar o sistema PROCEnf-USP(r) na assistência, d) ter experiência com a utilização do PE. Enfermeiros assistenciais de outras unidades: a) ser enfermeiro assistencial das unidades do HU-USP que não utilizam o sistema PROCEnf-USP(r) na assistência ou ser enfermeiro assistencial de outras instituições de saúde; b) ter no mínimo o título de especialista em enfermagem; c) ter experiência com a utilização do PE.

A primeira etapa do Processo de Avaliação foi a escolha do Modelo de Qualidade de Produto da norma ISO/IEC 25010(99. ISO/IEC 25010 - System and Software engineering - System and software Quality Requirements and Evaluation (SQuaRE) - System and software quality models. Switzerland; 2011.) que especifica oito características de qualidade as quais são subdivididas em subcaracterísticas, conforme a seguir: adequação funcional (integridade funcional, correção funcional e aptidão funcional); eficiência de desempenho (tempo, recursos e capacidade); compatibilidade (coexistência e interoperabilidade); usabilidade (reconhecimento de adequação, apreensibilidade, proteção contra erro, operabilidade, estética da interface do usuário e acessibilidade); confiabilidade (maturidade, tolerância a falhas, recuperabilidade e disponibilidade); segurança (confidencialidade, integridade, não repúdio, responsabilização e autenticação); manutenibilidade: (analisabilidade, modificabilidade, modularidade, reusabilidade, testabilidade); portabilidade (adaptabilidade, capacidade de ser instalado e capacidade para substituir). Essas duas últimas características foram avaliadas apenas pelos especialistas em informática.

As características e subcaracterísticas de qualidade foram avaliadas por meio de questões chaves, adaptadas do instrumento de avaliação utilizado por Sperandio(33. Sperandio DJ. A tecnologia computacional móvel na sistematização da assistência de enfermagem: avaliação de um software-protótipo [Internet]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2008 [acesso 28 set 2009]. 141p. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-11092008-165036/publico/DirceleneJussaraSperandio.pdf
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). Com a atualização da norma, novas características foram acrescentadas e outras receberam nomes mais precisos. Devido a essa alteração, foi necessário acrescentar novas questões aos instrumentos de avaliação. Para isso, utilizou-se o Manual de Certificação SBIS/CFM, principalmente para as questões da característica segurança.

Na segunda etapa da avaliação, foram definidos os níveis de pontuação e os critérios para o julgamento. Os especialistas atribuíram para cada questão dos instrumentos de avaliação as seguintes pontuações: A (Acordo); D (Desacordo), NA (Não se Aplica). Pontuação A significa que o PROCEnf-USP(r) atende ao requisito; D não atende ao requisito e NA corresponde ao atributo que não foi avaliado ou foi considerado não aplicável ao software. Os itens avaliados em Desacordo foram justificados por escrito pelos avaliadores para identificação das necessidades de melhorias no PROCEnf-USP(r).

Para obter os valores das características de qualidade, após aplicação dos instrumentos de avaliação, adaptou-se a fórmula para cálculo das características e subcaracterísticas proposta na norma ABNT NBR ISO/IEC 14598-6 Anexo C (Informativo)(1111. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO/IEC 14598-6:2004: engenharia de software: avaliação de produto. Parte 6: documentação de módulos de avaliação. Rio de Janeiro; 2004.): Vc = ∑ Vsc/nsc e Vsc = ∑ m/(n - nd). Onde: Vc é o valor medido da característica; Vsc é o valor medido da subcaracterística; nsc é o número de subcaracterísticas; m é 1, se a resposta for positiva, senão é 0; n é o número total de medidas; nd é o número de questões descartadas.

Embasadas nessa fórmula para o cálculo das características, as respostas Não se Aplica foram descartadas, pois os especialistas não conseguiram avaliar seja por falta de recursos, de informações ou até mesmo por falta de conhecimento específico sobre o assunto abordado. Esse tipo de resposta não pontua e não pode prejudicar a avaliação do produto.

A tabulação dos dados e o cálculo das características foram realizados utilizando-se a ferramenta Excel(r). O critério para julgamento dos resultados obtidos baseou-se na escala de avaliação para subcaracterísticas proposta na norma ABNT NBR ISO/IEC 14598-6 Anexo C (Informativo)(1111. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO/IEC 14598-6:2004: engenharia de software: avaliação de produto. Parte 6: documentação de módulos de avaliação. Rio de Janeiro; 2004.), adaptada por Sperandio(33. Sperandio DJ. A tecnologia computacional móvel na sistematização da assistência de enfermagem: avaliação de um software-protótipo [Internet]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2008 [acesso 28 set 2009]. 141p. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-11092008-165036/publico/DirceleneJussaraSperandio.pdf
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), que indica os valores esperados para cada uma das características e subcaracterísticas. O valor esperado era que cada característica avaliada obtivesse mais de 70% de respostas positivas.

Na terceira etapa foi produzido o plano da avaliação. Os avaliadores foram convidados a participar da pesquisa por meio de uma Carta Convite, enviada por e-mail. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), foram enviadas instruções para a realização da avaliação, link para acesso ao sistema PROCEnf-USP(r) pela internet, senha de avaliador para acesso exclusivo ao ambiente acadêmico do sistema e matrícula de um paciente fictício. Com exceção dos enfermeiros das clínicas médica e cirúrgica, que já utilizavam o sistema, foi enviado para os avaliadores um manual para utilização do sistema PROCEnf-USP(r), criado pelo grupo gestor. Cada avaliador recebeu um caso clínico, de uso opcional, para fazer a avaliação do sistema.

A avaliação propriamente dita foi realizada pelos especialistas por meio dos Instrumentos de Avaliação que foram enviados pela internet, utilizando-se a ferramenta on-line de questionário SurveyMonkey (r). As respostas dos avaliadores foram obtidas automaticamente por meio desta ferramenta de coleta de dados. O período de coleta de dados foi de dezembro de 2011 a julho de 2012. Esse prazo foi necessário para obtenção do número mínimo de oito avaliadores para cada categoria, conforme recomendado pela norma ABNT NBR ISO/IEC 14598-6(1111. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO/IEC 14598-6:2004: engenharia de software: avaliação de produto. Parte 6: documentação de módulos de avaliação. Rio de Janeiro; 2004.).

Na quarta etapa, foram obtidas as medidas, realizada a comparação com os critérios e julgado os resultados. Na quinta etapa, foram analisados os resultados da avaliação cuja conclusão foi a declaração da qualidade do sistema PROCEnf-USP(r).

O projeto foi aprovado em 2011 nos Comitês de Ética em Pesquisa da EEUSP (instituição proponente) e do HU-USP (instituição coparticipante), com os respectivos registros: CEP nº 1031/2011, e CEP nº 1132/11, SISNEP CAAE: 0037.0.196.196.11.

Resultados

Observa-se na Tabela 1 que, na avaliação dos especialistas em informática, todas as características obtiveram abaixo de 70% de respostas Acordo. Manutenibilidade e Portabilidade obtiveram acima de 50% de respostas Não se Aplica. Usabilidade teve a maior frequência de respostas em Desacordo.

Tabela 1 -
Distribuição das frequências das respostas relativas à avaliação das características de qualidade do PROCENF-USP(r) pelos especialistas em informática (N=8), São Paulo, SP, Brasil, 2012

Observa-se na Tabela 2 que, na avaliação dos docentes, a maioria das características de qualidade pontuou acima de 70% de respostas Acordo, exceto Compatibilidade que obteve apenas 38%. Entretanto, verifica-se que esse item obteve 50% de respostas Não se Aplica. Usabilidade obteve a maior frequência de respostas em Desacordo.

Tabela 2 -
Distribuição das frequências das respostas relativas à avaliação das características de qualidade do PROCENF-USP(r) pelos enfermeiros docentes (N=8), São Paulo, SP, Brasil, 2012

Observa-se na Tabela 3 que, na avaliação dos enfermeiros assistenciais das Clínicas Médica e Cirúrgica, metade das características de qualidade pontuou acima de 70% de respostas Acordo. Eficiência de Desempenho, Confiabilidade e Compatibilidade não alcançaram os 70% de respostas Acordo. Houve poucas respostas Não se Aplica.

Tabela 3 -
Distribuição das frequências das respostas relativas à avaliação das características de qualidade do PROCENF-USP(r) pelos enfermeiros assistenciais das Clínicas Médica e Cirúrgica (N=13), São Paulo, SP, Brasil, 2012

Conforme Tabela 4, apenas duas características de qualidade obtiveram acima de 70% de respostas Acordo. Eficiência de Desempenho e Usabilidade obtiveram a maior frequência de pontuação em Desacordo. Compatibilidade obteve 45% de respostas Não se Aplica.

Tabela 4 -
Distribuição das frequências das respostas relativas à avaliação das características de qualidade do PROCENF-USP(r) pelos enfermeiros assistenciais de Outras Unidades (N=8), São Paulo, SP, Brasil, 2012

Na Tabela 5, conforme descrito na metodologia, as respostas Não se Aplica foram descartadas, pois não eram aplicáveis ao sistema ou não puderam ser avaliadas pelos especialistas. Observa-se que, na avaliação dos especialistas em informática, apenas a característica usabilidade obteve menos de 70% de respostas positivas. Para os enfermeiros docentes, todas as características de qualidade obtiveram acima de 70% de respostas positivas. Para os enfermeiros assistenciais das clínicas médica e cirúrgica e para os enfermeiros assistenciais de outras unidades, Adequação Funcional, Usabilidade e Segurança obtiveram mais de 70% de respostas positivas; entretanto, Eficiência de Desempenho, Confiabilidade e Compatibilidade obtiveram índices abaixo do parâmetro estabelecido.

Tabela 5 -
Distribuição das respostas relativas às características de qualidade do PROCENF-USP(r) pelos especialistas em informática, enfermeiros docentes, enfermeiros das clínicas médica e cirúrgica e enfermeiros de outras unidades, São Paulo, SP, Brasil, 2012

Discussão

A avaliação do PROCEnf-USP(r) foi realizada por profissionais de diferentes áreas do saber e os resultados indicaram índices de qualidade do sistema em cada atributo considerado. Evidenciou-se que, do ponto de vista funcional, o PROCEnf-USP(r) é uma ferramenta computacional que atende às necessidades dos usuários, permite a aplicação do PE de forma correta e facilita a sua execução. Esse nível de qualidade é atingido quando as funcionalidades do sistema atendem ao que foi solicitado nos seus requisitos.

Acredita-se que esse êxito foi decorrente da participação e envolvimento da gerência de enfermagem, enfermeiros assistenciais, administradores do hospital e também docentes da EEUSP no desenvolvimento do PROCEnf-USP(r).

A revisão da literatura sobre a utilização do RES na enfermagem demonstra que os enfermeiros estão insatisfeitos com os sistemas, pois não foram projetados para atender às necessidades da prática clínica, avaliando como condição essencial a participação desses profissionais diretamente no desenvolvimento, planejamento e design do software para garantir a complexidade e a essencialidade da profissão(1212. Stevenson JE, Nilsson GC, Petersson GI, Johansson PE. Nurse´s experience of using electronic patient records in everyday practice in acute/inpatient ward settings: A literature review. Health Informatics J. 2010;16(1):63-72.).

Para priorização de melhorias no PROCEnf-USP(r), analisou-se a frequência dos itens em desacordo e constatou-se que estavam relacionadas às características usabilidade, eficiência de desempenho e confiabilidade.

A percepção dos enfermeiros sobre os pontos fortes e limitações dos RES para documentar eventos clínicos aponta aspectos de usabilidade como pontos positivos e, a falta de relevância da documentação e barreiras na comunicação, como sugestões de melhorias do sistema(1313. Carrington JM, Effken JA. Strengths and Limitations of the Electronic Health Record for Documenting Clinical Events. Nurs Comput Inform. 2011; 29(6):360-7. ).

A avaliação de usabilidade de uma ferramenta computacional para o ensino de enfermagem em terapia intensiva, realizada por alunos de graduação, destacou pontos positivos em relação à facilidade no uso e na visualização das telas. Todavia, o item satisfação com o desempenho na simulação não obteve valor satisfatório, sugerindo melhorias na usabilidade(1414. Barbosa SFF, Marin HF. Web-based simulation: a toll for teaching critical care nursing. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2009;17(1):7-13. ).

Pesquisas que utilizam métodos de avaliação heurística para a análise dos sistemas de registro eletrônico de enfermagem, com linguagem padronizada demonstraram que esses sistemas apresentam problemas de usabilidade com efeitos negativos sobre a prática de documentação do enfermeiro e o trabalho de enfermagem(1515. Viitanen J, Kuusisto A, Nykänen P. Usability of electronic nursing record systems: Definition and results from an evaluation study in Finland. Stud Health Technol Inform. 2011;164:333-8. ).

Ainda, em relação à usabilidade, esses métodos específicos de avaliação da efetividade, eficiência e satisfação têm identificado problemas de software que podem levar a ineficiências operacionais e erros na codificação de dados que podem trazer consequências sérias para a saúde(1616. Hall AS, Kushniruk AW, Borycki EM. Usability analysis of the tele-nursing call management software at HealthLink BC. Stud Health Technol Inform. 2011;164:208-12.).

Os resultados da característica eficiência de desempenho demonstraram que os usuários do sistema desejam um software mais rápido no tempo de resposta e processamento dos dados. O sistema deve permitir que os enfermeiros realizem tarefas cotidianas mediante um número mínimo de passos. Precisam ter mecanismos de eficiência, evitando retrabalho desnecessário e facilitando o resgate de dados. Evidenciou-se também nas justificativas das respostas em Desacordo a necessidade de investimentos em equipamentos, tais como computadores e impressoras.

Nesse sentido, cabe considerar que o processo de implantação e manutenção de um sistema informatizado implica custos e requer o direcionamento de esforços concentrados, envolvendo variáveis estruturais, processuais e financeiras. Além disso, exige das gerências dos departamentos/serviços de enfermagem uma preocupação contínua em como os recursos são alocados e aferir os custos para a instituição com esses processos.

A característica Confiabilidade necessita de melhorias, pois ainda apresenta algumas deficiências na recuperação de dados afetados por falhas e travamentos no sistema. A característica Compatibilidade, especialmente na subcaracterística Interoperabilidade, obteve alto índice de Desacordo na avaliação dos enfermeiros das Clínicas Médica e Cirúrgica. Isso evidenciou a necessidade de melhorias no nível de comunicabilidade do PROCEnf-USP(r) com outros sistemas do hospital e na capacidade de transferir dados e intercâmbio de comandos.

Considerando que o uso significativo dos registros eletrônicos em saúde tornou-se onipresente no vocabulário da tecnologia da informação em saúde, e que a informação tem de fluir, a interoperabilidade entre os sistemas é essencial. Ela torna a comunidade da saúde mais integrada, permitindo que os dados sejam compartilhados entre os diversos profissionais de saúde, os pacientes e a família e permite ainda que os provedores de saúde possam analisar e trocar dados entre as organizações(1717. Martin KS, Monsen KA, Bowels KH. The Omaha system and meaningful use: applications for practice, education, and research. Comput Inform Nurs. 2011;29(1):52-8.).

As características manutenibilidade e portabilidade atingiram o percentual necessário nas características avaliadas; entretanto, observou-se um alto percentual de respostas Não se Aplica. Esse resultado foi semelhante aos obtidos no estudo realizado por Sperandio(33. Sperandio DJ. A tecnologia computacional móvel na sistematização da assistência de enfermagem: avaliação de um software-protótipo [Internet]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2008 [acesso 28 set 2009]. 141p. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-11092008-165036/publico/DirceleneJussaraSperandio.pdf
http://www.teses.usp.br/teses/disponivei...
) nessas duas características.

Compatibilidade também obteve muitas respostas do tipo Não se Aplica, exceto na avaliação dos enfermeiros das clínicas Médica e Cirúrgica. Esse tipo de resposta é pouco desejável, pois significa que os recursos disponibilizados foram insuficientes para realizar a avaliação, sendo uma limitação deste estudo.

Conclusão

O desenvolvimento desta pesquisa possibilitou avaliar a qualidade técnica e o desempenho funcional do software PROCEnf-USP(r) e os resultados obtidos demonstraram a qualidade do sistema em cada atributo considerado. Conclui-se que o sistema PROCEnf-USP(r) destacou-se em cinco características de qualidade: adequação funcional, usabilidade, segurança, manutenibilidade e portabilidade.

O processo de aprimoramento do sistema é contínuo, com propostas de implantação em outras unidades assistenciais do hospital, integração com os dados administrativos de recursos humanos e indicadores de qualidade, interoperabilidade com sistemas de materiais, sistema de pacientes e exames, dimensionamento informatizado de profissionais de enfermagem, entre outros. Acredita-se que, num futuro próximo, a documentação eletrônica padronizada irá permitir o acesso remoto e simultâneo de dados entre os profissionais de saúde e as diferentes organizações. Esse fato melhorará a assistência prestada ao paciente e auxiliará no desenvolvimento de protocolos de atendimento e pesquisas.

Nesse contexto, essa pesquisa contribuirá para o aprimoramento dos sistemas desenvolvidos para documentar o PE. Este estudo não se encerra neste relatório de pesquisa, mas abre caminho para novas pesquisas com o envolvimento dos enfermeiros no processo avaliação de software na área da enfermagem.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Abr 2015
  • Data do Fascículo
    Feb-Apr 2015

Histórico

  • Recebido
    11 Nov 2013
  • Aceito
    04 Dez 2014
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