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Fatores associados à satisfação no trabalho em Centros de Atenção Psicossocial1 1 Artigo extraído da dissertação de mestrado "Fatores associados à satisfação no trabalho em centros de Atenção Psicossocial da região sul do Brasil" apresentada à Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Pelotas, Brasil. Apoio financeiro do Ministério da Saúde, processo nº 186/2010

Resumos

OBJETIVOS:

analisar a prevalência de satisfação no trabalho e identificar fatores associados em Centros de Atenção Psicossocial.

MÉTODO:

estudo transversal com 546 trabalhadores de 40 Centros de Atenção Psicossocial, da Região Sul do Brasil. A satisfação foi identificada a partir da Escala de Avaliação da Satisfação da Equipe de Saúde Mental e a análise ajustada dos dados, realizada por modelo de regressão logística.

RESULTADOS:

prevalência de satisfação no trabalho de 66,4%. Fatores diretamente associados à satisfação: função de nível superior (excetuando médicos e psicólogos), tempo de trabalho menor ou igual a seis meses, realização de maior número de visitas domiciliares, boa supervisão pela equipe, possibilidade de fazer escolhas coletivas e cursos.

CONCLUSÕES:

a satisfação está associada à organização e às condições do trabalho e demonstra necessidade de se investir em supervisão pelas equipes, em processos que democratizem os serviços e, também, na formação de seus trabalhadores.

Satisfação no Emprego; Saúde Mental; Serviços de Saúde Mental; Trabalho


OBJECTIVES:

to analyze the prevalence of satisfaction at work and identify associated factors in Psychosocial Care Centers.

METHOD:

cross-sectional study involving 546 workers from 40 Psychosocial Care Centers in the South of Brazil. The satisfaction was identified based on the Assessment Scale of Satisfaction in the Mental Health Team and a logistic regression model was used for the adjusted data analysis.

RESULTS:

the prevalence of satisfaction at work corresponded to 66.4%. Factors directly associated with satisfaction: higher-level function (except physicians and psychologists), work time of six months or less, making a larger number of home visits, good supervision by the team, possibility to make collective choices and take courses.

CONCLUSIONS:

the satisfaction is associated with the work organization and conditions and demonstrates the need to invest in team supervisions, in process that democratize the services and in the workers' training.

Job Satisfaction; Mental Health; Community Mental Health Services; Work


OBJETIVOS:

analizar la prevalencia de satisfacción en el trabajo e identificar factores asociados en Centros de Atención Psicosocial.

MÉTODO:

estudio trasversal con 546 trabajadores de 40 Centros de Atención Psicosocial de la región Sur de Brasil. La satisfacción fue identificada a partir de la Escala de Evaluación de la Satisfacción del Equipo de Salud Mental y el análisis ajustado de los datos efectuado mediante un modelo de regresión logística.

RESULTADOS:

prevalencia de satisfacción en el trabajo de 66,4%. Factores directamente asociados a la satisfacción: función de nivel superior (excepto médicos y psicólogos), tiempo de trabajo menor o igual a seis meses, efectuar mayor número de visitas a domicilio, boa supervisión por el equipo, posibilidad de hacer opciones colectivas y cursos.

CONCLUSIONES:

la satisfacción está asociada a la organización y a las condiciones del trabajo y demuestra la necesidad de invertir en supervisión por los equipos, en procesos que democraticen los servicios y también en la formación de sus trabajadores.

Satisfacción en el Trabajo; Salud Mental; Servicios de Salud Mental; Trabajo


Introdução

A Saúde Mental é mundialmente prioridade para a saúde pública no século XXI. Diferentes ações são necessárias para consolidar modelos de atenção que resgatem a cidadania dos indivíduos em sofrimento psíquico. Para tanto, os serviços brasileiros para o cuidado em liberdade, no território do usuário, estruturados a partir da Reforma Psiquiátrica, expandiram numericamente e apresentam peculiaridades nas diferentes regiões do território nacional.

A expansão é verificada especialmente na rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que, em 2004, era composta por 689 serviços e, ao final de 2010, alcançou a soma de 1.620 serviços implantados no Brasil( 11. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. DAPES. Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas . Saúde Mental no SUS: as novas fronteiras da Reforma Psiquiátrica. Relatório de Gestão 2007-2010. Ministério da Saúde: Brasília; 2011. 106 p. ). Entre as regiões brasileiras, a Sul, é a que apresenta melhor cobertura de CAPS do Brasil, com um indicador de 0,87 CAPS/100.000 habitantes, superior à média brasileira de 0,66 CAPS/100.000 habitantes( 11. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. DAPES. Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas . Saúde Mental no SUS: as novas fronteiras da Reforma Psiquiátrica. Relatório de Gestão 2007-2010. Ministério da Saúde: Brasília; 2011. 106 p. ).

A consolidação da rede de serviços substitutivos pressupõe problematização e organização de seus processos de trabalho de forma que contemplem a troca de saberes e práticas entre os profissionais, assim como a valorização dos potenciais criativos e das competências individuais( 22. Pereira MA. Psychosocial rehabilitation in mental health care: strategies under construction. Rev. Latino-Am. Enfermagem. jul.-ago. 2007;15(4):153-9. ). O cuidado em liberdade é acompanhado de desafios que estimulam o trabalhador, como também podem gerar sofrimento, sobrecarga e falta de satisfação no trabalho.

As repercussões do trabalho são derivadas tanto das condições de trabalho (pressões físicas, mecânicas, químicas e biológicas do posto de trabalho) como da organização do trabalho (modo operatório prescrito, distribuição das responsabilidades, hierarquia, modalidades de comando e relações socioprofissionais entre outros)( 33. Dejours C, Abdoucheli E. Itinerário teórico em psicopatologia do trabalho. In: Dejours C. Psicodinâmica do trabalho, contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas; 2011. p. 120-43. ). Em saúde mental, a esses fatores é acrescido o contato diário com pessoas em sofrimento psíquico, formando um conjunto que reflete na satisfação e, consequentemente, no bem-estar e na saúde mental do trabalhador, com influência percebida na qualidade do cuidado prestado aos usuários e, portanto, dos serviços( 44. Bandeira M, Ishara S, Zuardi AW. Satisfação e sobrecarga de profissionais de saúde mental: validade de construto das escalas SATIS-BR e IMPACTO-BR. J Bras Psiquiatria. 2007;56(4):280-6. ).

Estudos quantitativos brasileiros adotam concepções que relacionam satisfação e insatisfação no trabalho, como fenômenos opostos, e utilizam escalas para aferi-las, sendo que a utilização de instrumentos validados favorece a operacionalização de avaliação da satisfação no trabalho( 55. Bandeira M, Pitta AMF, Mercier C. Escalas Brasileiras de Avaliação da Satisfação (SATIS-BR) e da sobrecarga (IMPACTO-BR) da equipe técnica em serviços de saúde mental. J Bras Psiquiatria. 2000;49(4):105-15. ). Contudo, a prevalência de satisfação no trabalho em serviços comunitários de saúde mental brasileiros não foi avaliada. Nos EUA, essa foi de 59% com o Job Satisfaction Survey, em amostra composta por 176 técnicos de referência( 66. Gellis ZD, Kim JC. Predictors of depressive mood, occupational stress, and propensity to leave in older and younger mental health case managers. Commun Mental Health J. 2004;40(5):407-21. ) e de 90% com o Minnesota Job Satisfaction Questionnaire, em 98 profissionais( 77. Martin U, Schinke SP. Organizational and individual factors influencing job satisfaction and burnout of mental health workers. Soc Work Health Care. 1998;28(2):51-62. ).

Entre os fatores relacionados à maior satisfação no trabalho em serviços de saúde mental comunitários estão: maior autonomia( 88. Evans S, Huxley P, Gately C, Webber M, Mears A, Pajak S, et al. Mental health, burnout and job satisfaction among mental health social workers in England and Wales. Br J Psychiatry. 2006;188:75-80. - 99. Nelson T, Johnson S, Bebbington P. Satisfaction and burnout among staff of crisis resolution, assertive outreach and community mental health teams. A multicentre cross sectional survey. Soc Psychiatry Psychiat Epidemiol. 2009;44(7):541-9. ), observação de mudanças rápidas no serviço, benefícios do trabalho em equipe, manter os clientes fora do hospital( 99. Nelson T, Johnson S, Bebbington P. Satisfaction and burnout among staff of crisis resolution, assertive outreach and community mental health teams. A multicentre cross sectional survey. Soc Psychiatry Psychiat Epidemiol. 2009;44(7):541-9. ) e apoio organizacional( 1010. Gellis ZD, Kim J, Hwang SC. New York State case manager survey: urban and rural differences in job activities, job stress, and job satisfaction. J Behav Health Serv Res. 2004;31(4):430-40. ). E menor satisfação foi associada aos encargos administrativos e grande número de casos( 1111. Isett KR, Ellis AR, Topping S, Morrissey JP. Managed care and provider satisfaction in mental health settings. Commun Mental Health J. 2009;45(3):209-21. ), estrutura física inadequada, falta de recursos humanos e materiais( 1212. Acker GM. The challenges in providing services to clients with mental illness: managed care, burnout and somatic symptoms among social workers. Commun Mental Health J. 2010;46(6):591-600. - 1313. De Marco PF, Citero VA, Moraes E, Nogueira-Martins LA. O impacto do trabalho em saúde mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional. J Bras Psiquiatria. 2008;57(3):78-183. ), desvalorização no local de trabalho( 88. Evans S, Huxley P, Gately C, Webber M, Mears A, Pajak S, et al. Mental health, burnout and job satisfaction among mental health social workers in England and Wales. Br J Psychiatry. 2006;188:75-80. ) e maior sobrecarga no trabalho( 88. Evans S, Huxley P, Gately C, Webber M, Mears A, Pajak S, et al. Mental health, burnout and job satisfaction among mental health social workers in England and Wales. Br J Psychiatry. 2006;188:75-80. , 1313. De Marco PF, Citero VA, Moraes E, Nogueira-Martins LA. O impacto do trabalho em saúde mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional. J Bras Psiquiatria. 2008;57(3):78-183. - 1414. Rebouças D, Abelha L, Legay LF, Lovisi GM. O trabalho em saúde mental: um estudo de satisfação e impacto Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(3):624-32. ).

No sentido de conhecer as repercussões do trabalho em serviços de saúde mental comunitários, este estudo teve como objetivos analisar a prevalência de satisfação e identificar os fatores a ela associados em trabalhadores de Centros de Atenção Psicossocial nos três Estados da Região Sul do Brasil.

Metodologia

Este é um estudo transversal e recorte da pesquisa CAPSUL II*, realizada em 2011, com o objetivo de avaliar a atenção em saúde mental, desenvolvida nos CAPS da Região Sul do Brasil, financiada pelo Ministério da Saúde. Os dados aqui estudados foram coletados por questionário autoaplicado a trabalhadores dos 40 serviços sorteados para o estudo, entre os 308 CAPS existentes, e obtidos no período de agosto a dezembro de 2011. A amostra de CAPS foi estruturada de acordo com a oferta de serviços nos três Estados da Região, a concentração populacional por macrorregião geográfica e a garantia de presença das capitais, além dos diferentes modelos de CAPS (I, II, III e excluídos CAPSinfantil e CAPSálcool e drogas).

Nos 40 CAPS incluídos no estudo, todos os 658 trabalhadores em atividade foram convidados a participar e 546 responderam o questionário, o que permitiu estimar prevalência de satisfação de 66%, com margem de erro de 4,0 e intervalo de confiança de 95%. A fim de calcular associações, utilizou-se valor de alfa igual a 5%, poder estatístico de 80% para detectar risco relativo mínimo de 1,5 nas exposições e razão entre não exposto/exposto 2:1.

O desfecho satisfação foi definido a partir da aplicação da Escala de Avaliação da Satisfação da Equipe em Serviços de Saúde Mental (SATIS-BR) que é autoadministrada, contém 32 itens quantitativos e cada questão apresenta respostas dispostas em escala Likert de cinco pontos, em que 1=muito insatisfeito, 2=insatisfeito, 3=indiferente, 4=satisfeito e 5=muito satisfeito. A SATIS-BR foi desenvolvida em projeto multicêntrico pela Organização Mundial de Saúde (OMS), validada no Brasil( 55. Bandeira M, Pitta AMF, Mercier C. Escalas Brasileiras de Avaliação da Satisfação (SATIS-BR) e da sobrecarga (IMPACTO-BR) da equipe técnica em serviços de saúde mental. J Bras Psiquiatria. 2000;49(4):105-15. ), a partir de estudo canadense, e apresenta elevada consistência interna (α=0,89).

A prevalência de satisfação foi calculada a partir das médias de satisfação global estratificadas em cinco segmentos, para 1=1,0-1,5 (muito insatisfeito); 2=1,51-2,5 (insatisfeito); 3=2,51-3,5 (indiferente); 4=3,51-4,5 (satisfeito); 5=4,51-5,0 (muito satisfeito), aferidas suas proporções( 1313. De Marco PF, Citero VA, Moraes E, Nogueira-Martins LA. O impacto do trabalho em saúde mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional. J Bras Psiquiatria. 2008;57(3):78-183. , 1515. Camilo CA, Bandeira M, Leal RMAC, Scalon JD. Avaliação da satisfação e sobrecarga em um serviço de saúde mental. Cad Saúde Coletiva. 2012;20(1):82-92. ) e os estratos 4 e 5 identificados como presença de satisfação.

As demais variáveis foram organizadas de acordo com seis níveis hierárquicos, segundo modelo teórico de determinação( 1616. Lima S, Carvalho ML, Vasconcelos AGG. Proposta de modelo hierarquizado aplicado à investigação de fatores de risco de óbito infantil neonatal. Cad Saúde Pública. 2008;24(8):1910-6. ), no qual o nível mais distal ao desfecho foi constituído por variáveis demográficas (sexo, idade, situação conjugal e escolaridade) e tipo de serviço (CAPS I, CAPS II, CAPS III) e o segundo nível por variáveis de inserção no trabalho (salário, carga horária no CAPS, carga horária em outro local, função no CAPS, vínculo trabalhista e tempo de trabalho em CAPS).

O terceiro nível foi composto por variáveis comportamentais (tabagismo e consumo de bebida alcoólica) e de organização do trabalho (visita domiciliar, atendimento em grupo e reuniões de equipe).

No quarto nível foram exploradas as avaliações do trabalhador quanto à supervisão, subdividida em: pela secretaria de saúde, pela equipe e pela comunidade, com escala de 0 a 10; após coletadas essas variáveis foram categorizadas em ruim (0/3), intermediária (4/6) e boa (7/10). Também nesse nível estão as características do trabalho no CAPS, representadas por: falta de ferramentas para o trabalho, possibilidade de fazer escolhas coletivas, possibilidade de fazer cursos.

O quinto nível se constituiu por variáveis relacionadas às faltas ao trabalho em seis meses e às condições de saúde, quais foram: problema de saúde autorreferidos e a suspeição de transtornos psiquiátricos menores com o Self Report Questionnaire 20 (SRQ 20). O SRQ 20 é constituído por 20 questões com respostas do tipo sim ou não, traduzido e validado para a língua portuguesa( 1717. Mari JJ, Williams P. A validity study of a psychiatric screening questionnaire (SRQ-20) in primary care in the city of São Paulo. Br J Psychiatry. 1986;148:23-6. ); para definir a prevalência da suspeição de transtornos psiquiátricos menores, foi estabelecido ponto de corte em oito ou mais respostas positivas para mulheres e para homens seis ou mais respostas positivas.

O nível mais próximo ao desfecho satisfação no trabalho, sexto nível, foi composto pela avaliação de sobrecarga no trabalho, medida pela Escala de Avaliação de Impacto do Trabalho em Serviços de Saúde Mental (IMPACTO-BR), desenvolvida pela OMS e validada no Brasil( 55. Bandeira M, Pitta AMF, Mercier C. Escalas Brasileiras de Avaliação da Satisfação (SATIS-BR) e da sobrecarga (IMPACTO-BR) da equipe técnica em serviços de saúde mental. J Bras Psiquiatria. 2000;49(4):105-15. ), essa apresenta boa homogeneidade de itens e elevada consistência interna com α=0,87. A IMPACTO-BR contém 18 itens, cada um com respostas dispostas em escala Likert de cinco pontos, onde 1=de forma alguma; 2=não muito; 3=mais ou menos; 4=muito e 5=extremamente, dos quais foi calculada a média global e estratificada, conforme escala original em cinco pontos( 1212. Acker GM. The challenges in providing services to clients with mental illness: managed care, burnout and somatic symptoms among social workers. Commun Mental Health J. 2010;46(6):591-600. ).

Os dados foram analisados no programa estatístico STATA 9.0. A análise bivariada examinou a prevalência de satisfação em cada variável estudada, as associações foram testadas utilizando o teste qui-quadrado, e consideradas significativas diferenças com valor de p≤0,05. O modelo de regressão logística foi empregado, com cálculo de odds ratio bruto e ajustado e intervalo com 95% de confiança (IC 95%) com seleção para trás, sendo mantidas no modelo aquelas com p≤0,10.

O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (nº176/2011) e os princípios éticos assegurados de acordo com as Normas e Diretrizes Regulamentadoras da Pesquisa Envolvendo Seres Humanos - Resolução CNS 196/96, utilização de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), garantia do direito de não participação em qualquer momento da pesquisa e anonimato do entrevistado.

Resultados

Participaram do estudo 546 trabalhadores (83% do total de 658 lotados nos 40 serviços), sendo que a maioria era de mulheres (79,7%), com idade média de 37,5±10,8 anos, com curso superior completo (54%) e tempo médio de trabalho nos serviços de 39,6±45 meses. A prevalência de satisfação encontrada na amostra estudada foi de 66,4% e a média da satisfação global foi de 3,6 (para valores de 1 a 5).

Mostraram-se estatisticamente associadas à satisfação no trabalho, na análise bruta, as variáveis: idade; escolaridade, com tendência de redução com aumento da escolaridade; função no CAPS; vínculo trabalhista; tempo de trabalho em CAPS; supervisão pela secretaria de saúde, pela equipe e pela comunidade; falta de ferramentas para trabalho; possibilidade de fazer escolhas coletivas e de fazer cursos; falta ao trabalho em seis meses; problema de saúde autorreferido; transtornos psiquiátricos menores e presença de sobrecarga no trabalho (Tabelas 1 e 2).

Tabela 1
Prevalência de satisfação, de acordo com variáveis demográficas, tipo de serviço, inserção no trabalho, comportamentais e os respectivos Odds Ratio (OR), intervalos de confiança de 95% (IC 95%) e valores de p, em trabalhadores de CAPS. Região Sul do Brasil, 2011 (N=546)

Tabela 2
Prevalência de satisfação, de acordo com variáveis de organização do trabalho, avaliação da supervisão, organização do trabalho, condições de saúde, sobrecarga e os respectivos Odds Ratio (OR), intervalos de confiança de 95% (IC 95%) e valores de p, em trabalhadores de CAPS. Região Sul do Brasil, 2011 (N=546)

Após ajuste, as chances do trabalhador de CAPS estar satisfeito em seu trabalho foram 86% maiores para trabalhadores de nível superior (enfermeiro, assistente social, pedagogo, terapeuta ocupacional, educador físico, artista plástico, técnico em música, nutricionista, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo) do que para médicos e psicólogos; e 84% maiores para aqueles que realizam de seis a 40 visitas domiciliares por mês do que para aqueles que realizam até cinco visitas domiciliares mensais. Assim como avaliar a supervisão pela equipe como boa aumentou em 2,9 vezes as chances de satisfação em relação àqueles que a avaliaram como ruim, a possibilidade de fazer escolhas coletivas e de fazer cursos aumentaram em 6,4 e 1,3 vezes, respectivamente, as chances de estar satisfeito (Tabela 3).

Tabela 3
Análise ajustada do efeito das variáveis independentes sobre a satisfação no trabalho em Centros de Atenção Psicossocial. Região Sul do Brasil, 2011 (N=546)

As variáveis que, após ajuste, se mostraram inversamente associadas à satisfação foram: trabalhar em CAPS entre sete e 24 meses, que reduziu em 70% as chances de estarem satisfeitos em relação àqueles com seis meses ou menos nos serviços, falta de ferramentas para o trabalho, que diminuiu em 62% as chances de satisfação, e sobrecarrega de trabalho, que reduziu em 52% as chances de estar satisfeito no trabalho em Centros de Atenção Psicossocial (Tabela 3).

As variáveis escolaridade, vínculo trabalhista e transtornos psiquiátricos menores foram mantidas no modelo, embora não tenham mostrado significância, por serem factíveis de confundimento.

Discussão

Corroborando o descrito na literatura, o presente estudo identificou forte associação de satisfação com condições de trabalho e com organização do trabalho no CAPS, sendo que as características individuais do trabalhador apresentaram-se com menor significância entre os fatores associados à satisfação.

A média de satisfação global identificada, de 3,6, aproxima-se de outros estudos brasileiros. Nesses, avaliaram-se satisfação em trabalhadores inseridos em serviços implantados após as mudanças ocorridas com a Reforma Psiquiátrica Brasileira, e identificaram-se escores de satisfação global de 3,43 e 3,59 com a escala SATIS-BR( 1313. De Marco PF, Citero VA, Moraes E, Nogueira-Martins LA. O impacto do trabalho em saúde mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional. J Bras Psiquiatria. 2008;57(3):78-183. - 1414. Rebouças D, Abelha L, Legay LF, Lovisi GM. O trabalho em saúde mental: um estudo de satisfação e impacto Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(3):624-32. ), classificados como próximos à indiferença, em escala de 1 a 5 pontos. Em outros estudos identificaram-se médias de satisfação mais altas (4,05 e 4,02), contudo, suas amostras caracterizaram um único serviço( 1515. Camilo CA, Bandeira M, Leal RMAC, Scalon JD. Avaliação da satisfação e sobrecarga em um serviço de saúde mental. Cad Saúde Coletiva. 2012;20(1):82-92. , 1818. Pelisolli C, Moreira AK, Kristensen CH. Avaliação da satisfação e do impacto da sobrecarga de trabalho em profissionais de saúde mental. Rev Saúde Mental Subjetividade UNIPAC [Internet]. [acesso 6 mar 2014] 2007; 9: 63-78. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/mental/v5n9/v5n9a05.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/mental/v5n...
). Escores intermediários de satisfação foram identificados em estudos na Itália com questionário não validado( 1919. Gigantesco A, Picardi A, Chiaia E, Balbi A, Morosini P. Job satisfaction among mental health professionals in Rome, Italy. Commun Mental Health J. 2003;39(4):349-55. ) e com Minnesota Satisfaction Questionnaire ( 2020. Galeazzi GM, Delmonte S, Fakhoury W, Priebe S. Morale of mental health professionals in Community Mental. Health Services of a Northern Italian Province. Epidemiol Psichiatr Soc. 2004;13(3):191-7. ).

No entanto, os estudos brasileiros não avaliaram a prevalência de satisfação no trabalho em serviços comunitários de saúde mental, neste estudo identificada em 66,4%. Nos EUA, essa foi de 59% com o Job Satisfaction Survey, em amostra composta por 176 técnicos de referência( 66. Gellis ZD, Kim JC. Predictors of depressive mood, occupational stress, and propensity to leave in older and younger mental health case managers. Commun Mental Health J. 2004;40(5):407-21. ) e de 90% com o Minnesota Job Satisfaction Questionnaire, em 98 profissionais( 77. Martin U, Schinke SP. Organizational and individual factors influencing job satisfaction and burnout of mental health workers. Soc Work Health Care. 1998;28(2):51-62. ).

O período reduzido de inserção em serviços abertos para pessoas em sofrimento psíquico oportuniza menor exposição ao dia a dia no CAPS e, como consequência, é possível, assim, que o trabalhador não tenha experenciado diversidade de situações que possibilite uma avaliação tal qual em trabalhadores com maior tempo de trabalho em CAPS. Evidências corroboram os achados que associaram trabalhar período de 5 a 10 anos em Saúde Mental com níveis menores de satisfação( 1313. De Marco PF, Citero VA, Moraes E, Nogueira-Martins LA. O impacto do trabalho em saúde mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional. J Bras Psiquiatria. 2008;57(3):78-183. ) e divergem de estudo no Reino Unido que associou 5 ou mais anos de trabalho com níveis maiores de satisfação(11).

Quando a equipe do CAPS utiliza a estratégia de visita domiciliar pretende, primordialmente, capacitar a família a utilizar recursos próprios, incluí-la no processo de tratamento e aumentar as possibilidades de vinculação com os profissionais( 2121. Pietroluongo APC, Resende TIM. Visita domiciliar em Saúde Mental - o papel do psicólogo em questão. Psicol. Ciênc Profissão. 2007;27(1):22-31. ). Os trabalhadores identificados com a visão ampliada do fenômeno da loucura e com o cuidado em liberdade e no território objetivam a reintegração do usuário à sua família e comunidade e, dessa forma, a visita domiciliar torna-se uma estratégia frequente de trabalho.

Muitos profissionais têm no CAPS experiência única de trabalho interdisciplinar. Profissões de nível superior, com processos de trabalho diversos, em saúde mental podem articulá-los e organizá-los de forma peculiar( 22. Pereira MA. Psychosocial rehabilitation in mental health care: strategies under construction. Rev. Latino-Am. Enfermagem. jul.-ago. 2007;15(4):153-9. ). Os resultados corroboram a identificação da associação entre satisfação e autonomia no trabalho em serviços comunitários de saúde mental no Reino Unido e EUA( 88. Evans S, Huxley P, Gately C, Webber M, Mears A, Pajak S, et al. Mental health, burnout and job satisfaction among mental health social workers in England and Wales. Br J Psychiatry. 2006;188:75-80. - 99. Nelson T, Johnson S, Bebbington P. Satisfaction and burnout among staff of crisis resolution, assertive outreach and community mental health teams. A multicentre cross sectional survey. Soc Psychiatry Psychiat Epidemiol. 2009;44(7):541-9. , 1111. Isett KR, Ellis AR, Topping S, Morrissey JP. Managed care and provider satisfaction in mental health settings. Commun Mental Health J. 2009;45(3):209-21. ) que, contudo, não identificaram associação com profissão/função( 1111. Isett KR, Ellis AR, Topping S, Morrissey JP. Managed care and provider satisfaction in mental health settings. Commun Mental Health J. 2009;45(3):209-21. ) e diferença na satisfação entre médicos e enfermeiros( 1919. Gigantesco A, Picardi A, Chiaia E, Balbi A, Morosini P. Job satisfaction among mental health professionals in Rome, Italy. Commun Mental Health J. 2003;39(4):349-55. ).

Os resultados apontam maior importância dada às relações estabelecidas na equipe de trabalho, por meio da supervisão e das escolhas coletivas, também observada em estudo com 209 trabalhadores de CAPS e Serviços Residenciais Terapêuticos, ao identificar as dificuldades ou problemas com a equipe como situação mais prevalente em incomodar seus trabalhadores, entre as situações mencionadas( 2222. Kirschbaum DIR. Nursing agents' perceptions on their work in mental health with psychotic patients in a psychosocial community center. Rev. Latino-Am. Enfermagem. mai.-jun. 2009;17(3):368-73. ).

Além das situações definidas nos arranjos internos das equipes, fatores associados com satisfação podem estar estabelecidos, a partir da gestão dos serviços, tais como possibilidade de fazer escolhas coletivas, possibilidade de fazer cursos, falta de ferramentas para o trabalho. Resultados esses identificados com achados da literatura que associaram satisfação com apoio organizacional( 1010. Gellis ZD, Kim J, Hwang SC. New York State case manager survey: urban and rural differences in job activities, job stress, and job satisfaction. J Behav Health Serv Res. 2004;31(4):430-40. ), mudanças rápidas nos serviços(9) e estrutura física, recursos humanos e materiais( 1212. Acker GM. The challenges in providing services to clients with mental illness: managed care, burnout and somatic symptoms among social workers. Commun Mental Health J. 2010;46(6):591-600. - 1313. De Marco PF, Citero VA, Moraes E, Nogueira-Martins LA. O impacto do trabalho em saúde mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional. J Bras Psiquiatria. 2008;57(3):78-183. ).

A sobrecarga de trabalho se apresentou inversamente associada à satisfação, como identificado em outros estudos( 88. Evans S, Huxley P, Gately C, Webber M, Mears A, Pajak S, et al. Mental health, burnout and job satisfaction among mental health social workers in England and Wales. Br J Psychiatry. 2006;188:75-80. , 1111. Isett KR, Ellis AR, Topping S, Morrissey JP. Managed care and provider satisfaction in mental health settings. Commun Mental Health J. 2009;45(3):209-21. , 1313. De Marco PF, Citero VA, Moraes E, Nogueira-Martins LA. O impacto do trabalho em saúde mental: transtornos psiquiátricos menores, qualidade de vida e satisfação profissional. J Bras Psiquiatria. 2008;57(3):78-183. - 1414. Rebouças D, Abelha L, Legay LF, Lovisi GM. O trabalho em saúde mental: um estudo de satisfação e impacto Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(3):624-32. , 2020. Galeazzi GM, Delmonte S, Fakhoury W, Priebe S. Morale of mental health professionals in Community Mental. Health Services of a Northern Italian Province. Epidemiol Psichiatr Soc. 2004;13(3):191-7. ). A sobrecarga pode estar relacionada tanto à gestão dos serviços, na forma de número insuficiente de trabalhadores para desenvolver o cuidado aos usuários do território adstrito, como a dificuldades na organização do trabalho. O cotidiano no CAPS pressupõe comprometimento com modo psicossocial de cuidado e criatividade na busca de reinserção do usuário, mas esses pressupostos, além de conquista, podem se constituir em obrigação, até mesmo em fardo ao trabalhador do serviço( 2323. Lapischies SRL, Lima ZG, Jardim VMR, Coimbra VCC, Kantorski LP. O trabalho em serviços da rede de atenção psicossocial: dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores. Cogitare Enferm. 2012;17(3):697-702. ).

A satisfação pode estar superestimada em virtude da possível insatisfação entre os que optaram não manifestar sua opinião e os ausentes de seus locais de trabalho; assim como a utilização de regressão logística pode ter ampliado os intervalos de confiança das associações, aumentando a variância das estimativas. Ponderam-se, também, as limitações inerentes a um estudo de delineamento transversal, que não identifica as alterações no decorrer do tempo nas variáveis envolvidas. Entre as possíveis interferências está o período diverso de funcionamento dos serviços, pois entre esses estavam unidades com histórico recente que podem não ter, ainda, estabelecidas rotinas e definições sobre seu funcionamento.

Considerações Finais

Os resultados mostram forte associação da satisfação com fatores relacionados à organização e às condições de trabalho no CAPS, a partir dos quais é possível refletir e propor ações de caráter coletivo para aumentar a satisfação dos trabalhadores. Destacam-se adequar as condições materiais dos serviços (área física, equipamentos, fármacos, materiais) à atenção integral e à variedade de atividades necessárias para o cuidado em liberdade ao usuário.

Importante também a ampliação e qualificação da supervisão pela equipe, inclusão de instâncias de discussão e planejamento no cotidiano dos serviços, assim como de processos gerenciais descentralizados e democráticos. Outro aspecto a ser considerado é a formação dos trabalhadores, articulada aos marcos conceituais e campos da prática no CAPS, estimulada e promovida pelos gestores.

Continua-se em transição de modelos, onde o modelo de cuidado em liberdade não é hegemônico na atenção em saúde mental, coexistindo com o modelo manicomial. Os espaços de trabalho em saúde mental são ocupados, principalmente, por trabalhadores que acreditam na Reforma Psiquiátrica e valorizam as formas de organização de seu trabalho. Ampliar a satisfação desses, considerando que um terço dos questionados está insatisfeito em seu trabalho, possivelmente contribuirá para a consolidação do modelo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Dez 2014
  • Data do Fascículo
    Nov-Dec 2014

Histórico

  • Recebido
    03 Set 2013
  • Aceito
    29 Ago 2014
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