Acessibilidade / Reportar erro

A capacidade do bebê para estar só e o isolamento autista

Resumos

O tratamento preventivo das perturbações precoces com o risco de evolução Autista é discutido nesse texto como uma ação paradoxal do ponto de vista psicanalítico. A prevenção implica na perpetuação do pensamento psiquiátrico kraepeliano sobre a evolução obrigatória de um conjunto de sintomas de uma referida doença. Ao mesmo tempo enfatiza-se a necessidade do tratamento precoce de bebês com isolamento patológico.

Autismo; auto-erotismo; prevenção; psicopatologia; páthos


El tratamiento preventivo de los trastornos precoces con risco de evolución autista es discutido en este texto como una acción paradojal desde el punto de vista psicoanalítico. La prevención implica en la perpetuación del pensamiento psiquiátrico kraepeliano sobre la evolución necesaria de un grupo de síntomas de una enfermedad dada. Al mismo tiempo se da énfasis a la necesidad del tratamiento precoz de bebes con aislamiento patológico.

Autismo; autoerotismo; prevención; psicopatología; páthos


Le traitement préventif des troubles précoces des risques d’une évolution autistique est discuté dans ce texte comme conduisant à une action paradoxale du point de vue psychanalytique. La prévention impliquerait la continuitée de la pensée psychiatrique de Kraepelin, qui prévoit l’évolution obligatoire d’un groupe de symptômes d’une maladie donnée. En même temps ce travail fait bien ressortir le besoin de traitement du bébé.

Autisme; auto-erotisme; prévention; psychopathologie; páthos


This paper discusses the preventive treatment of early development in children with risk of autistic evolution as paradoxical from the psychoanalytic point of view. Prevention implies perpetuation of Kraepelin’s psychiatric position on the inevitable evolution of the group of symptoms of a given disease. At the same time, the need for babies’ early treatment is emphasized, especially for those with pathological isolation.

Autism; auto-erotism; prevention; psychopathology; páthos


Texto completo disponível apenas em PDF.

Referências

  • AJURIAGUERRA, J. Manuel de psychiatrie de l’enfant. Paris: Masson, 1970.
  • AMERICAN PSYQUIATRIC ASSOCIATION: Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais. DSM-III-R. São Paulo: Manole, 1989.
  • AMERICAN PSYQUIATRIC ASSOCIATION: Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais. DSM-IV. Option Book, Washington: Work in progress-APA, 1991.
  • ATEM, L. M. Autismo e defesa primária: questões sobre o sujeito e a transferência. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 1, n. 1, p. 77-85, mar./1998.
  • BENDER, L. Childhood schizophrenia. Nerv. Child. 1, 138-40, 1942.
  • BENDER, L. Psychopathic conduct disorder in children. In: LINDNER, R.M. A Handbook of Correctional Psychiatry. New York: Philosophical Library, 1947.
  • BERLINCK, M.T. Autismo, paradigma do aparelho psíquico. Estilos da Clínica. Instituto de Psicologia – USP, v. 4, n. 7, p. 30-42, 1999.
  • BERQUEZ, G. L’autisme infantile. Introduction à une clinique relationonnelle selon Kanner. Paris: PUF, 1983
  • BERQUEZ, G. O autismo infantil e Kanner. In: LEBOVICI, S.; MAZET, P. Autismo e psicoses da criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
  • BLEULER, E. Autistic thinking. Am. J. of Insanity, 69, 1913.
  • BLEULER, E. Dementia praecox oder grupp der schizophrenien, tradução resumida para a língua francesa por Henri Ey. Anaclitis, 1964.
  • BLEULER, E. L’invention de l’autisme. Analytica, Cahiers de recherche du Champ freudien Traduzido do alemão por Yves Kaufmant. Paris: Navarin, 1988.
  • CID-10: Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
  • FÉDIDA, P. (1990) Auto-erotismo e autismo; condições de eficácia de um paradigma em psicopatologia. Trad. Martha Gambini e Claudia Berliner. In: Nome, figura e memória. A linguagem na situação psicanalítica. São Paulo: Escuta, 1992, p. 149-70.
  • FREUD, S. (1895). Projeto para uma psicologia científica. In: E.S.B Rio de Janeiro: Imago, 1980, p. 381-472. v. 1.
  • FREUD, S. (1905). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In: E.S.B Op. cit., p. 5-217. v. 7.
  • FREUD, S. (1910). As perspectivas futuras da terapêutica psicanalítica. In: E.S.B Op. cit., p. 127-40. v. 11.
  • FREUD, S. (1914). Sobre o narcisismo: uma introdução. In: E.S.B Op. cit., p. 89-121. v. 14.
  • FREUD, S. (1915). Artigos sobre metapsicologia. In: E.S.B Op. cit., p. 123-252. v. 14.
  • FREUD, S. (1923). O ego e o id. In: E.S.B Op. cit., p. 23-90. v. 19.
  • HANNS, L. (1996). Dicionário comentado do alemão de Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
  • KANNER, L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child, v. 2, n. 3, p. 217-50, 1942-43.
  • KANNER, L. Early infantile autism. Journal of Pediatrics, 25, p. 211-217, 1944.
  • KANNER, L. Irrelevant and metaphorical language in early infantile autism. American Journal of Psychiatry, 103, 242-45, 1946.
  • KANNER, L. Problems of nosology and psychodynamics in early infantile autism. American Journal Orthopsychiatry, v. 19, p. 416-26, 1949.
  • KANNER, L. The conception of woles and parts in early infantile autism. American Jounal Psychiatry, v. 108, p. 23-6, 1951.
  • KANNER, L. To what extent is early infantile autism determined by constitutional adequacies? In: HOOKER, D.; HARE, C.C. (Eds.). Genetics and the inheritance of integrated neurological psychiatric patterns. Baltimore, williams e Wilkins, 1954. Revisado posteriormente em Childhood Psychosis, p. 69-75, 1973.
  • KANNER, L. The specificity of early infantile autism. Acta Paedopsychiatry, v. 25, n. 1-2. p. 108-13, 1958.
  • KANNER, L. Infantile autisme and the schizophrenias. Behavorial Science, v. 10, n. 4, p. 412-20, 1965.
  • KANNER, L. The thirty-third Maudsley lecture. Journal of Mental Science, v. 105, p. 581-93, 1959.
  • KANNER, L. Early infantile autism revisited. Psychiatry Digest, v. 29, p. 17-28, 1968. Revisto em Childhood psychosis, 135-41, 1973.
  • KANNER, L. Follow-up study of eleven autistic children originally reported in 1943. Journal of Autism and Childhood Schizophrenia, v. 1, p. 119-45, 1971.
  • KANNER, L. Childhood psychosis: initial studies and new insights. Washington: H. Winston & sons, 1973.
  • KANNER, L. (1941) En defensa de las madres. Buenos Aires: Paidós, 1974.
  • KANNER, L.; EISENBERG, L. Notes on the follow-up studies of autistic children. In: HOCH, P.H.; ZUBIN, I. eds. Psychopathology of Childhood. New York: Grune & Stratton, 1955, p. 227-39.
  • KANNER, L.; EISENBERG, L. Early infantile autism, 1943-1955. American Journal Orthopsychiatry, v. 26, n. 3, p. 556-66, 1956.
  • KANNER, L.; EISENBERG, L. Early infantile autism. Pediatric Clinic of North America, 711-30, 1958.
  • KANNER, L.; RODRIGUEZ, A.; ASHENDEN, B. How far can autistic children in matters of social adaptation? Journal of Autism and Childhood Schizophrenia, v. 2, n. 1, p. 9-33, 1972.
  • NATIONAL CENTER FOR CLINICAL INFANT PROGRAM. Classificação diagnóstica: 0 a 3 – classificação diagnóstica de saúde mental e transtornos do desenvolvimento do bebê e da criança pequena Trad. Maria Cristina Monteiro. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
  • TAFURI, M.I. Autismo infantil precoce e nome próprio: um estudo exploratório, teórico clínico, acerca do sistema de nominação. Dissertação (Mestrado). Brasília, UnB, Instituto de Psicologia, 1990.
  • TAFURI, M.I. Autismo infantil precoce. Insight, n. 16, fev./1992.
  • TAFURI, M.I. O início do tratamento psicanalítico com crianças autistas: transformação da técnica psicanalítica? Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 3, n. 4, p. 122-45, dez./2000.
  • WINNICOTT, D.W. (1948). Primary introduction to external reality: the early stages. In: Thinking about children. London: Karnac Books, 1966.
  • WINNICOTT, D.W. (1958). A capacidade para estar só. In: O ambiente e os processos de maturação. Estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Trad. Irineo Constantino Schuch Ortiz. Porto Alegre: Artes Médicas, p. 31-7, 1982.
  • WINNICOTT, D.W. (1963). Da dependência à independência no desenvolvimento do indivíduo. In: O ambiente e os processos de maturação. Op. cit., p. 79-87.
  • WINNICOTT, D.W. (1957) Sobre a contribuição da observação direta da criança para a psicanálise. In: O ambiente e os processos de maturação. Op. cit., p. 101-5.
  • WINNICOTT, D.W. (1968). As comunicações entre o bebê e a mãe e o bebê, comparadas e contrastadas. In: JOFFE, G. D. (org.). O que é psicanálise. Trad. Rebeca Schwartz. Rio de Janeiro: Imago, 1972.
  • WINNICOTT, D.W. (1969). A experiência mãe-bebê de mutualidade. In: Explorações em psicanálise. Trad. José Octavio de Aguiar Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
  • WINNICOTT, D.W. (1971). O brincar e a realidade. Trad. José Octavio de Aguiar Abreu. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
  • WINNICOTT, D.W. (1987). O gesto espontâneo. Trad. Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
  • WINNICOTT, D.W. (1978). D.W.W.: uma reflexão. In: Explorações psicanalíticas. Op. cit.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2002

Histórico

  • Recebido
    Maio 2002
  • Aceito
    Ago 2002
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental Av. Onze de Junho, 1070, conj. 804, 04041-004 São Paulo, SP - Brasil - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: secretaria.auppf@gmail.com