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A estátua viva – corpo e temporalidade na perversão* * Este trabalho foi apresentado no III Colóquio do Curso de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, São Paulo, SP, no dia 14 de setembro de 2002. Meus agradecimentos a Flávio Carvalho Ferraz por incentivar a publicação deste trabalho.

Este texto desenvolve a análise de uma organização psíquica marcada por expressivos traços perversos, tendo-se como eixo privilegiado as manifestações da implicação Corpo-Tempo. Utiliza-se como material de análise a novela “Loucura...” do poeta português Mário de Sá-Carneiro (1890-1916). Aponta-se a supervalorização egóica e correlativa desqualificação do objeto, percebendo-se então o objeto ser elevado à condição de fetiche na tentativa, por parte do sujeito, de evitar a angústia de castração e o reconhecimento da diferença sexual. Assinala-se o quanto estar imerso na completude narcísica faz instaurar a ilusão de um tempo eterno, sem ameaças e sem angústias.

Por fim, desfeitas certas garantias ilusórias, vê-se o sujeito, no mais completo desamparo, ser lançado em face de um inevitável colapso psíquico.

Corpo; objeto-fetiche; narcisismo; temporalidade; desamparo


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