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Hontes sans issues... et issues de la honte: à propos d'un cas d'inceste

O tratamento psicoterapêutico das crianças ou dos adultos vítimas de traumatismos sexuais revela um sentimento de vergonha característico. A primeira hipótese aqui considerada toma em conta as duas instâncias psíquicas da personalidade que são o Ideal do Eu e o Eu Ideal, cujos elementos determinantes são: por um lado, a relação do Ideal do Eu com a experiência de uma agressão sexual e da ferida narcísica irreversível que ela provoca, e por outro lado, o Eu Ideal em relação ao sentimento de degradação implicado na vergonha decorrente do traumatismo sexual, vergonha de ser só a coisa, o objeto, o dejeto do agressor. A segunda hipótese postula que no dispositivo psicoterapêutico a expressão e o reconhecimento pelo sujeito da vergonha como pertence subjetivo demonstram que não há perversão e constituem um ponto de apoio essencial na afirmação e na reconstrução da identidade. Nossa reflexão insiste, através de uma evocação clínica, nessa co-ocorrência de traumatismo sexual e sentimento de vergonha.

Identidade; narcisismo; psicoterapia; sentimento de vergonha; trauma sexual


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