O objetivo deste artigo é investigar as vivências e possíveis efeitos da participação em grupos de Ouvidores de Vozes. Trata-se de um estudo qualitativo com participantes acima de 18 anos, que concordaram em fazer parte do estudo e frequentaram os grupos por um período mínimo de três meses. Foram realizadas 14 entrevistas até obtenção de saturação em grupos de Centros de Atenção Psicossocial, em seguida transcritas e analisadas usando a hermenêutica Gadameriana. A análise evidenciou cinco núcleos argumentais: a chegada no grupo; modo de funcionamento; uso de medicamentos; sentidos e efeitos. Demonstrou-se que os grupos podem ser uma das estratégias de cuidado e recuperação dos indivíduos, permitindo com que as suas experiências sejam reconhecidas e ressignificadas, promovendo, além da melhora clínica, acolhimento, compartilhamento entre pares e socialização.
Palavras-chave:
Ouvidores de Vozes; Saúde mental; Terapia de grupo; Alucinação auditiva