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Análise com borda e análise sem borda

Quais são os limites da representação, além dos quais o sujeito se vê confrontado ao irrepresentável?

As representações comportam diferentes níveis de maturidade; conseqüentemente o irrepresentável comporta graus, é relativo. Isso explica a esperança que se conserva no tratamento dos estados-limite, ou de certas formas de psicoses, de perversões ou de distúrbios psicossomáticos.

Cada nível de representação comporta seu tipo de limite, sua bordadura, seu negativo, graças ao qual ele pode entrar em contato e se ligar tanto com o nível que o precede quanto com aquele que lhe sucede e o contém. Trata-se de um modelo da ordem da auto-organização, com níveis de complexidade crescente.

O limite pode ser tanto interno, constituindo, então, um limite elaborado, psiquizado, integrado no pára-excitações, quanto externo, apelando a um enquadre, a um apoio externo do qual o sujeito fica, então, extremamente dependente para seu equilíbrio narcísico, e mesmo vital.

Os pacientes-“limite” são justamente sujeitos dependentes de um enquadre auto-erótico externo, enquadre com freqüência faltante, pois muito flexível, pouco adaptado às aleatoriedades da realidade, como o sugere a imagem da carapaça. Suas pulsões, malcontroladas por representações primárias, em que a figuração perceptiva domina a ligação verbal, têm tendência a se descarregarem brutalmente a partir do momento em que o objeto externo, ou aquilo que o substitui, falta em sua função de apoio.

O “trabalho nos limites” do analista é feito com uma avaliação da parte irrepresentável de que o paciente sofre, e de uma técnica adaptada de auxílio à representação, adaptada a cada estrutura e a cada história.Isso será ilustrado com casos clínicos.

Representações; limites; negativo; enquadre; apoio


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