Este artigo aborda o acolhimento em saúde mental a pessoas que estão no processo transexualizador a partir de pesquisa qualitativa e faz uso do método da autoetnografia relacional. Discutimos, a partir das narrativas dos participantes, o processo de chegada ao acolhimento, a complexa transformação do corpo e da identidade de gênero e a função do acolhimento nesse percurso. Destacamos a prática narrativa e o compartilhamento de histórias pessoais como modo de produzir sentidos novos para a experiência singular de transição de gênero, aproveitando as diferenças como uma maneira de buscar uma abertura do olhar e a possibilidade de coexistência de múltiplas perspectivas. Por fim, salientamos a abordagem psicossocial como estratégia fundamental para a construção de um cuidado compartilhado, integral, horizontal, que favoreça a autonomia dos usuários e atenda suas necessidades.
Palavras-chave:
Processo transexualizador; saúde mental; narrativas; acolhimento