Acessibilidade / Reportar erro

Psyché (ψυχη). Os caminhos do acontecer psíquico na Grécia Antiga

Resumos

O presente trabalho foi apresentado, como conferência de abertura, no V Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental, realizado na Cidade de Campinas (São Paulo) entre 15 e 17 de setembro do presente ano. Nele foram delineados os principais momentos da trajetória do pensamento grego antigo no progressivo “acontecer” da psyché humana. O trabalho foi dividido em duas partes: a primeira, consagrada ao período da Grécia Arcaica, destacou o acontecimento da psyché nos poemas da tradição homérica, nos poemas líricos e, sobretudo, nos poemas trágicos, que prepararam o lugar de destaque que os primeiros filósofos présocráticos deram à psyché na sua maneira de ver o mundo. A segunda, correspondente ao período clássico, ressalta o cuidado da alma na filosofia de Sócrates e o significado metafísico que Platão e Aristóteles deram ao conceito de psyché, na medida em que o inseriram em suas respectivas filosofias. A conclusão indica, rapidamente, de que modo o acontecer psíquico continuou se realizando através da História da Humanidade e como, mais do que nunca, ele precisa ser repensado, hoje, para responder ao desafio que o mundo contemporâneo vem fazendo às ciências da alma.

Grécia Antiga; psyché; Sócrates; Platão; Aristóteles


Este trabajo fue presentado, como conferencia de abertura, en el V Congreso Brasileño de Psicopatología Fundamental, realizado en la ciudad de Campinas (São Paulo), entre 15 y 17 de septiembre de 2000. En el fueron planteados los principales momentos de la trayectoria del pensamiento griego antiguo nel progresivo “acontecer” de la psyché humana. El trabajo fue dividido en dos partes: la primera, consagrada al periodo de la Grecia arcaica, destacó el acontecimiento de la psyché en los poemas de la tradición homerica, en los poemas liricos y, sobretodo, en los poemas tragicos, que preparan el lugar de relieve que los primeros filosofos presocraticos deran a la psyché en su modo de ver el mundo. La segunda, correspondente al periodo clasico, resalta el desvelo del alma en la filosofia de Socrates y el sentido metafísico que Platon y Aristoteles deran al concepto de psyché, a medida que se le inseriran en sus respectivas filosofias. La conclusión apunta de que modo el acontecer psiquico continuó realizandose a traves de la Historia de la Humanidad y como el necesita ser repensado, hoy, para responder al desafío que el mundo contemporaneo viene haciendo a las ciencias del alma.


Le présent travail a été prononcé, comme conférance d’ouverture, au V Congrès Brésilien de Psychopathologie Fondamentale, lequel a eu lieu dans la ville de Campinas (São Paulo) le 15 et 17 septembre de l’année 2000. On’y trouve les principaux moments de la trajectoire de l’ancienne pensée grecque dans le progressif “événement” de la psyché humaine. L’article est divisé en deux parties, dont la première, consacrée à la période de la Grèce Archaique, souligne l’événement de la psyché dans les poèmes de la tradition homérique, dans les poèmes lyriques et, surtout, dans les poèmes tragiques, qui ont préparé la place remarquable attribuée par les philosophes présocratiques à la psyché dans leur vision du monde. La deuxième partie correspond à la période classique et fait ressortir le soin de l’âme dans la philosophie de Socrate, aussi bien que la portée métaphysique donnée par Platon et Aristote au concept de l’âme dans leurs respectives philosophies. La conclusion indique, de façon resumée, la continuation de l’événement de la psyché à travers l’Histoire de l’Humanité et essaie de montrer comment, aujourd’hui, plus que jamais, il faut le répenser pour qu’on puisse répondre au défi que le monde contemporain fait aux sciences de l’âme.

Grèce Archaique; psyché; Socrate; Platon; Aristote


This article was presented as an address at the Fifth Brazilian Congress of Fundamental Psychopathology, held in Campinas, São Paulo, between September 15 and 17, 2000. The main stage in the history of Early Greek thought in the progressive “happening” of the human psyché are discussed. The paper is divided into two parts. The first treats of the period of Ancient Greece, and underscores the happening of the psyché in poems of the Homeric tradition, in lyrical poems and, especially, in tragic poems, which the laid way for the importance that the first pre-Socratic philosophers gave to the concept of psyché in their way of seeing the world. The second part of the paper corresponds to the classical period, and emphasizes the treatment given to the soul in Socratic philosophy and the metaphysical meaning that Plato and Aristotle gave to the concept of psyché, as they placed it in their respective philosophies. The conclusion briefly indicates how psychic happening continued occurring in human history, and how, more than ever before, it needs to be re-considered today, to respond to the challenge that the contemporary world presents to the sciences of the soul.

Ancient Greece; psyché; Socrate; Plato; Aristotle


Texto completo disponível apenas em PDF.

Referências bibliográficas

  • ALMEIDA JR., A. B. de. Platão e Freud: duas metáforas da alma humana Dissertação de mestrado em Filosofia. Universidade Federal de Pernambuco, 1999.
  • ARISTOTE. De l’âme. (Περι ψυχης). Traduction nouvelle et notes par J. Tricot. Paris: Vrin, 1947.
  • BERGSON, Henri. Leus deux sources de la morale et de la religion Paris: PUF, 1951.
  • BIRMAN, Joel. Por uma estilística da existência São Paulo: Ed. 34, 1996.
  • BURNET, John. The socratic doctrine of the soul. In BURNET, J. Essays and Adresses London, 1929.
  • CHEVALIER, Jacques. Histórie de la pensée Tome I: La pensée antique Paris: Flammarion, 1956.
  • DEMÓCRITO DE ABDERA. Fragmentos (Cf. DIEL, Hermann).
  • DIELS, Hermann. Die Fragmente der Vorsokartiker Rowohlt Hamburg, 1957.
  • DODDS, E.R. Os gregos e o irracional Trad. Leonor Santos B. de Carvalho. Lisboa: Gradiva, 1988.
  • ESCHILE. Tragédies Trad. de Paul Manzon. Paris: Gallimard, 1982.
  • FESTUGIÈRE, A. D. Contemplation et vie contemplative selon Platon Paris: Vrin, 1950.
  • FRÄNDEL, H. Dichtung und Philosophie des Griechtums Am. Phil. Assoc. New York, 1951.
  • FRÈRE, Jean. Les Grecs et le désir de l’être. Des Préplatoniciens à Aristote Paris: Les Belles Lettres, 1981.
  • GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Palavra e verdade na filosofia antiga e na psicanálise Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
  • GOETHE, Johann Wolfgang von. Ein Lesebuch für unsere Zeit Berlin und Weimar: AufbauVerlag, 1985.
  • HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo Parte I e II. Trad. Márcia de Sá Cavalcanti. Petrópolis: Vozes, 1989.
  • HEIDEGGER, Martin. Lettre sur l’Humanisme. Texte allemand. Traduit et présenté par Roger Munier. Paris: Aubier, 1957.
  • HERÁCLITO DE ÉFESE. Fragmentos (Cf. DIELS, Hermann).
  • HOMERO. Odisseia e Ilíada
  • HORATIUS. Epistula II.
  • JAËGER, Werner. Paideia. Los ideales de la cultura griega 2a ed. Tomos: I-II-III. Trad. Joaquin Xirau e Wescelao Roces. Mexico-Buenos Aires: Fondo de Cultura Economica, 1948.
  • MCKEON, Richard. The Basic Works of Aristotle New York: Random House, 1941.
  • PASCAL, Blaise. Pensées Texte de Léon Brunschivcg. Introduction par Émile Faguet. Paris: Nelson Éditeurs, 1943.
  • PLATON. Oeuvres complètes Trad. Léon Robin. Bibliothèque de la Pléiade. Paris: Gallimard, 1950.
  • RAJCHMAN, John. Eros e verdade. Lacan, Foucault e a questão ética Rio de Janeiro: Zahar, 1993.
  • RAMNOUX. Clémence. Héraclite ou l’homme entre les mots et les choses Paris: Gallimard, 1959.
  • REALE, Giovanni. História da filosofia antiga. Volume I: das origens a Sócrates Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1993.
  • REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da filosofia. Volume I: Antiguidade e Idade Média São Paulo: Paulus, 1990.
  • RHODE, Erwin. Psyché Le culte de l’âme chez les grecs et leur croyance à l’ immortalité Édition française par Auguste Reymond. Paris: Payot, 1952.
  • RICOEUR, Paul. La philosophie de la volonté II: La symbolique du mal. Paris: Aubier, 1960. ____ . O si mesmo como outro Trad. Lucy Moreira Cesar. São Paulo: Papirus, 1991.
  • ROCCI, Lorenzo. Vocabolario grego-italiano Roma-Napoli-Città di castello: Coeditori, 1949. ROCHA, Zeferino. A questão da diferença e do sujeito no horizonte filosófico da racionalidade moderna. Estudos de Psicanálise Publicação do Círculo Brasileiro de Psicanálise, n. 18, nov./1995, p. 7-25.
  • ROCCI, Lorenzo. Palavras para o silêncio. Recife: Editora Universitária da UFPE, 1998.
  • SAINT-EXUPÉRY, Antoine. Le petit prince. Paris: Gallimard, 1953.
  • SNELL, Bruno. Die Entdeckung des Geistes Vandenbroeck & Ruprecht, Göttingen, 1975. Trad. portuguesa: A descoberta do espírito Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1992. SOPHOCLE. Theâtre Complet Paris: Garnier Flammarion, 1964.
  • VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Por que ler Hegel, hoje?. In BONI, L.A. de (org.). Finitude e transcendência. Festschrift em Homenagem a Enildio J. Stein. Petrópolis: Vozes, 1996.
  • VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Sentido e não-sentido na crise da modernidade. Síntese. Nova Fase Belo Horizonte, v. 21, n. 64, 1944, p. 5-14.
  • VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Amor e conhecimento. Sobre a ascensão dialética no Banquete Revista Portuguesa de Filosofia Tomo XII. Fasc. 3 (1956), p. 225-242.
  • VAZ, Henrique de Lima. Antropologia filosófica São Paulo: Loyola, 1991. v. I.
  • VERNANT, Jean-Pierre et VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e tragédia na Grécia Antiga. Trad. de Anna Lia A. de Almeida Prado. São Paulo: Duas Cidades, 1977.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2001

Histórico

  • Recebido
    Dez 2000
  • Aceito
    Abr 2001
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental Av. Onze de Junho, 1070, conj. 804, 04041-004 São Paulo, SP - Brasil - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: secretaria.auppf@gmail.com