Acessibilidade / Reportar erro

Produção de biossurfactante por Lysinibacillus sp. e Bacillus sp. a partir de diferentes óleos como fonte de carbono

Production of biosurfactant by Lysinibacillus sp. and Bacillus sp. from different oils as carbon source

RESUMO

Biossurfactantes são moléculas multifuncionais produzidas por microrganismos e podem apresentar vantagens em relação aos surfactantes sintéticos, como baixa toxicidade, alta biodegradabilidade, maior redução da tensão superficial e alta diversidade química. No entanto, a produção em escala comercial ainda é escassa devido ao elevado custo dos substratos utilizados. Portanto, no presente trabalho foi avaliada a produção de biossurfactantes utilizando diferentes óleos como fonte de carbono, como óleo de soja, óleo de fritura, óleo diesel, óleo lubrificante novo e usado, a partir de dois gêneros de bactérias isoladas de lodo indústria de cosméticos e solo contaminado com óleo diesel, Lysinibacillus sp. e Bacillus sp. respectivamente. Estas foram identificadas por sequenciamento do fragmento do gene RNAr 16S e mantidas sob refrigeração a 4 ºC em tubos de ensaio, com ágar triptona de soja. Os ensaios de produção foram realizados sob agitação de 200 rpm a 30 °C com duração de 7 dias. A produção de biossurfactante foi analisada pela atividade emulsificante, índice emulsificação e por colapso da gota. As bactérias utilizadas produziram biossurfactante em todos os tipos de óleos testados. O óleo de soja mostrou-se o melhor substrato para produção de biossurfactante a partir do Lysinibacillus sp. e Bacillus sp. com índice de emulsificação de 50 % e 46,63 %, respectivamente.

Palavras-chave
emulsificantes; bactérias; fontes alternativas; fermentação

ABSTRACT

Biosurfactants are multifunctional molecules produced by microorganisms and havea some advantages compared to synthetic surfactants, such as low toxicity, high biodegradability ,improved tensoactivity and chemical diversity. However, commercial scale production is not viable due to the high cost of the substrates used. Therefore, in the present work we evaluated the production of biosurfactants using different oils as carbon source, such as soybean oil, frying oil, diesel oil, new and used lubricating oil, from two genera of bacteria isolated from sludge cosmetics industry and soil contaminated with diesel oil, Lysinibacillus sp. and Bacillus sp. respectively. These were identified by sequencing the 16S rRNA gene fragment and kept under refrigeration at 4 ° C in test tubes with tryptone soy agar. The production was carried out under agitation at 200 rpm at 30 °C for 7 days. The biosurfactant production was analyzed by emulsifying activity, emulsification index and drop collapse. The bacteria used produced biosurfactant in all types of oils tested. Soybean oil was the best substrate for the production of biosurfactant from Lysinibacillus sp. and Bacillus sp. with an emulsification index of 50% and 46.63%, respectively.

Keywords
Emulsifiers; bacterium; alternative sources; fermentation

1. INTRODUÇÃO

Biossurfactantes ou biotensoativos são surfactantes de origem microbiana, produzidos por bactérias, leveduras e fungos [11 BANAT, I.M., FRANZETTI, A., GANDOLFI, I., et al., “Microbial biosurfactants production, applications and future potential”, Applied Microbiology Biotechnology, v. 87, n. 2, pp. 427–444, Abr. 2010. , 22 SANTOS, A.P.P., SILVA, M.D.S., COSTA, E.V.L, et al., “Production and characterization of a biosurfactant produced by Streptomyces sp. DPUA 1559 isolated from lichens of the Amazon region”, Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 51, n. 2, pp. 1–10, Abr. 2018.]. São compostos anfipáticos, contendo grupos hidrofóbicos (apolares) e hidrofílicos (polares) [33 OTZEN, D.E. “Biosurfactants and surfactants interacting with membranes and proteins : same but different?”, Biochimica et Biophysica Acta, v. 1859, n. 4, pp. 639-649, Abr. 2017. ], que reduzem a tensão superficial ou interfacial entre duas fases líquidas [44 ABALOS, A. PINAZO, A., INFANTE, M.R., et al., “Physicochemical and antimicrobial properties of new rhamnolipids produced by Pseudomonas aeruginosa AT10 from soybean oil refinery wastes”, Langmuir, v.17, n.5. pp. 1367–1371, Fev. 2001., 55 MAKKAR, R.S., CAMEOTRA, S.S. “Biosurfactant production by microorganisms on unconventional carbon sources”, Institute of Microbiology Tecnology, v. 2, n. 2, pp. 237-238, Abr. 1999. ]. Essas moléculas orgânicas complexas podem apresentar propriedades, composição química e tamanhos moleculares diversos [66 GEYS, R., SOETAERT, W., VAN BOGAERT, I. “Biotechnological opportunities in biosurfactant production”, Current Opinion in Biotechnology, v. 30, pp. 66-72, Dez. 2014. ], sendo assim, classificados com base na estrutura da biomolécula e espécie produtora [11 BANAT, I.M., FRANZETTI, A., GANDOLFI, I., et al., “Microbial biosurfactants production, applications and future potential”, Applied Microbiology Biotechnology, v. 87, n. 2, pp. 427–444, Abr. 2010. , 77 BAINDARA, P., MANDAL, S.M., CHAWLA, N., et al., “Characterization of two antimicrobial peptides produced by a halotolerant Bacillus subtilis strain SK.DU.4 isolated from a rhizosphere soil sample”, AMB Express, v. 3, n. 1, pp. 1-11, Jan. 2013].

O gênero Bacillus é um dos mais estudados para produção de lipopeptídios [33 OTZEN, D.E. “Biosurfactants and surfactants interacting with membranes and proteins : same but different?”, Biochimica et Biophysica Acta, v. 1859, n. 4, pp. 639-649, Abr. 2017. , 87 PARASZKIEWICZ, K., BERNAT, P., KUŚMIERSKA, A., et al., “Structural identification of lipopeptide biosurfactants produced by Bacillus subtilis strains grown on the media obtained from renewable natural resources”, Journal of Environmental Management, v. 209, pp. 65-70, Mar. 2018.]. As espécies pertencentes a esse gênero produzem diferentes tipos desse biossurfactante como bacilomicinas [98 ZHAO, Z., WANG, Q., WANG, K., et al., “Study of the antifungal activity of Bacillus vallismortis ZZ185 in vitro and identification of its antifungal components”, Bioresource Technology, v. 101, n. 1, pp. 292-297, Jan. 2010. ], micosubtilionas [1010 BÉCHET, M., CASTÉRA-GUY, J., GUEZ, J.S., et al., “Production of a novel mixture of mycosubtilins by mutants of Bacillus subtilis”, Bioresource Technology, v. 145, n. 5, pp. 264-270, Out. 2013. ], fengicinas [1111 WEI, W.H., WANG, L.-C., CHEN, W.C., et al., “Production and characterization of fengycin by indigenous Bacillus subtilis F29-3 originating from a potato farm,” International Journal of Molecular Sciences, v. 11, n. 11, pp. 4526-4538, Nov. 2010.], iturinas e surfactina [1212 PATHAK, K., KEHARIA, H. “Identification of surfactins and iturins produced by potent fungal antagonist, Bacillus subtilis K1 isolated from aerial roots of banyan (Ficus benghalensis) tree using mass spectrometry”, 3 Biotechology, v. 4, n. 3, pp. 283-295, Jun. 2014.], sendo este último, considerado como um dos mais interessantespotentes biossurfactantes, pois apresentam citotoxicidade contra vários tipos de câncer, inibindo o crescimento celular, o ciclo celular, apoptose e interrupçãoparada da metástase, assim evitando a progressão da doença [1313 WU, Y.-S., NGAI, S.-C., GOH, B.-H., et al., “Anticancer activities of surfactin potential application of nanotechnology assisted surfactin delivery”, Frontiers in Pharmacology, v. 8, pp. 1-22, Out. 2017. ]. Além disso, a surfactina pode ser usada como agente de controle biológico de patógenos, devido as suas propriedades antibacterianas e antivirais [1414 SANTOS, V. S. V., SILVEIRA, E., PEREIRA, B.B. “Toxicity and applications of surfactin for health and environmental biotechnology”, Journal of Toxicology and Environmental Health, Part B, v. 21, pp. 382-399, Jan. 2019.].

Espécies do gênero Lysinibacillus também apresentam potencial para ade produção de lipopeptídios, como o Lysinibacillus chungkukjangi, a qual produz lipopetídeos que tiveram suas propriedades recentemente descobertas, com possibilidade de aplicação desse biossurfactante em vários ramos da indústria tais como: alimentício, farmacêutico e recuperação de petróleo [1515 BHARDWAJ, G., CAMEOTRA, S.S., CHOPRA, H.K. “Biosurfactant from Lysinibacillus chungkukjangi from rice bran oil sludge and potential applications”, Journal of Surfactants and Detergents, v. 19, n. 5, pp. 957-965, Set. 2016.].

A maioria dos surfactantes utilizados atualmente, provêm da indústria petroquímica, entretanto com os recorrentes problemas ambientais [1616 BANAT, I.M., MAKKAR, R.S., CAMEOTRA, S.S. “Potential commercial applications of microbial surfactants”, Applied Microbiology and Biotechnology, v. 53, n. 5, pp. 495-508, Mai. 2000.], a demanda por surfactantes biológicos tem aumentado. O uso de biossurfactantes como alternativas aos surfactantes sintéticos foi impulsionada pelo rápido progresso da biotecnologia [1717 SINGH, A., VAN HAMME, J.D., WARD, O.P. “Surfactants in microbiology and biotechnology: Part 2. application aspects”, Biotechnology Advances, v. 25, n. 1, pp. 99-121, Jan.-Feb. 2007., 1818 VAN HAMME, J.D., SINGH, A., WARD, O.P. “Physiological aspects. Part 1 in a series of papers devoted to surfactants in microbiology and biotechnology”, Biotechnology Advances, v. 24, n. 6, pp. 604-620, Nov.-Dez. 2006.] e também por serem compostos naturais que oferecem uma série de vantagens sobre os surfactantes sintéticos [55 MAKKAR, R.S., CAMEOTRA, S.S. “Biosurfactant production by microorganisms on unconventional carbon sources”, Institute of Microbiology Tecnology, v. 2, n. 2, pp. 237-238, Abr. 1999. , 1919 GAUR, V.K., BAJAJ, A., REGAR, R.K., et al., “Rhamnolipid from a Lysinibacillus sphaericus strain IITR51 and its potential application for dissolution of hydrophobic pesticides”, Bioresource Technology, v. 272, pp. 19-25, Jan. 2019.], como o potencial de biodegradabilidade, baixa toxicidade, solubilização de hidrocarbonetos, estabilidade térmica [2020 SOUSA, M., MELO, V.M.M., RODRIGUES, S. et al., “Screening of biosurfactant-producing Bacillus strains using glycerol from the biodiesel synthesis as main carbon source”, Bioprocess and Biosystems Engineering, v. 35, n. 6, pp. 897-906, Ago. 2012.], ação antimicrobiana [77 BAINDARA, P., MANDAL, S.M., CHAWLA, N., et al., “Characterization of two antimicrobial peptides produced by a halotolerant Bacillus subtilis strain SK.DU.4 isolated from a rhizosphere soil sample”, AMB Express, v. 3, n. 1, pp. 1-11, Jan. 2013], antibacteriana [2121 GARG, M., PRIYANKA, CHATTERJEE, M. “Isolation, characterization and antibacterial effect of biosurfactant from Candida parapsilosis”, Biotechnology Reports, v. 18, pp.e00251, Jun. 2018.], antifúngica [2222 SEN, S., BORAH, S.N., BORA, A., et al., “Production, characterization, and antifungal activity of a biosurfactant produced by Rhodotorula babjevae YS3”, Microbial Cell Factories, v. 16, n. 1, pp. 1-14, Mai. 2017.], antiviral [1414 SANTOS, V. S. V., SILVEIRA, E., PEREIRA, B.B. “Toxicity and applications of surfactin for health and environmental biotechnology”, Journal of Toxicology and Environmental Health, Part B, v. 21, pp. 382-399, Jan. 2019.] podendo ser sintetizados a partir de matérias-primas de baixo custo, gerando uma economia em torno de 50% na produção final de biossurfactantes [55 MAKKAR, R.S., CAMEOTRA, S.S. “Biosurfactant production by microorganisms on unconventional carbon sources”, Institute of Microbiology Tecnology, v. 2, n. 2, pp. 237-238, Abr. 1999. ].

As propriedades e características dos biossurfactantes fazem com que este seja considerado uma molécula versátil podendo ser aplicado na indústria agrícola, cosmética e de detergentes [2323 SEKHON RANDHAWA, K., RAHMAN, P.K.S.M. “Rhamnolipid biosurfactants-past, present, and future scenario of global market”, Frontiers in Microbiology, v. 5, pp. 1-7, Set. 2014.], na biorremediação e biodegradação, entre muitas outras [1919 GAUR, V.K., BAJAJ, A., REGAR, R.K., et al., “Rhamnolipid from a Lysinibacillus sphaericus strain IITR51 and its potential application for dissolution of hydrophobic pesticides”, Bioresource Technology, v. 272, pp. 19-25, Jan. 2019., 2424 BEN AYED, H., JEMIL, N., MAALEJ, H., et al., “Enhancement of solubilization and biodegradation of diesel oil by biosurfactant from Bacillus amyloliquefaciens An6”, International Biodeterioration & Biodegradation, v. 99, pp. 8-14, Abr. 2015.]. Porém o alto custo para sua obtenção impede sua viabilidade para produção e aplicação em larga escala. Como estratégia para a redução dos custos da produção de biossurfactante, os subprodutos e os resíduos da agroindústria têm sido avaliados commo fontes de carbono alternativas [55 MAKKAR, R.S., CAMEOTRA, S.S. “Biosurfactant production by microorganisms on unconventional carbon sources”, Institute of Microbiology Tecnology, v. 2, n. 2, pp. 237-238, Abr. 1999. ], favorecendo, também, a minimização do impacto ambiental causado pelo descarte inadequado desses resíduos jeitos no ambiente [2525 GASPARIN, F.G.M., MAGRI, A., NEVES, A.F., et al., “Produção de lipase e biossurfactante por isolado de efluente de laticínio”, BBR - Biochemistry Biotechnology Reports, v. 1, n. 1, pp. 28-31, 2012.].

Assim, com o intuito de prospectar a produção de biossurfactante com baixo custo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as bactérias Lysinibacillus sp. e Bacillus sp. utilizando óleo de soja, óleo de fritura, óleo diesel, óleo lubrificante novo e usado como fontes de carbono para produção de biossurfactante.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia foi desenvolvida de acordo com o fluxograma operacional , representado na Figura 1.

Figura 1
Fluxograma operacional.

2.1 Microrganismos

Os microrganismos utilizados foram: Lysinibacillus sp., isolado de amostras de lodo do reservatório de uma indústria de insumos cosméticos, situada na cidade de Sorocaba e Bacillus sp. isolado de solo contaminado com óleo diesel, obtido na cidade de Tatuí, ambas as cidades estão situadas em São Paulo, Brasil. As bactérias foram avaliadas por testes de beta hemólise e o resultado foi positivo para produção de biossurfactantes.

A identificação foi realizada por sequenciamento do fragmento do gene RNAr 16S. A metodologia consistiu na extração do DNA genômico diretamente das culturas, segundo protocolo descrito por VAN SOOLINGER et al. [2626 VAN SOOLINGEN, D., DE HASS, P.E.W., HERMANS, P.W.M., et al., “Comparison of various repetitive DNA elements as genetic markers for strain differentiation and epidemiology of Mycobacterium tuberculosis”, Journal of Clinical Microbiology, v. 31, n. 8, pp. 1987-1995, Ago. 1993.]. Os oligonucleotídeos sintéticos utilizados para a reação de PCR foram p10f e p1100r, homólogos às extremidades conservadas do gene RNAr 16S de bactérias. Os produtos das amplificações foram purificados e submetidos diretamente ao sequenciamento usando o sequenciador automático ABI3500XL Series (Applied Biosystems). Os primers utilizados para o sequenciamento foram p10f e p1100r.

As sequências ob tidas foram comparadas com as bases de dados do Genbank e do RDP.

2.2 Produção do inóculo

A padronização do inóculo para os ensaios de produção de biossurfactantes foi realizada em solução salina (0,9%) e a absorbância foi verificada em espectrofotômetro através da turbidez observada em um comprimento de onda de 550 nm, que correspondeu a 1,5 x 108 UFC/mL [2727 NITSCHKE, M., FERRAZ, C., PASTORE, G.M. “Selection of microorganisms for biosurfactant production using agroindustrial wastes”, Brazilian Journal of Microbiology, v. 35, n. 1-2, pp. 81–85, Jun. 2004.].

2.3 Produção de biossurfactante

O meio de produção de biossurfactante (controle) foi composto por (em g/L): extrato de levedura (0,2), peptona (1), glicose (5), NaNO3 (5), K2HPO4 (1), MgSO4 (0,5), FeSO4.7H2O (0,01), KCl (0,03), CaCl2 (0,02), KH2PO4 (0,8) e 1 % de óleo. Os óleos testados como fonte de carbono foram: óleo de soja, óleo de fritura, óleo diesel, óleo lubrificante de motor novo e óleo lubrificante de motor usado. O meio foi esterilizado em autoclave a 121 ºC por 15 min.

A fermentação foi realizada em frascos reagente de 250 mL contendo 49,0 mL do meio de cultura e 1 mL do inóculo. Após a inoculação, os frascos foram incubados a 30 ºC e a 200 rpm, durante 7 dias [2828 ABBASI, H., HAMEDI, M.M., LOTFABAD, T.B., et al., “Biosurfactant-producing bacterium, Pseudomonas aeruginosa MA01 isolated from spoiled apples: Physicochemical and structural characteristics of isolated biosurfactant,” Journal of Bioscience Bioengineering, v. 113, n. 2, pp. 211-219, Fev. 2012.].

2.4 MÉTODOS ANALÍTICOS

2.4.1 Determinação da presença de biossurfactante

Amostras do meio de cultura fermentado foram centrifugadas a 4000 rpm por 20 min ae 20 ºC, para remoção das células bacterianas. O sobrenadante foi submetido às análises de atividade emulsificante, índice de emulsificação e teste de colapso de gota.

2.4.2 Atividade emulsificante e Índice de emulsificação (%)

A atividade emulsificante foi determinada a partir de 3,5 mL do sobrenadante com adição de 2 mL de tolueno e, após agitação em vortex, foi realizada a leitura da densidade óptica em espectrofotômetro a 540 nm [2929 KIM, S.H., LIM, E.J., LEE, S.O. et al., “Purification and characterization of biosurfactants from Nocardia sp. L-417”, Biotechnology Applied Biochemistry, v. 31, n. 3, p. 249, Jun. 2000.].

A determinação do índice de emulsificação foi realizada a partir da mesma mistura de sobrenadante e tolueno, mantida em repouso por 24 h conforme o método descrito por BICCA et al. [3030 BICCA, F., COLOMBO FLECK, L., ZÁCHIA AYUB, M.A. “Production of biosurfactant by hydrocarbon degrading Rhodococcus ruber and Rhodococcus erythropolis”, Revista de Microbiologia, v. 30, pp. 231–236, Set. 1999.].

Amostragens do sobrenadante fo­ram realizadas no tempo inicial e após 24 h para identificar a estabilidade da emulsão. O índice de emulsificação (E24) foi calculado de acordo com a Equação 1.

Onde: I % = índice de emulsão (%); Aemulsão = altura da camada emulsão (cm); Atotal = altura total (cm).

I % = A e m u l s ã o A t o t a l × 100 (1)

2.4.3 Colapso da gota

Para determinar o colapso de gota utilizou-se microplacas de 96 poços rasos, untados com 2 µL de óleo de motor 10 W- 40, mantidasdeixadas em repouso por 24 h. Após o repouso 5 µL do sobrenadante foram transferidos para cada um dos poços e o espalhamento das gotas foi avaliado após 2 min. O resultado foi considerado positivo quando visualmente se inferiu o espalhamento da gota [3131 YOUSSEF, N.H., DUNCAN, K.E., NAGLE, D.P., et al., “Comparison of methods to detect biosurfactant production by diverse microorganisms”, Journal of Microbiological Methods, v. 56, n. 3, pp. 339-347, Mar. 2004. ].

2.4.4 Biomassa Seca

AoNo final dos ensaios de produção, foram centrifugados 15 mL da cultura (4000 rpm, 20 min a 20º C), o precipitado formado foi retirado e colocado em placas de Petri (previamente pesadas) e levadas a estufa a 105º C e pesadas após 24 h ou até peso constante.

2.4.5 Determinação do pH

Determinação do pH foi realizada no início e no final da fermentação, através de leitura direta em phmetro digitalpotenciômetro.

3. RESULTADOS

O maior índice de emulsificação foi o obtido com o óleo de soja commo fonte de carbono, enquanto que com o óleo lubrificante usado foi observado o menor índice (Figura 2), com os demais substratos o índice de emulsificação para o Bacillus sp. variou entre 44 a 46 %, e de 30 a 50 % para o Lysinibacillus sp.

Figura 2
Índices de emulsificação (%) obtidos com as diferentes fontes de carbono.

A quantificação de biomassa seca bacteriana proveniente das cepas Bacillus sp. e Lysinibacillus sp. Esta ão apresentada os na Tabela 1. Verificou-se que o caldo proveniente da fermentação com Lysinibacillus sp. e o óleo de soja como fonte de carbono, apresentou biomassa seca de 1,4 mg/L e índice de emulsificação em 50%, em cultivo com óleo lubrificante usado foi de 330,0 mg/L e o índice de emulsificação de 30%. Para o Bacillus sp. a biomassa seca foi de 70,0 mg/L proveniente de óleo de soja e de 50,0 mg/L para óleo lubrificante usado com índices de emulsificação em torno de 40 %.

Tabela 1
Biomassa seca (mg/L) do precipitado das bactérias Bacillus sp. e Lysinibacillus sp. nas diferentes fontes de carbono.

A atividade emulsificante do Bacillus sp e Lysinibacillus sp. estaão arepresentadas na Tabela 2,onde observou-se que o máximo de atividade foi de 1,03 por Bacillus sp. e 0,761 com Lysinibacillus sp. Para ambos os gêneros a fermentação com óleo lubrificante novo apresentaram as menores atividades emulsificantes (0,057 e 0,104).

Tabela 2
Atividade emulsificante (%) do sobrenadante livre de células

Na análise conjunta dos dados verificou-se que o óleo de soja, seguido de óleo de fritura foram as melhores fontes de carbono para produção de biossurfactante utilizando a cepa de Lysinibacillus sp.

O biossurfactante produzido por Bacillus sp. e Lysinibacillus sp. em todos os óleos testaramados foram positivo s para o colapso de gota e, a partir do resultado dessa análise qualitativa inferiu-se a propriedade tensoativaque o biossurfactante produzido tem potencial para reduzir a tensão superficial entre líquidos.

A determinação do pH foi realizada em duplicata após cada período de fermentação. Nos valores do pH do sobrenadante proveniente da fermentação dos meios de cultura em diferentes fontes de carbono, verificou-se que houve variação do pH para os cinco substratos (Tabela 3).

Tabela 3
Medidas de pH ao final das fermentações de Bacillus sp. e Lysinibacillus sp. em cada fonte de carbono.

O menor pH foi observado no ensaio com óleo de fritura. O pH das fermentações utilizando óleo de soja como fonte de carbono, que apresentou melhor atividade emulsificante, variou entre as espécies estudadas. O pH da fermentação com óleo diesel mostrou uma leve alcalinização e o pH do óleo de fritura apresentou uma leve acidez em relação as demais fontes de carbono.

4. DISCUSSÃO

Os diferentes óleos avaliados neste trabalho podem ser usados como substratos para a produção de biossurfactante por Lysinibacillus sp. e Bacillus sp. e consequentemente reduzir os custos da produção. De acordo com a literatura, isolados que apresentam índice de emulsificação a partir de 40% são promissores para produção de biossurfactantes, pois a propriedade de interesse do biossurfactante é sua capacidade de emulsionar líquidos não miscíveis e formar as emulsões estáveis [3232 DESAI, J.D., BANAT, I.M. “Microbial production of surfactants and their commercial potential”, Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 61, n. 1, pp. 47-64, Mar. 1997. ].

Entre as cinco fontes de óleos testadas, para produção de biossurfactante pelos isolados de Lysinibacillus sp. e Bacillus sp. o óleo de soja destacou-se com o maior índice de emulsificação, provavelmente esse resultado foi devido a estruturas orgânicas simples tais como ácidos graxos, cuja cadeia contém 8 a 20 átomos de carbono, que são facilmente metabolizáveis [3333 SILVA, M.V.I. “Efeitos do uso do biodiesel sobre propriedades do óleo lubrificante usado em um motor de ignição por compressão”, Dissertação MSc., USP, São Carlos, SP, Brasil, 2006.].

A produção de biossurfactante por Lysinibacillus sp. utilizando o óleo lubrificante usado apresentou o menor índice de emulsificação. Neste presente estudo não foi determinado a presença de metais neste óleo, entretanto, esse substrato normalmente apresenta concentração elevada de metais, que podem afetar os microrganismos [3434 SILVEIRA, E.L.C., CALAND, L.B., MOURA, C.V.R., et al., “Determinação de contaminantes em óleos lubrificantes usados e em esgotos contaminados por esses lubrificantes”, Química Nova, v. 29, n. 6, pp. 1193-1197, Nov.-Dez. 2006.]. De acordo com SADLER e TRUDINGER [3535 SADLER, W.R., TRUDINGER, P.A. “The inhibition of microoganisms by heavy metals”, Mineralium Deposita, v. 2, pp. 158-168, Nov. 1967.] dependendo da concentração de metais os microrganismos são afetados de diferentes formas: causando alterações morfológicas e bioquímicas, podendo inibir o crescimento microbiano ou até mesmo causar a morte microbiana. Embora a concentração de metais neste óleo seja superior ao encontrado no óleo lubrificante novo, este substrato é muito estudado como fonte de carbono para distintas espécies bacterianas [3636 THAVASI, R., SUBRAMANYAM NAMBARU, V.R.M., et al., “Biosurfactant Production by Pseudomonas aeruginosa from renewable resources”, Indian Journal of Microbiology, v. 51, n. 1, pp. 30-36, Jan. 2011.], pois apesaralém dos metais o óleo lubrificante usado apresenta em sua composição hidrocarbonetos [3232 DESAI, J.D., BANAT, I.M. “Microbial production of surfactants and their commercial potential”, Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 61, n. 1, pp. 47-64, Mar. 1997. ], o óleo diesel também apresenta hidrocarbonetos em sua composição, sendo bastante relatado para prospecção de biossurfactante [3737 DECESARO, A., RIGON, M.R., THOMÉ, A., et al., “Produção de biossurfactantes por microrganismos isolados de solo contaminado com óleo diesel”, Química Nova, vol. 36, no. 7, pp. 947-954, 2013., 3838 BENTO, F.M., CAMARGO, F.A.O., OKEKE, B.C., et al., “Diversity of biosurfactant producing microorganisms isolated from soils contaminated with diesel oil”, Microbiological Research, v. 160, n. 3, pp. 249-255, 2005.].

A presença de hidrocarbonetos nos substratos é importante, pois eles estão envolvidos na síntese dos grupos hidrofóbicos e hidrofílicos das moléculas de biossurfactante. DESAI e BANAT [3232 DESAI, J.D., BANAT, I.M. “Microbial production of surfactants and their commercial potential”, Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 61, n. 1, pp. 47-64, Mar. 1997. ] relataram que a síntese das porções hidrofóbicas e hidrofílicas, ocorre por duas vias metabólicas primárias usando, hidrocarbonetos e carboidratos, respectivamente. Diversos conjuntos específicos de enzimas reguladoras estão envolvidos na síntese das duas porções das moléculas de biossurfactante. Há diferentes possibilidades para a síntese das porções hidrofóbicas e hidrofílicas das moléculas biossurfactante e seu acoplamento: (1) as porções hidrofílicas e hidrofóbicas são sintetizadas por duas vias independentes; (2) a porção hidrofílica é sintetizada enquanto a síntese da porção hidrofóbica é induzida pelo substrato; (3) a porção hidrofóbica é sintetizada, enquanto a síntese da porção hidrofílica é dependente do substrato; e (4) a síntese de ambas as porções hidrofóbicas e hidrofílicas é dependente do substrato.

MNIF et al. [3939 MNIF, S., CHAMKHA, M., LABAT, M., et al., “Simultaneous hydrocarbon biodegradation and biosurfactant production by oilfield-selected bacteria,” J. Appl. Microbiol., vol. 111, no. 3, pp. 525-536, Set. 2011. ] verificaram a produção de biossurfactante para Lysinibacillus fusiformis utilizando como substrato o petróleo bruto a 1% e obtiveram um índice de emulsificação de 72%, e mostraram que essa bactéria pode ser utilizada para biorremediação em locais contaminados com hidrocarbonetos. SILVA et al. [4040 SILVA, S.N.R.L., FARIAS, C.B.B., RUFINO, R.D., et al., “Glycerol as substrate for the production of biosurfactant by Pseudomonas aeruginosa UCP0992”, Colloids and Surfaces B:Biointerfaces, v. 79, n. 1, pp. 174-183, Ago. 2010.] relataram que o biossurfactante produzido por Pseudomonas aeruginosa apresentou um valor de emulsão de 53,7% e 50,2% para o óleo diesel e óleo de motor, respectivamente.

A composição do óleo de cozinha é alterada depois do uso para fritura., Oo processo de fritura altera a concentração de ácidos graxos poliinsaturados, aumentando os ácidos graxos saturados e monoinsaturados [4141 LOPES, M.R.V., AUED-PIMENTEL, S., CARUSO, M.S.F., et al. “Composição de ácidos graxos em óleos e gorduras de fritura”, Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 63, n. 2, pp. 168-176, Jan. 2004.], com isso este óleo pode conter 30% de compostos polares, entretanto este valor pode mudar dependendo da variedade de alimentos, do tipo de fritura e do número de vezes em que este foi utilizado [4242 KOCK, J.L.F., BOTHA, A., BLOCH, J., et al., “Used cooking oil: science tackles a potential health hazard”, South Africa Journal of Science, v. 92, n. 11-12, pp. 513–514, Nov.-Dez. 1996.].

O índice de emulsificação para o óleo de fritura obtido a partir do Bacillus sp. no presente estudo foi semelhante ao mostrado por OLIVEIRA et al. [4343 OLIVEIRA, J.G., GARCIA-CRUZ, C.H. “Properties of a biosurfactant produced by Bacillus pumilus using vinasse and waste frying oil as alternative carbon sources”, Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 56, n. 1, pp. 155-160, Jan.-Fev. 2013.] que ao utilizarem o mesmo substrato como fonte de carbono para Bacillus pulimus, produziram biossurfactante e obtiveram um índice de emulsificação que variou de 45% a 50%. Os autores adicionaram ao meio de sais minerais diferentes concentrações do óleo de fritura (1% a 5%). Comumente as espécies pertencentes ao gênero Bacillus são bastantes estudadas e relatadas como produtoras de diferentes tipos biossurfactante, sendo a surfactina o principal lipopeptídio sintetizado [1313 WU, Y.-S., NGAI, S.-C., GOH, B.-H., et al., “Anticancer activities of surfactin potential application of nanotechnology assisted surfactin delivery”, Frontiers in Pharmacology, v. 8, pp. 1-22, Out. 2017. ].

É notório que existe uma grande variabilidade emcom relação ao índice de emulsificação, pois o tipo de biossurfactante produzido bem como as diferentes fontes de carbono testadas podem alterar a estrutura dos biossurfactantes e com isso influenciaremm nas propriedades emulsificantes [4444 COOPER, D.G., GOLDENBERG, B.G. “Surface-active agents from two Bacillus species” Applied and Environmental Microbiology, v. 53, n. 2, pp. 224-229, Fev. 1987.]. Além disso, a emulsão de diferentes hidrocarbonetos ocorre de distintas formas [4545 ILORI, M.O., AMOBI, C.J., ODOCHA, A.C. “Factors affecting biosurfactant production by oil degrading Aeromonas spp. isolated from a tropical environment”, Chemosphere, v. 61, n. 7, pp. 985-992, Nov. 2005.]. Com base nesse contexto pode-se justificar o fato de uma mesma linhagem de Bacillus sp. ou Lysinibacillus sp. mostraram diferentes índices de emulsificação devido ao uso deem diferentes óleos como fonte de carbono.

A concentração do substrato ou a adição de suplementos ao meio podem influenciar na atividade emulsificante do biossurfactante, esse fato foi relatado por KIM et al. [4646 KIM, P., OH, D.K., LEE, J.K. KIM, S.Y., et al., “Biological modification of the fatty acid group in an emulsan by supplementing fatty acids under conditions inhibiting fatty acid biosynthesis”, Journal of Bioscience and Bioengineering, v. 90, n. 3, pp. 308-312, 2000.] que mostraram que a atividade emulsificante do Emulsan pode ser modificada com a suplementação de ácidos graxos, atingindo uma maior atividade emulsificante (2,44 a 600 nm). O Emulsan é um biossurfactante polimérico e é sintetizado por Acinetobacter calcoaceticus, sendo reconhecido por sua capacidade em estabilizar emulsões do tipo óleo/água [4747 NITSCHKE, M., PASTORE, G.M. “Biossurfactantes: propriedades e aplicações”, Química Nova, v. 25, n. 5, pp. 772-776, 2002.]. KITAMOTO et al. [4848 KITAMOTO, D., IKEGAMI, T., SUZUKI, G.T., et al., “Microbial conversion of n-alkanes into glycolipid biosurfactants, mannosylerythritol lipids, by Pseudozyma (Candida antarctica)”, Biotechnology Letters, v. 23, n. 20, pp. 1709–1714, Out. 2001.] utilizaram lipídios de monosileritritol produzido por Pseudozyma (Candida antarctica) a partir de óleos vegetais para produzir biossurfactante e obtiveram uma atividade emulsificante de 1,5 e 2,0 a 620 nm.

Embora a produção de biossurfactante seja comumente relatada como dependente do crescimento celular [4242 KOCK, J.L.F., BOTHA, A., BLOCH, J., et al., “Used cooking oil: science tackles a potential health hazard”, South Africa Journal of Science, v. 92, n. 11-12, pp. 513–514, Nov.-Dez. 1996.], no presente estudo não houve essa relação, pois, alguns fatores como a concentração do substrato, pH e a composição do meio de cultivo podem interferir de forma a inibir ou aumentar a concentração do biossurfactante e o crescimento celular [4949 TAN, Y.N., LI, Q. “Microbial production of rhamnolipids using sugars as carbon sources”, Microbial Cell Factories, v. 17, n. 1, p. 89, Jun. 2018.].

A redução no pH foi observada em alguns substratos avaliados , e tal fato possivelmentedeve ter ocorreuido devido àa produção de metabólitos secundários pelas bactérias, que acidificam o meio durante o processo de fermentação [5050 PINTO, M.H., MARTINS, R.G., COSTA, J.A.V. “Avaliação cinética da produção de biossurfactantes bacterianos”, Química Nova, v. 32, n. 8, pp. 2104–2108, 2009.]. Além disso, Oo pH também pode ter influenciado na produção de biossurfactante, pois em pH ácido ou pH alcalino demais pode ocorrer um baixo nível de produção de biossurfactante [3636 THAVASI, R., SUBRAMANYAM NAMBARU, V.R.M., et al., “Biosurfactant Production by Pseudomonas aeruginosa from renewable resources”, Indian Journal of Microbiology, v. 51, n. 1, pp. 30-36, Jan. 2011.].

5. CONCLUSÕES

Os isolados Lysnibacillus sp. e Bacillus sp. foram capazes de produzir biossurfactantes a partir de diferentes óleos como fonte de carbono. O óleo de soja foi o substrato que apresentou os melhores resultados. O biossurfcatante produzido pode ser aplicado como agente emulsificante e surfactante. Este trabalho alinha-seintensifica ao esforço deà prospecção de diversos resíduos e/ou subprodutos a serem utilizados como fonte de carbono, de baixo custo, na produção de moléculas de interesse biotecnológico.

AGRADECIMENTOS

Ao programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Monitoramento Ambiental e ao Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Uso de Recursos Renováveis (PPGPur) da UFSCar.

BIBLIOGRAFIA

  • 1
    BANAT, I.M., FRANZETTI, A., GANDOLFI, I., et al., “Microbial biosurfactants production, applications and future potential”, Applied Microbiology Biotechnology, v. 87, n. 2, pp. 427–444, Abr. 2010.
  • 2
    SANTOS, A.P.P., SILVA, M.D.S., COSTA, E.V.L, et al., “Production and characterization of a biosurfactant produced by Streptomyces sp. DPUA 1559 isolated from lichens of the Amazon region”, Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 51, n. 2, pp. 1–10, Abr. 2018.
  • 3
    OTZEN, D.E. “Biosurfactants and surfactants interacting with membranes and proteins : same but different?”, Biochimica et Biophysica Acta, v. 1859, n. 4, pp. 639-649, Abr. 2017.
  • 4
    ABALOS, A. PINAZO, A., INFANTE, M.R., et al., “Physicochemical and antimicrobial properties of new rhamnolipids produced by Pseudomonas aeruginosa AT10 from soybean oil refinery wastes”, Langmuir, v.17, n.5. pp. 1367–1371, Fev. 2001.
  • 5
    MAKKAR, R.S., CAMEOTRA, S.S. “Biosurfactant production by microorganisms on unconventional carbon sources”, Institute of Microbiology Tecnology, v. 2, n. 2, pp. 237-238, Abr. 1999.
  • 6
    GEYS, R., SOETAERT, W., VAN BOGAERT, I. “Biotechnological opportunities in biosurfactant production”, Current Opinion in Biotechnology, v. 30, pp. 66-72, Dez. 2014.
  • 7
    BAINDARA, P., MANDAL, S.M., CHAWLA, N., et al., “Characterization of two antimicrobial peptides produced by a halotolerant Bacillus subtilis strain SK.DU.4 isolated from a rhizosphere soil sample”, AMB Express, v. 3, n. 1, pp. 1-11, Jan. 2013
  • 7
    PARASZKIEWICZ, K., BERNAT, P., KUŚMIERSKA, A., et al., “Structural identification of lipopeptide biosurfactants produced by Bacillus subtilis strains grown on the media obtained from renewable natural resources”, Journal of Environmental Management, v. 209, pp. 65-70, Mar. 2018.
  • 8
    ZHAO, Z., WANG, Q., WANG, K., et al., “Study of the antifungal activity of Bacillus vallismortis ZZ185 in vitro and identification of its antifungal components”, Bioresource Technology, v. 101, n. 1, pp. 292-297, Jan. 2010.
  • 10
    BÉCHET, M., CASTÉRA-GUY, J., GUEZ, J.S., et al., “Production of a novel mixture of mycosubtilins by mutants of Bacillus subtilis”, Bioresource Technology, v. 145, n. 5, pp. 264-270, Out. 2013.
  • 11
    WEI, W.H., WANG, L.-C., CHEN, W.C., et al., “Production and characterization of fengycin by indigenous Bacillus subtilis F29-3 originating from a potato farm,” International Journal of Molecular Sciences, v. 11, n. 11, pp. 4526-4538, Nov. 2010.
  • 12
    PATHAK, K., KEHARIA, H. “Identification of surfactins and iturins produced by potent fungal antagonist, Bacillus subtilis K1 isolated from aerial roots of banyan (Ficus benghalensis) tree using mass spectrometry”, 3 Biotechology, v. 4, n. 3, pp. 283-295, Jun. 2014.
  • 13
    WU, Y.-S., NGAI, S.-C., GOH, B.-H., et al., “Anticancer activities of surfactin potential application of nanotechnology assisted surfactin delivery”, Frontiers in Pharmacology, v. 8, pp. 1-22, Out. 2017.
  • 14
    SANTOS, V. S. V., SILVEIRA, E., PEREIRA, B.B. “Toxicity and applications of surfactin for health and environmental biotechnology”, Journal of Toxicology and Environmental Health, Part B, v. 21, pp. 382-399, Jan. 2019.
  • 15
    BHARDWAJ, G., CAMEOTRA, S.S., CHOPRA, H.K. “Biosurfactant from Lysinibacillus chungkukjangi from rice bran oil sludge and potential applications”, Journal of Surfactants and Detergents, v. 19, n. 5, pp. 957-965, Set. 2016.
  • 16
    BANAT, I.M., MAKKAR, R.S., CAMEOTRA, S.S. “Potential commercial applications of microbial surfactants”, Applied Microbiology and Biotechnology, v. 53, n. 5, pp. 495-508, Mai. 2000.
  • 17
    SINGH, A., VAN HAMME, J.D., WARD, O.P. “Surfactants in microbiology and biotechnology: Part 2. application aspects”, Biotechnology Advances, v. 25, n. 1, pp. 99-121, Jan.-Feb. 2007.
  • 18
    VAN HAMME, J.D., SINGH, A., WARD, O.P. “Physiological aspects. Part 1 in a series of papers devoted to surfactants in microbiology and biotechnology”, Biotechnology Advances, v. 24, n. 6, pp. 604-620, Nov.-Dez. 2006.
  • 19
    GAUR, V.K., BAJAJ, A., REGAR, R.K., et al., “Rhamnolipid from a Lysinibacillus sphaericus strain IITR51 and its potential application for dissolution of hydrophobic pesticides”, Bioresource Technology, v. 272, pp. 19-25, Jan. 2019.
  • 20
    SOUSA, M., MELO, V.M.M., RODRIGUES, S. et al., “Screening of biosurfactant-producing Bacillus strains using glycerol from the biodiesel synthesis as main carbon source”, Bioprocess and Biosystems Engineering, v. 35, n. 6, pp. 897-906, Ago. 2012.
  • 21
    GARG, M., PRIYANKA, CHATTERJEE, M. “Isolation, characterization and antibacterial effect of biosurfactant from Candida parapsilosis”, Biotechnology Reports, v. 18, pp.e00251, Jun. 2018.
  • 22
    SEN, S., BORAH, S.N., BORA, A., et al., “Production, characterization, and antifungal activity of a biosurfactant produced by Rhodotorula babjevae YS3”, Microbial Cell Factories, v. 16, n. 1, pp. 1-14, Mai. 2017.
  • 23
    SEKHON RANDHAWA, K., RAHMAN, P.K.S.M. “Rhamnolipid biosurfactants-past, present, and future scenario of global market”, Frontiers in Microbiology, v. 5, pp. 1-7, Set. 2014.
  • 24
    BEN AYED, H., JEMIL, N., MAALEJ, H., et al., “Enhancement of solubilization and biodegradation of diesel oil by biosurfactant from Bacillus amyloliquefaciens An6”, International Biodeterioration & Biodegradation, v. 99, pp. 8-14, Abr. 2015.
  • 25
    GASPARIN, F.G.M., MAGRI, A., NEVES, A.F., et al., “Produção de lipase e biossurfactante por isolado de efluente de laticínio”, BBR - Biochemistry Biotechnology Reports, v. 1, n. 1, pp. 28-31, 2012.
  • 26
    VAN SOOLINGEN, D., DE HASS, P.E.W., HERMANS, P.W.M., et al., “Comparison of various repetitive DNA elements as genetic markers for strain differentiation and epidemiology of Mycobacterium tuberculosis”, Journal of Clinical Microbiology, v. 31, n. 8, pp. 1987-1995, Ago. 1993.
  • 27
    NITSCHKE, M., FERRAZ, C., PASTORE, G.M. “Selection of microorganisms for biosurfactant production using agroindustrial wastes”, Brazilian Journal of Microbiology, v. 35, n. 1-2, pp. 81–85, Jun. 2004.
  • 28
    ABBASI, H., HAMEDI, M.M., LOTFABAD, T.B., et al., “Biosurfactant-producing bacterium, Pseudomonas aeruginosa MA01 isolated from spoiled apples: Physicochemical and structural characteristics of isolated biosurfactant,” Journal of Bioscience Bioengineering, v. 113, n. 2, pp. 211-219, Fev. 2012.
  • 29
    KIM, S.H., LIM, E.J., LEE, S.O. et al., “Purification and characterization of biosurfactants from Nocardia sp. L-417”, Biotechnology Applied Biochemistry, v. 31, n. 3, p. 249, Jun. 2000.
  • 30
    BICCA, F., COLOMBO FLECK, L., ZÁCHIA AYUB, M.A. “Production of biosurfactant by hydrocarbon degrading Rhodococcus ruber and Rhodococcus erythropolis”, Revista de Microbiologia, v. 30, pp. 231–236, Set. 1999.
  • 31
    YOUSSEF, N.H., DUNCAN, K.E., NAGLE, D.P., et al., “Comparison of methods to detect biosurfactant production by diverse microorganisms”, Journal of Microbiological Methods, v. 56, n. 3, pp. 339-347, Mar. 2004.
  • 32
    DESAI, J.D., BANAT, I.M. “Microbial production of surfactants and their commercial potential”, Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 61, n. 1, pp. 47-64, Mar. 1997.
  • 33
    SILVA, M.V.I. “Efeitos do uso do biodiesel sobre propriedades do óleo lubrificante usado em um motor de ignição por compressão”, Dissertação MSc., USP, São Carlos, SP, Brasil, 2006.
  • 34
    SILVEIRA, E.L.C., CALAND, L.B., MOURA, C.V.R., et al., “Determinação de contaminantes em óleos lubrificantes usados e em esgotos contaminados por esses lubrificantes”, Química Nova, v. 29, n. 6, pp. 1193-1197, Nov.-Dez. 2006.
  • 35
    SADLER, W.R., TRUDINGER, P.A. “The inhibition of microoganisms by heavy metals”, Mineralium Deposita, v. 2, pp. 158-168, Nov. 1967.
  • 36
    THAVASI, R., SUBRAMANYAM NAMBARU, V.R.M., et al., “Biosurfactant Production by Pseudomonas aeruginosa from renewable resources”, Indian Journal of Microbiology, v. 51, n. 1, pp. 30-36, Jan. 2011.
  • 37
    DECESARO, A., RIGON, M.R., THOMÉ, A., et al., “Produção de biossurfactantes por microrganismos isolados de solo contaminado com óleo diesel”, Química Nova, vol. 36, no. 7, pp. 947-954, 2013.
  • 38
    BENTO, F.M., CAMARGO, F.A.O., OKEKE, B.C., et al., “Diversity of biosurfactant producing microorganisms isolated from soils contaminated with diesel oil”, Microbiological Research, v. 160, n. 3, pp. 249-255, 2005.
  • 39
    MNIF, S., CHAMKHA, M., LABAT, M., et al., “Simultaneous hydrocarbon biodegradation and biosurfactant production by oilfield-selected bacteria,” J. Appl. Microbiol, vol. 111, no. 3, pp. 525-536, Set. 2011.
  • 40
    SILVA, S.N.R.L., FARIAS, C.B.B., RUFINO, R.D., et al., “Glycerol as substrate for the production of biosurfactant by Pseudomonas aeruginosa UCP0992”, Colloids and Surfaces B:Biointerfaces, v. 79, n. 1, pp. 174-183, Ago. 2010.
  • 41
    LOPES, M.R.V., AUED-PIMENTEL, S., CARUSO, M.S.F., et al “Composição de ácidos graxos em óleos e gorduras de fritura”, Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 63, n. 2, pp. 168-176, Jan. 2004.
  • 42
    KOCK, J.L.F., BOTHA, A., BLOCH, J., et al., “Used cooking oil: science tackles a potential health hazard”, South Africa Journal of Science, v. 92, n. 11-12, pp. 513–514, Nov.-Dez. 1996.
  • 43
    OLIVEIRA, J.G., GARCIA-CRUZ, C.H. “Properties of a biosurfactant produced by Bacillus pumilus using vinasse and waste frying oil as alternative carbon sources”, Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 56, n. 1, pp. 155-160, Jan.-Fev. 2013.
  • 44
    COOPER, D.G., GOLDENBERG, B.G. “Surface-active agents from two Bacillus species” Applied and Environmental Microbiology, v. 53, n. 2, pp. 224-229, Fev. 1987.
  • 45
    ILORI, M.O., AMOBI, C.J., ODOCHA, A.C. “Factors affecting biosurfactant production by oil degrading Aeromonas spp. isolated from a tropical environment”, Chemosphere, v. 61, n. 7, pp. 985-992, Nov. 2005.
  • 46
    KIM, P., OH, D.K., LEE, J.K. KIM, S.Y., et al., “Biological modification of the fatty acid group in an emulsan by supplementing fatty acids under conditions inhibiting fatty acid biosynthesis”, Journal of Bioscience and Bioengineering, v. 90, n. 3, pp. 308-312, 2000.
  • 47
    NITSCHKE, M., PASTORE, G.M. “Biossurfactantes: propriedades e aplicações”, Química Nova, v. 25, n. 5, pp. 772-776, 2002.
  • 48
    KITAMOTO, D., IKEGAMI, T., SUZUKI, G.T., et al., “Microbial conversion of n-alkanes into glycolipid biosurfactants, mannosylerythritol lipids, by Pseudozyma (Candida antarctica)”, Biotechnology Letters, v. 23, n. 20, pp. 1709–1714, Out. 2001.
  • 49
    TAN, Y.N., LI, Q. “Microbial production of rhamnolipids using sugars as carbon sources”, Microbial Cell Factories, v. 17, n. 1, p. 89, Jun. 2018.
  • 50
    PINTO, M.H., MARTINS, R.G., COSTA, J.A.V. “Avaliação cinética da produção de biossurfactantes bacterianos”, Química Nova, v. 32, n. 8, pp. 2104–2108, 2009.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Dez 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    06 Mar 2019
  • Aceito
    26 Ago 2019
Laboratório de Hidrogênio, Coppe - Universidade Federal do Rio de Janeiro, em cooperação com a Associação Brasileira do Hidrogênio, ABH2 Av. Moniz Aragão, 207, 21941-594, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel: +55 (21) 3938-8791 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revmateria@gmail.com