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Influência da temperatura de calcinação na resistência à corrosão do eletrodo de Ti/SnO2-Sb para eletrooxidação de fenóis em meio de cloreto

The influence of calcination temperature on the corrosion resistance of a Ti/Sno2-Sb electrode for phenol electrooxidation in chloride medium

Resumos

Neste trabalho foi investigada a eficiência e a resistência à corrosão do eletrodo de Ti/SnO2 dopado com Sb, preparado pelo método Pechini, para oxidação de fenol em meio de cloreto. Os resultados mostraram que sua resistência à corrosão depende da temperatura de calcinação, da morfologia do revestimento e do controle do pH durante a eletrólise. Após 60 min de eletrólise em solução 0,34 mol.L-1 de NaCl na presença de 100 mg.L-1 de fenol a uma densidade de corrente fixa de 10 mA.cm-2, com pH controlado entre 7 e 9, as micrografias de MEV mostraram que apenas o eletrodo calcinado 600ºC não sofreu corrosão. Uma redução de 90% da absorbância do fenol (269,5 nm) foi obtida após 60 min de eletrólise a uma densidade de corrente fixa de 10 mA.cm-2 usando o eletrodo calcinado a 600ºC.

Eletrodo de Ti/SnO2-Sb; método Pechini; temperatura de calcinação; oxidação de fenol


In this paper the influence of calcination temperature on the corrosion resistance of a Ti/SnO2-Sb electrode, prepared according to Pechini's method, and its efficiency for phenol oxidation in chloride medium was investigated. The results showed that the corrosion resistance depends on calcination temperature, coating structure and pH control during the electrolysis. After 60 min of electrolysis of a 0.34 mol·L-1 NaCl solution containing 100 mg·L-1 phenol, at 10 mA·cm-2, keeping pH between 7 and 9, only the electrode calcined at 600ºC remained unchanged. A reduction of 90% of the phenol absorbance band (269.5 nm) was achieved after 60 min of electrolysis, at 10 mA·cm-2, with the Ti/SnO2-Sb electrode calcined at 600ºC.

Ti/SnO2-Sb electrode; Pechini' method; calcination temperature; phenol oxidation


Influência da temperatura de calcinação na resistência à corrosão do eletrodo de Ti/SnO2-Sb para eletrooxidação de fenóis em meio de cloreto

The influence of calcination temperature on the corrosion resistance of a Ti/Sno2-Sb electrode for phenol electrooxidation in chloride medium

Santos, I.D.I; Afonso, J.C.II; Dutra, A.J.B.I

IPEMM/COPPE/UFRJ, C.P.68.505, CEP 21941-972, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. e-mail: isantos@metalmat.ufrj.br, adutra@metalmat.ufrj.br IIDepto. de Química Analítica/IQ/UFRJ, C.P.68.563, CEP 21949-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. e-mail: julio@iq.ufrj.br

RESUMO

Neste trabalho foi investigada a eficiência e a resistência à corrosão do eletrodo de Ti/SnO2 dopado com Sb, preparado pelo método Pechini, para oxidação de fenol em meio de cloreto. Os resultados mostraram que sua resistência à corrosão depende da temperatura de calcinação, da morfologia do revestimento e do controle do pH durante a eletrólise. Após 60 min de eletrólise em solução 0,34 mol.L-1 de NaCl na presença de 100 mg.L-1 de fenol a uma densidade de corrente fixa de 10 mA.cm-2, com pH controlado entre 7 e 9, as micrografias de MEV mostraram que apenas o eletrodo calcinado 600ºC não sofreu corrosão. Uma redução de 90% da absorbância do fenol (269,5 nm) foi obtida após 60 min de eletrólise a uma densidade de corrente fixa de 10 mA.cm-2 usando o eletrodo calcinado a 600ºC.

Palavras-chaves: Eletrodo de Ti/SnO2-Sb, método Pechini, temperatura de calcinação, oxidação de fenol.

ABSTRACT

In this paper the influence of calcination temperature on the corrosion resistance of a Ti/SnO2-Sb electrode, prepared according to Pechini's method, and its efficiency for phenol oxidation in chloride medium was investigated. The results showed that the corrosion resistance depends on calcination temperature, coating structure and pH control during the electrolysis. After 60 min of electrolysis of a 0.34 mol·L-1 NaCl solution containing 100 mg·L-1 phenol, at 10 mA·cm-2, keeping pH between 7 and 9, only the electrode calcined at 600ºC remained unchanged. A reduction of 90% of the phenol absorbance band (269.5 nm) was achieved after 60 min of electrolysis, at 10 mA·cm-2, with the Ti/SnO2-Sb electrode calcined at 600ºC.

Keywords: Ti/SnO2-Sb electrode, Pechini' method, calcination temperature, phenol oxidation.

1 INTRODUÇÃO

Diferentes materiais de eletrodo (Ti/RuO2, Ti/IrO2, Pt, Ti/PbO2, diamante dopado com boro-BDD, Ti/SnO2-Sb) têm sido utilizados em células eletrolíticas para tratamento de efluentes contendo poluentes orgânicos [1-27]. Vários trabalhos [2,4,6,8-10,15,16,20,21] mostram que o eletrodo de SnO2 dopado com Sb apresenta alta eficiência para oxidação de poluentes orgânicos em função do alto sobrepotencial para geração de oxigênio, que conseqüentemente favorece a formação de radicais OH, que atuam na oxidação direta de compostos orgânicos na superfície do eletrodo.

A oxidação de compostos orgânicos via eletroquímica pode ocorrer de duas maneiras: por oxidação direta ou indireta. Segundo Chen [5] e Fierro et al., [28], na oxidação direta, os compostos orgânicos são oxidados na superfície do eletrodo através do "oxigênio ativo" fisicamente adsorvido (•OH), de acordo com as reações (2) e (3) ou através do "oxigênio ativo" quimicamente adsorvido ((MOx+1), conforme as reações (4), (5) e (6).

O radical fisicamente adsorvido (•OH) gerado através da reação (2) é mais eficiente na degradação de compostos orgânicos que o MOx+1, quimicamente adsorvido, devido à reação paralela de geração de oxigênio (reação (6)) na superfície do eletrodo. Neste caso, eletrodos com elevado sobrepotencial para geração de oxigênio, reação (2) apresenta maior eficiência de corrente para oxidação de compostos orgânicos [5,28]. Na oxidação indireta, a degradação de compostos orgânicos ocorre através de agentes oxidantes gerados eletroquimicamente. Em meio de cloreto, os íons Cl- são oxidados a cloro e subseqüentemente são convertidos a hipoclorito em valores de pH neutro ou levemente alcalino. De acordo com Bejankiwar et al. [29], as reações de (7) a (9) apresentam o mecanismo da oxidação indireta.

O ácido hipocloroso (pKa= 7.53) está em equilíbrio com o íon hipoclorito, de acordo com a reação (10). E o ClO- participa do processo de oxidação, em meio alcalino, através da reação (11).

A presença de NaCl contribui para aumentar a eficiência da oxidação de compostos orgânicos devido à geração de hipoclorito e cloro, que atuam na oxidação indireta, além de aumentar a condutividade da solução e reduzir o consumo energético [17,21,23,29]. Li et al. [21] utilizaram eletrodos de Ti/SnO2-Sb, Ti/RuO2 e Pt para degradação eletroquímica de fenóis em meio de sulfato. Os resultados mostraram que, a oxidação completa do fenol usando o eletrodo de Ti/RuO2 só ocorreu após 36 h, enquanto que, com os eletrodos de Pt e Ti/SnO2-Sb foram necessárias apenas 18 e 5h, respectivamente. As restrições ao uso de cloreto devem-se à formação de compostos organoclorados e à escassez de materiais de eletrodo que sejam eficientes no processo de degradação de poluentes orgânicos e ao mesmo tempo resistentes a esse tipo de meio.

Existem diversos métodos de preparação de anodos do tipo DSA (anodos dimensionalmente estáveis), tais como, processo sol-gel [15,30,31], eletrodeposição [8,13,32], decomposição térmica [2,14,21,33] e solução precursora, conhecido como método Pechini [3,11,34,35,36]. O método da decomposição térmica é um dos processos mais utilizados para obtenção de anodos do tipo DSA. Neste caso, o filme pode ser obtido por soluções inorgânicas ou poliméricas, através de reação de esterificação [14]. Entretanto, anodos de Ti/SnO2-Sb preparados por decomposição térmica a partir de soluções inorgânicas, apresentam a desvantagem de perdas significativas de Sn durante a calcinação do filme, em função do baixo ponto de ebulição do cloreto de estanho [15]. Em meio ácido, o cloreto de estanho (II) é oxidado a cloreto de estanho (IV) que sofre volatilização a 450ºC, temperatura de calcinação utilizada em vários trabalhos [18-20].

O método Pechini tem sido uma alternativa vantajosa para obtenção de anodos dsa com estequiometria controlada. Esta vantagem se deve à capacidade que alguns ácidos hidroxicarboxílicos têm de formar quelatos com diversos cátions. Quando os ácidos são aquecidos na presença de álcoois polihidroxílicos ocorre reação de esterificação, onde os cátions são incorporados na rede polimérica, evitando a perda (volatilização) dos íons metálicos durante o aquecimento do filme [15,17,31].

Estudo realizado por Oliveira-Souza et al. [37] para obtenção de eletrodo de Ti/IrO2 mostrou que o método Pechini produz eletrodo com maior tempo de vida útil em relação aos obtidos por método de decomposição térmica e reação sol-gel. Alves [1] avaliou as propriedades eletrocatalíticas de anodos DSA de composição Ti/MxS(1-x)O2 (onde M = Ru e Ir, S = Ti e Sn e x = 0,3; 0,5 e 0,7) obtidos pelos métodos dos precursores poliméricos e inorgânicos para eletrooxidação de etanol em meio de cloreto. Os anodos preparados por precursores poliméricos com SnO2 apresentaram as melhores propriedades eletrocatalíticas para a produção de agentes oxidantes para a oxidação do etanol [1].

Ding et al. [32] usaram os métodos de dip-coating e eletrodeposição na preparação de eletrodos de Ti/SnO2-Sb. Os eletrodos foram calcinados a 550ºC por 3 h. Eletrodos de Ti/SnO2-Sb calcinados a 550ºC por 2 h foram preparados pelo método Pechini por Bernardi e colaboradores [16] para analisar a influência da concentração de Sb2O3 e da viscosidade nas propriedades elétricas e óticas de filmes de SnO2, e observaram que a resistividade do filme diminui com o aumento da concentração de Sb. Coteiro [12] também utilizou a metodologia descrita por Pechini na preparação do eletrodo de Ti/Ru0,3Ti(1-x)SnxO2 para degradação eletroquímica de clorofenóis. Para tal, o eletrodo foi calcinado a 450ºC por 1 h sob fluxo de oxigênio. Rodrigues e Olivi [34] prepararam eletrodos de Ti/SnO2-Sb pelo método Pechini calcinando-os a 400 e 500ºC por 1 h. Os autores mostraram que a morfologia do filme variou em função da temperatura de calcinação. O eletrodo calcinado a 400ºC apresentou superfície craqueada, enquanto que o eletrodo calcinado a 500ºC apresentou baixa rugosidade (rachaduras) e com partículas dispersas na superfície. Grimm e colaboradores [15] usaram o método sol-gel na obtenção do eletrodo de Ti/SnO2-Sb. Para tal, os autores calcinaram o eletrodo a 600ºC a uma taxa de aquecimento de 1 ºC/min.

Existem vários métodos e temperaturas de calcinação usadas para preparação de eletrodos de SnO2 dopado com Sb para fins eletroquímicos [8-10,12,14-16,20,22]. Entretanto, sabe-se que as propriedades eletrocatalíticas, estabilidade química e a morfologia alteram em função do método utilizado. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi investigar a influência da temperatura de calcinação na eficiência e resistência à corrosão do eletrodo de Ti/SnO2-Sb preparados pelo método Pechini e calcinados a 400, 500 e 600ºC para eletrooxidação de fenóis em meio de cloreto.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Materiais

Os eletrodos de Ti revestido com SnO2 dopado com Sb foram preparados no Laboratório de Eletroquímica Aplicada – LEA (COPPE\UFRJ) pelo método Pechini [34]. As soluções precursoras foram obtidas a partir de ácido cítrico, etilenoglicol, tartarato de antimônio e potássio, cloreto estanoso dihidratado, hidróxido de sódio e ácido nítrico concentrado. O citrato de estanho (II) foi preparado conforme procedimento descrito por Besso [38]. Os materiais assim preparados foram calcinados a 400, 500 e 600 ºC.

Eletrodos de titânio e prata cloreto de prata (Ag/AgCl, Eº = 0,022 V) foram utilizados como contra-eletrodo e eletrodo de referência, respectivamente.

Água bidestilada foi utilizada no preparo das soluções e todos os reagentes usados foram de grau analítico.

2.2 Tratamento do substrato

O substrato (Ti) recebeu um pré-tratamento antes da aplicação do filme. Esse tratamento é fundamental para o controle da qualidade do revestimento, uma vez, que ele torna a superfície do substrato rugosa, facilitando a aderência do filme. Na literatura existem diversas maneiras de realizar esse pré-tratamento [4,8-10,12,14,15,33]. Neste trabalho, optou-se por usar o método descrito por Rodrigues e Olivi [34] em função da sua simplicidade. Os eletrodos foram preparados em placas de Ti (11 x 2,5 cm2) previamente lixadas e tratadas em solução fervente de ácido oxálico 10% m/m por 10 min. Em seguida, as placas foram lavadas com água deionizada, secas e armazenadas em dessecador até serem revestidas com filme de SnO2 dopado com Sb.

2.3 Preparo do filme de SnO2 dopado com Sb

A Figura 1 apresenta um esquema simplificado do procedimento adotado na preparação do eletrodo. A razão molar de ácido cítrico anidro, etilenoglicol e citrato de estanho foi de 3:10:1, respectivamente. A mesma proporção foi adotada no preparo da solução precursora de antimônio.


A solução precursora de estanho foi preparada dissolvendo-se 5,76 g de ácido cítrico anidro em 80 mL de etilenoglicol 1 mol.L-1 aquecido a 65ºC. Posteriormente, aumentou-se a temperatura para 90ºC e adicionou-se 4,45 g de citrato de estanho (II) aos poucos, mantendo a agitação e adicionando algumas gotas de ácido nítrico concentrado para solubilizar o citrato de estanho (II). Em seguida, avolumou-se a solução com etilenoglicol 1 mol.L-1 para 100 mL. A solução precursora de antimônio foi preparada seguindo o mesmo procedimento adotado para a solução precursora de estanho, com exceção da solubilização do tartarato de antimônio e potássio (K(SbO)C4H4O6) com ácido nítrico.

A solução precursora final foi obtida através da mistura das duas soluções precursoras de modo a se obter uma composição de 93% SnO2 e 7% Sb. Esta proporção e o número de camadas aplicadas no substrato foram selecionados em função dos resultados obtidos por Kong e colaboradores [20] e Bernardi et al. [3].

2.4 Caracterização eletroquímica e microestrutural do eletrodo

Os testes de voltametria cíclica foram realizados em potenciostato/galvanostato EG&G Princeton Applied Research modelo 273A, tendo como interface o cartão controlador GPIB STD-8410 e aquisição de dados pelo programa Research Electrochemistry Software 4.00 (1992) modelo 270 da EG&G Instruments. Para tal, foi utilizado béquer de 250 mL com tampa de acrílico. Eletrodo de Ti/SnO2-Sb calcinado a 400, 500 e 600ºC com área imersa de 4,5 cm2 foram utilizados como eletrodo de trabalho. Os testes foram realizados em solução de 0.34 mol.L-1 NaCl na presença de 30 mg L-1 de fenol em temperatura ambiente (25ºC) e sem agitação.

A caracterização microestrutural do revestimento foi realizada por microscopia eletrônica de varredura (MEV) acoplada a espectrometria por dispersão de energia (EDE). A identificação da presença de Sb3+ e Sb5+ foi realizada por análise qualitativa de acordo com o procedimento descrito por Vogel [39].

2.5 Ensaios de eletrólise

Os ensaios de eletrólise foram realizados em béquer com capacidade para 250 mL. Para tal, foi utilizado 190 mL de solução de NaCl 0,34 mol.L-1 contendo 100 mg.L-1 de fenol e eletrodo de trabalho com área total imersa de 27 cm2. Os ensaios foram realizados sob agitação constante e temperatura ambiente (25ºC). O potencial anódico foi monitorado no início e ao final de cada ensaio. Em todos os ensaios a densidade de corrente foi fixada em 10 mA.cm-2. NaOH e HCl foram utilizados para ajuste do pH durante os ensaios de eletrólise com pH controlado. A degradação eletroquímica do fenol foi monitorada por espectrômetro UV-VIS, Shimadzu, modelo UV-1601PC. Para tal, as amostras eram coletadas em função do tempo de eletrólise. A presença do hipoclorito de sódio, gerada durante a eletrólise, foi suprimida pela adição de bissulfito de sódio, de acordo com a reação (12), para permitir a visualização apenas da banda do fenol, já que a do hipoclorito ocorre na mesma faixa de comprimento de onda.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Micrografias de MEV da superfície de titânio antes e após tratamento com ácido oxálico são apresentadas na Figura 2A e 2B, respectivamente. A mudança observada entre as Figuras (2A e 2B) é devido à dissolução do óxido de titânio, tornando a superfície rugosa, condição que favorece a aderência do filme de SnO2-Sb [20].


A Figura 3 mostra as micrografias obtidas por MEV do eletrodo de Ti/SnO2 dopado com 7% m/m de Sb calcinados a 400, 500 e 600ºC, respectivamente. Observa-se pelas Figuras 3A, 3B e 3C, que a morfologia do filme diferiu consideravelmente com o aumento da temperatura. A 400 e 500ºC a morfologia se apresenta com bastantes rachaduras distribuídas de forma irregular, sendo que, na calcinação realizada a 500ºC a morfologia apresenta regiões onde a camada do filme aparentemente apresenta baixa resistência mecânica. A 600ºC a morfologia do eletrodo ainda se mostra com muitas rachaduras, porém, distribuídas de maneira homogênea, uma vez que os espectros de EDE sugerem que a distribuição do Sn no filme é relativamente a mesma independente da região do eletrodo. A 400ºC os resultados de EDE mostraram que há regiões onde a presença de Sn é muito baixa, indicando uma distribuição heterogênea. Aparentemente, o eletrodo calcinado a 600ºC apresentou maior área superficial que os eletrodos calcinados a 400 e 500ºC.


As rachaduras observadas no eletrodo podem ser atribuídas à tensão mecânica causada pela plasticidade do revestimento, e à diferença do coeficiente de expansão térmica entre o substrato e o filme [9,20]. A presença de grandes rachaduras e estruturas porosas pode influenciar na distribuição dos óxidos de Sn e Sb, causando uma não homogeneidade dos óxidos na superfície, gerando baixa eficiência catalítica do eletrodo, uma vez que os óxidos são centros ativos para geração de radicais hidroxila e adsorção de reagentes [10]. O acúmulo de óxidos em determinadas regiões e a presença de grandes rachaduras favorecem a concentração de corrente e a penetração de eletrólitos, condições propícias para perda do revestimento catalítico [9].

Os resultados de EDE mostraram que, a presença do Sn e a ausência do Sb foram independentes da temperatura de calcinação. Verificou-se ainda, pelos espectros de EDE das Figuras 3A, 3B e 3C que, o aumento da temperatura de calcinação melhora a distribuição do Sn no filme. Essa melhora pode ser devido à concentração de Sb3+ e Sb5+ na superfície, uma vez que o Sb2O5 se decompõe a Sb2O3 a partir de 340 ºC [40].

A ausência do antimônio nos espectros de EDE se deve a sua baixa concentração (7% m/m) presente na solução precursora. Uma outra possibilidade pode estar relacionada ao fato das energias de ionização (3,4 KeV para Sn e 3,6 KeV para Sb) do estanho e do antimônio serem próximas, sendo assim, o estanho se sobressai por estar em maior concentração (93% m/m) no filme. Essa mesma observação foi feita por Rodrigues e Olivi [34] na preparação de filme de Ti/SnO2-Sb pelo método Pechini.

A identificação do dopante (Sb) é um parâmetro de grande importância, uma vez que este íon deve aumentar o número de "sítios ativos" para adsorção de radical hidroxila, que conseqüentemente contribui para o aumento da eficiência de oxidação de poluentes orgânicos. A presença do Sb (Sb3+ e Sb5+) foi identificada através de testes analíticos seguindo os procedimentos descritos por Vogel [39]. Após reação da amostra com iodeto de potássio, observou-se que, a intensidade da coloração amarela, característica do Sb3+ aumentou com o aumento da temperatura de calcinação, ou seja, o aumento na concentração de antimônio trivalente nos eletrodos segue a seguinte ordem: 600ºC>500ºC>400ºC. O surgimento da coloração amarela é devido à formação de um sal complexo (reação 13) característico da presença de Sb3+, uma vez que o complexo de Sn, SnI62-, é incolor.

Na identificação do Sb5+, observou-se que, após reação da amostra com rodamina B, surgiu uma coloração violeta, característica do Sb5+, (o Sb3+ não responde a este teste) diminuiu com o aumento da temperatura de calcinação, ou seja, o eletrodo calcinado a 400ºC apresentou maior concentração de antimônio pentavalente que os eletrodos calcinados a 500 e 600ºC. Isso ocorre porque o Sb2O5 sofre decomposição para formar Sb2O3 (Sb3+) a partir de 340ºC [40]. Isso sugere que a proporção de Sb3+ e Sb5+ pode ser responsável pelo comportamento morfológico do eletrodo calcinado a 600ºC.

A Figura 4 apresenta os espectros de infravermelho obtidos a partir do filme de SnO2-Sb calcinados a 400, 500 e 600ºC. A banda na região de 3405 cm-1 é característica de ligações O-H que pode ser proveniente do etilenoglicol (HO-CH2-CH2-OH) e do ácido cítrico (HOOC-CH2-C(COOH)OH-CH2-COOH) que contém duas e quatro ligações O-H, respectivamente, na molécula. A baixa intensidade desta banda deve-se aos pontos de ebulição do etilenoglicol e do ácido cítrico que se decompõem respectivamente a 197,3 e 175ºC. A permanência desta banda a 400, 500 e 600ºC pode ser atribuída a reações poliméricas decorrentes da solução precursora durante o processo de calcinação ou indicam que elas podem ser provenientes do citrato de estanho utilizado para obtenção do filme, uma vez que ele possui ligações O-H, C-C, O-Sn-O [41] que apresentam bandas nas regiões identificadas nos espectros da Figura 4. As bandas na região de 1627 e 613 cm-1 são características da presença de compostos aromáticos [42].


Observa-se ainda pelos espectros de infravermelho que a intensidade das bandas identificadas apresenta comportamento semelhante, ou seja, ocorre pouca variação com o aumento da temperatura de calcinação. Com isso, tem-se que mesmo calcinando o eletrodo a 600ºC por 2 h ainda é possível observar a presença da matéria orgânica no filme. Essa matéria orgânica pode ser proveniente de compostos orgânicos aromáticos (que requerem maior tempo e temperatura para serem degradados) formados durante a reação de polimerização para obtenção do filme de SnO2 dopado com Sb.

A Figura 5 apresenta as curvas de polarização dos eletrodos de Ti/SnO2-Sb calcinados a 400, 500 e 600ºC em solução de NaCl 0,34 mol.L-1. Os resultados mostram que o eletrodo calcinado a 600ºC apresentou maior densidade de corrente em relação aos calcinados a 400 e 500ºC, condição que favorece a oxidação de substâncias orgânicas. Este comportamento pode estar associado à maior área superficial observada para o anodo calcinado a 600ºC, conforme observado na Figura 3.


A Figura 6 apresenta o comportamento dos eletrodos calcinados a 400, 500 e 600ºC em solução de NaCl 0,34 mol.L-1 na presença de 30 mg.L-1 de fenol. Para todos os eletrodos, a presença do fenol reduziu a densidade de corrente. Este comportamento se deve a um leve bloqueio parcial da superfície do eletrodo provocada pela presença de produtos intermediários da oxidação do fenol, como clorofenóis e produtos poliméricos, que são formados durante a varredura direta [43,44]. Uma maior redução da densidade de corrente ocorreu nos eletrodos calcinados a 400 e 500ºC, enquanto que o eletrodo calcinado a 600ºC a redução foi pouco significativa, principalmente na região de geração de oxigênio.


A Figura 7 apresenta os espectros de absorbância da solução obtidos após 30 minutos de eletrólise para avaliação da resistência à corrosão e da eficiência do eletrodo calcinado a 400, 500 e 600ºC para oxidação de 100 mg.L-1 de fenol na presença de NaCl 0,34 mol.L-1. A presença do hipoclorito foi suprimida pela adição de NaHSO3. Utilizando o eletrodo calcinado a 400ºC a redução da absorbância do fenol (269,5 nm) foi insignificante. Com o eletrodo calcinado a 500ºC observa-se um aumento da absorbância em toda faixa de comprimento analisada, indicando que o fenol foi oxidado a outros produtos intermediários. Uma redução de 70% da absorbância do fenol foi obtida usando o eletrodo calcinado a 600ºC, provavelmente, devido à uma maior área superficial, observada visualmente, em relação aos eletrodos calcinados a 400 e 500ºC.


Durante os ensaios de eletrólise, usando os eletrodos calcinados a 400 e 500ºC, o potencial aumentou consideravelmente com o tempo de eletrólise, tendo variado de aproximadamente 2,0 V para respectivamente 9,78 e 12,82 V após 30 min, caracterizando a perda do revestimento e a conseqüente passivação do substrato de titânio. Por outro lado, utilizando o eletrodo calcinado a 600ºC o potencial se alterou apenas de 2,00 V para 2,39 V.

As Figuras 8A, 8B e 8C apresentam as micrografias obtidas por MEV dos eletrodos calcinados a 400, 500 e 600ºC respectivamente, após 30 minutos de eletrólise em solução de NaCl 0,34 mol.L-1 na presença de 100 mg.L-1 de fenol.



Observa-se na Figura 8A que, após 30 min de eletrólise, o eletrodo calcinado a 400ºC apresentou algumas regiões onde o revestimento foi totalmente removido. A corrosão foi ainda mais severa no eletrodo calcinado a 500ºC conforme se observa na Figura 8B, onde praticamente toda a região analisada foi corroída, provavelmente devido ao tipo de rachadura (mais espessa) observada na superfície do eletrodo, facilitando desta forma a penetração do eletrólito. Com o eletrodo calcinado a 600ºC, a estrutura morfológica mostrou-se mais resistente à corrosão, apenas foram observadas pequenas perdas do revestimento após 60 min de eletrólise (Figura 8C) nas mesmas condições de eletrólise usadas com os eletrodos calcinados a temperaturas mais baixas. Isto indica que, a corrosão dos eletrodos calcinados a 400 e 500ºC se deve ao aumento do pH da solução durante a eletrólise. Em ambos os eletrodos o pH aumentou de 5,60 para 11,50 após 30 min. No caso do eletrodo calcinado a 600ºC o pH aumentou de 5,6 para 8,3 nas mesmas condições de eletrólise. De acordo com o diagrama Eh-pH, acima de pH 11,5 o SnO2 entra na região de corrosão [45]. Isto indica que a perda do revestimento, visualizada pelas micrografias de MEV, se deve ao aumento do pH da solução após 30 min de eletrólise, uma vez que o SnO2 representa 93% m/m da mistura de óxido usado na obtenção do filme. Visualmente, o eletrodo calcinado a 600ºC apresentou maior área superficial que os eletrodos calcinados a 400 e 500ºC (Figura 3), indicando que, provavelmente, este pode ter sido um dos motivos da corrosão no revestimento dos eletrodos calcinados nas temperaturas mais baixas, uma vez que áreas menores levam a uma maior densidade de corrente num teste galvanostático.

Após 60 min de eletrólise em solução de NaCl 0,34 mol.L-1 na presença de 100 mg.L-1 de fenol com pH controlado entre 7 e 9, região de estabilidade do Sn [45], observa-se nas Figura 8D, 8E e 8F que, o eletrodo calcinado a 400ºC, Figura 8D, continua sendo corroído. Comportamento semelhante foi observado com o eletrodo calcinado a 500ºC, Figura 8E, onde parte do substrato foi oxidado. Por outro lado, o eletrodo calcinado a 600ºC (Figura 8F) não apresentou sinais de corrosão.

Em geral, observa-se que a corrosão nos eletrodos calcinados a 400 e 500ºC foi independente do controle do pH. Isso indica que o processo corrosivo nesses eletrodos está associado ao aspecto morfológico da superfície, uma vez que as micrografias obtidas por MEV mostraram que os eletrodos calcinados a essas temperaturas não apresentam homogeneidade com relação à distribuição de SnO2 na superfície. A corrosão pode ainda ser atribuída à maior corrente local, devido à menor área superficial apresentada pelos eletrodos. Outro fator importante são as rachaduras, que quando se apresentam com o aspecto observado nos eletrodos calcinados a 400 e 500ºC favorecem a penetração de eletrólito, que conseqüentemente oxida o substrato (TiO2), que através de esforço mecânico causa a perda do revestimento de SnO2-Sb [8]. A perda do revestimento foi observada também, ao final da eletrólise através da visualização de partículas dispersas na solução.

A Figura 9 apresenta os espectros de absorbância da solução de 100 mg.L-1 de fenol na presença de NaCl 0,34 mol.L-1 após diferentes tempos de eletrólise com o eletrodo calcinado a 600ºC.


Observa-se pela Figura 10 que o aumento do tempo de eletrólise diminuiu a banda de absorbância (λ = 269,5 nm) do fenol. Uma redução de 90% da banda de absorbância foi obtida após 60 min de eletrólise a uma densidade de corrente fixa de 10 mA.cm-2. Este resultado indica que o eletrodo de Ti/SnO2-Sb calcinado a 600ºC pode ser utilizado para oxidação de fenol em meio de cloreto, desde que o pH seja mantido entre 7 e 9.

4 CONCLUSÕES

O eletrodo de Ti/SnO2 dopado com Sb preparado pelo método Pechini para oxidação de fenol em meio de cloreto mostrou que sua eficiência e resistência à corrosão dependem da temperatura de calcinação e do controle do pH da solução. As micrografias obtidas por MEV associada aos espectros de EDE mostraram que a superfície do eletrodo apresentou muitas rachaduras, e que o aumento da temperatura de calcinação melhorou a distribuição do Sn no filme. Após 60 min de eletrólise em solução de NaCl 0,34 mol.L-1 na presença de 100 mg.L-1 de fenol a uma densidade de corrente de 10 mA.cm-2, com pH controlado entre 7 e 9, as micrografias de MEV mostraram que apenas o eletrodo calcinados 600ºC não foi corroído. Os resultados mostraram que a morfologia, a área superficiale o aumento do pH durante a eletrólise foram os principais responsáveis pela perda do revestimento dos eletrodos calcinados a 400 e 500ºC. Uma redução de 90% da absorbância do fenol foi obtida após 60 min de eletrólise a uma densidade de corrente fixa de 10 mA.cm-2 usando o eletrodo calcinado a 600ºC. Em geral, os resultados mostraram que o método Pechini é adequado para o preparado de eletrodo de SnO2 dopado com Sb; no entanto, observou-se que é necessário controlar a morfologia estrutural do eletrodo através da temperatura de calcinação e o pH durante a eletrólise para evitar a corrosão do filme.

5 AGRADECIMENTOS

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo suporte financeiro.

6 BIBLIOGRAFIA

Data de envio: 19/06/09 Data de aceite: 01/10/2009

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Dez 2009
  • Data do Fascículo
    2009

Histórico

  • Aceito
    01 Out 2009
  • Recebido
    19 Jun 2009
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