RESUMO
Objetivo:
Avaliar a qualidade de vida dos pacientes com pancreatite crônica alcoólica, comparando-os aos participantes de um grupo-controle e entre pacientes com e sem diabetes.
Métodos:
Avaliaram-se 43 pacientes do ambulatório de pâncreas e vias biliares diagnosticados com pancreatite crônica alcoólica. A qualidade de vida foi verificada por meio do Short Form-36, versão brasileira. O grupo-controle para a qualidade de vida foi composto por 43 acompanhantes sem doenças conhecidas. Para avaliação do estado nutricional, foi calculado o índice de massa corporal e dobras cutâneas do tríceps, bíceps, suprailíaca e subescapular, de acordo com a metodologia adequada. Para obtenção da porcentagem de gordura corporal, utilizou-se o somatório das quatro dobras e a medida obtida por meio da bioimpedância. Para análise estatística, foi utilizado teste de Qui-quadrado, Mann-Whitney e correlação de Spearmam, com p<0,05.
Resultados:
Não houve diferença entre o grupo-caso e o grupo-controle para as variáveis sociodemográficas. A qualidade de vida dos pacientes com pancreatite crônica alcoólica mostrou-se diminuída quando comparada aos membros do grupo-controle. Ao serem comparados os domínios de qualidade de vida dos pacientes com e sem diabetes, somente o quesito capacidade funcional apresentou diferença: menor para o grupo com diabetes (p=0,022). A correlação mostrou que o tempo de tabagismo, a quantidade de etanol em gramas e o tempo de cirurgia pancreática incidiram negativamente na qualidade de vida do grupo com pancreatite crônica alcoólica. Idade avançada, pregas cutâneas e porcentagem de gordura corporal se correlacionaram positivamente com qualidade de vida.
Conclusão:
A qualidade de vida está diminuída no grupo com pancreatite crônica alcoólica devido à influência negativa de fatores como tempo de tabagismo, quantidade de etanol e tempo de cirurgia pancreática.
Palavras-chave:
Diabetes Mellitus; Pancreatite alcoólica; Pancreatite crônica; Qualidade de vida