RESUMO
Objetivo
Caracterizar as hortas urbanas comunitárias de Salvador-Bahia, quanto à organização social, ao trabalho, à oferta e o acesso aos alimentos, em alinhamento ao conceito de Segurança Alimentar.
Métodos
Realizou-se estudo transversal, exploratório, envolvendo levantamento de informações, identificação e seleção das hortas comunitárias. Sete hortas comunitárias foram localizadas, das quais cinco participaram, com coleta de dados por meio da aplicação de questionários semiestruturados, junto a 13 horticultores.
Resultados
A maioria das hortas (80,0%) localizava-se em bairros populares, tinha menos de cinco anos de existência, funcionava sem legalização da terra (80,0%), em áreas cedidas (80,0%) e sem apoio técnico (100,0%). Observou--se ausência de organização social, na maioria das iniciativas (60,0%). As maiores dificuldades incluíram: falta de financiamento (80,0%), de voluntários para o trabalho (80,0%) e limitações no uso da água (80,0%). Os cultivos compreenderam variedades de frutas e hortaliças, destinadas ao autoconsumo (80,0%), à doação (60,0%), e/ou à comercialização (40,0%). Os horticultores incluíram mulheres (50,0%) e homens (50,0%), média de idade de 44,8 anos, escolaridade entre analfabetos (25,0%) e nível superior (37,5%), migrantes rurais (50,0%) e com experiência na agricultura (62,5%). Como aspectos positivos do trabalho, constaram a produção e o acesso a alimentos naturais e o prazer pelo trabalho com a terra.
Conclusão
Verificou-se insuficiência de políticas para o segmento, reduzido apoio técnico e financiamento, conquanto houvesse contribuições para a geração de trabalho, a oferta e o acesso aos alimentos. O estudo revelou forte vinculação entre hortas comunitárias e estratégias de promoção da Segurança Alimentar e Nutricional.
Palavras-chave
Segurança Alimentar e Nutricional; Oferta de Alimentos; Abastecimento de Alimentos; Pobreza; Agricultura Urbana