RESUMO
Objetivo
Avaliar a concordância entre a versão modificada do Escore de Risco Nutricional em Pacientes Críticos (sem Interleucina-6) e uma variante composta de Proteína C-Reativa, bem como a capacidade de ambas as versões para predizer mortalidade em pacientes críticos.
Métodos
Trata-se de um estudo de coorte prospectivo em 315 pacientes admitidos em uma Unidade de Tratamento Intensivo de um hospital universitário brasileiro no período de outubro de 2017 a abril de 2018. A concordância entre os instrumentos foi avaliada pelo teste Kappa. A capacidade preditiva de mortalidade foi avaliada pela curva Receiver Operating Characteristic.
Resultados
Os pacientes apresentaram idade média de 60,8±16,3 anos, dos quais 53,5% eram mulheres. A maioria dos pacientes apresentou níveis de Proteína C-Reativa ?10mg/dL (n=263; 83,5%). O tipo de admissão na Unidade de Terepia Intensiva foi clínica (n=219; 69,5%), sendo que a prevalência da mortalidade foi observada em41,0% dos pacientes avaliados. O alto risco nutricional, avaliado pelo Nutritional Risk in the Critically Ill sem Interleucina-6 e pela variante com Proteína C-Reativa, foi demonstrado em 57,5% e 55,6% dos pacientes críticos, respectivamente. Os instrumentos demostraram concordância forte e significativa (Kappa=0,935; p=0,020) e desempenho satisfatório para predizer mortalidade (área sob a curva 0,695 [0,636-0,774] e 0,699 [0,640-0,758]).
Conclusão
Ambas as versões do Escore de Risco Nutricional em Pacientes Críticos apresentam boa concordância e desempenho satisfatório como preditores de mortalidade em pacientes críticos. É ainda necessária uma análise mais aprofundada desta variante, bem como da associação entre adequação nutricional e mortalidade.
Palavras-chave
Estado crítico; Unidade de Terapia Intensiva; Avaliação nutricional