RESUMO
Objetivo
Analisar os fatores associados ao risco nutricional e à perda de apetite de idosos em extrema longevidade, utilizando dois instrumentos de avaliação.
Métodos
Estudo transversal e quantitativo, desenvolvido em Três Lagoas-MS, por meio de coleta domiciliar de dados com 87 idosos em extrema longevidade (≥90 anos), residentes da comunidade. O risco de desnutrição, a desnutrição e o risco de perda de peso foram as variáveis dependentes obtidas pelo Questionário Nutricional Simplificado de Apetite e pela Mini Avaliação Nutricional - Forma Curta. A associação com variáveis independentes sociodemográficas, de saúde geral, física, psicológica e cognitiva foi analisada por meio de regressões logísticas.
Resultados
A maioria dos idosos era do sexo feminino (55,2%), com média de 93,3 anos de idade e 1,4 anos de escolaridade. No Questionário Nutricional Simplificado de Apetite, 34,5% dos idosos apresentaram risco de perda de peso. Na Mini Avaliação Nutricional, 19,5% foram classificados com desnutrição e 39,1% com risco de desnutrição. Maior risco nutricional em ambos os instrumentos foi associado a uma pior saúde auto percebida, à menor circunferência da panturrilha e à presença de sintomas depressivos. O maior número de medicamentos utilizados por dia foi associado a menor chance de perda de peso. A concordância entre os dois instrumentos foi baixa.
Conclusão
Identificou-se associação entre desnutrição e perda de peso/apetite e menor circunferência da panturrilha, pior saúde auto percebida e presença de sintomas depressivos. Os resultados podem auxiliar no planejamento de intervenções para redução do risco nutricional, visando à melhoria da qualidade de vida de idosos em extrema longevidade.
Palavras-chave
Envelhecimento; Avaliação Geriátrica; Longevidade; Inquéritos Nutricionais