RESUMO
Objetivo
Caracterizar o consumo alimentar através do grau de processamento industrial dos alimentos consumidos por adolescentes matriculados em escolas públicas.
Métodos
Estudo transversal com adolescentes de 14 a 19 anos de ambos os sexos matriculados em escolas públicas de Juiz de Fora, MG. O consumo alimentar foi avaliado através de dois recordatórios de 24h. Os alimentos foram classificados em três grupos de acordo com o grau de processamento industrial: (1) alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários e preparações a base desses alimentos; (2) alimentos processados; (3) alimentos ultraprocessados. Ademais, foram coletadas informações de peso e altura dos estudantes, com posterior cálculo de índice de massa corporal/idade para avaliação do estado nutricional conforme o sexo. Foram realizados os testes Qui-quadrado de Pearson, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, adotando o valor de p<0,05.
Resultados
A amostra foi composta por 804 adolescentes, com predomínio do sexo feminino (57,5%). Entre os adolescentes, 29,9% das meninas e 26,1% dos meninos apresentaram excesso de peso. Observou-se diferença no consumo diário de alimentos prontos de sabor doce, sendo maior no sexo feminino (26,2%) quando comparado ao masculino (18,1%), ao passo que o consumo de refrigerantes de uma a quatro vezes na semana foi de 47,2% e 55,6% nas meninas e meninos, respectivamente (p<0,05). Maior consumo de alimentos ultraprocessados foi observado no sexo feminino (p=0,02) e de alimentos processados no sexo masculino (p=0,008).
Conclusão
Verificou-se elevada contribuição proveniente do grupo dos alimentos ultraprocessados na dieta dos adolescentes de escolas públicas, com altas prevalências de excesso de peso em ambos os sexos.
Palavras-chave
Adolescente; Consumo alimentar; Processamento de alimentos; Estado nutricional